O despertar do Turismo em Brasilândia
Carlos Alberto dos Santos Dutra
Há muito Brasilândia alimenta um sonho: ver-se transformada numa cidade turística. Os anos passaram e, tal qual a correnteza de um rio, o que aconteceu foi que o seu entorno, aos poucos, se transformou e mudou a vida e o modo de pensar da maioria dos que aqui vivem.
Os apelos do chamado progresso os envolveram e lhes embargaram a alma com o ideal de se ter um bom emprego e uma renda suficiente para viver. Só que isso os desencantou, distanciando-os cada vez mais do som das águas adormecidas de outrora e das margens pacholentas daquele rio Paraná e seus afluentes, rio Verde, córrego Beleza, córrego Jardim, rio Taquaruçu e ribeirão Boa Esperança. Águas que assistiram a cidade nascer quando se desprendeu da antiga Xavantina e despertou nos pioneiros o sonho de ser essa Cidade Esperança.
A mata e a croa dos varjões da Reserva Cisalpina, santuário preservado pelo imemorial engenheiro Luigi Cantone; as ruínas da capela Santa Barbara da Gleba Seca, na Cabeceira Perdida; a aldeia Anodhi, dos primi ocupandi Ofaié e as dezenas de sítios arqueológicos pré-históricos desta terra, tudo reclama esforço de revelação: e grita, querendo vir à luz e dizer que também merecem constar na pauta dos administradores para poder respirar.
E lá estão na imensidão do cerrado, antigas fazendas, marco encravado de histórias lapidadas pelo homem, repletas de habilidade e vigor: na pecuária, na agricultura, em meio a fauna e flora preservada. São apelos cênicos e laborais que despertam o olhar de quem chega. São imagens captadas por drones fotográficos que sobrevoam a riqueza do avanço da produção que cobre os campos de verde e branco. São esses atrativos turísticos que cantam e encantam o viajante que chega. Gesto capaz de mostrar a pujança dos que aqui vivem e trabalham.
O viajante que chega e depois parte, tudo sente, tudo vê, e tudo guarda. Ainda que distante, recorda o que levou consigo: um pouco desta terra, suas belezas, seus encantos, sabores, trabalho e sua gente. Valores que encerram um manancial de conteúdos, frutos do empreendedorismo, na qualidade dos serviços prestados e na arte artesanal produzida e o sorriso do atendimento que reflete sonhos possíveis aqui plantados. Por isso o tema do Turismo é de suma importância e merece ser abordado com responsabilidade por cada administrador, a cada mandato, a cada gestão.
Há tempo Brasilândia vem perseguindo esse objetivo nem sempre alcançado. Há tempo Brasilândia vê empresas instalando-se no seu entorno abrindo oportunidade para sua gente poder mostrar o seu potencial econômico, social e cultural, passivamente. Profissionais, há poucos dias crianças, correndo pelos quintais, hoje domam a ciência e regem o progresso, devolvem qualidade de vida à comunidade, e semeiam progresso e desenvolvimento neste chão.
É bem sabido que Brasilândia possui grande potencial para o Turismo devido a sua posição privilegiada e paisagens. Rota de passagem para os grandes centros do país, sua gente possui por natureza espírito hospitaleiro. O que a torna capaz de atrair sempre novos empreendimentos e desenvolver o que já existe na medida em que se qualifica e oferece melhorias nos setores chaves da economia: a hotelaria, a gastronomia, o artesanato, as casas noturnas, os bares, os fabricantes de bebida artesanal, entre outros.
A atração turística e os diversos setores a eles vinculados, não apenas trazem novos empregos e desenvolvimento econômico para o município, como também possibilitam e consolidam a imagem e vocação para o Turismo desta região limítrofe com o Estado de São Paulo e rota da celulose sul mato-grossense.
Identificar áreas locais que possuem potencial de atração turística, que possam integrar o Mapa de Áreas de Interesse Turístico, do Estado e em nível Nacional é um dos objetivos que urge despertar.
Brasilândia está no caminho certo. Avança a passos largos em direção do progresso e do desenvolvimento, e isso, de maneira sustentável e inclusiva. Não distante daquilo que lhe encanta os olhos, mas projetos que se somam e trazem divisas para o seu povo. Entre os avanços, cabe aqui destacar que Márcia Amaral e Fábio Toledo, administradores desta cidade, têm olhos para essa realidade por tanto tempo esquecida.
A começar pela iniciativa corajosa de criar uma pasta exclusiva para tratar deste importante tema: o Turismo. Sim, uma nova pasta. Não um cabide de emprego destinado a agasalhar interesses de amigos, compensando favores, quiçá, recebidos outrora. Mas um instrumento disposto a abrir caminhos nesse campo até então pouco lembrado nas planilhas orçamentárias.
A criação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo-SEMATUR oportunizou, assim, à administração pública local poder se preocupar também com o tema do Turismo como uma forma de projeção econômica para os munícipes de Brasilândia.
A recente aprovação, pela Câmara Municipal de Brasilândia, da lei que criou o Conselho Municipal de Turismo e o Fundo Municipal de Turismo, Lei nº 3.200/25, de 26 de maio de 2025, é uma demonstração de como a pasta é prestigiada e está sendo conduzida com a dedicação que brota das mãos e inteligência de um jovem engenheiro civil, Pedro Henrique Coutinho do Vale, que une sua experiência como empresário à empatia e determinação com que encara o trabalho estimulando o comércio local e promovendo pessoas humanas.
Tem a pasta grandes planos para o Turismo de Brasilândia. Desde os primeiros dias de mandato desta administração, lá encontramos este secretário adjunto, o popular Pedrinho, reunindo-se com empresários, dirigentes da SEMADESC e Fundação de Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul-FUNDTUR agendando encontros e visitas da equipe técnica desses órgãos à Brasilândia. Tudo para realizar um levantamento e diagnóstico dos atrativos turísticos que motivem o município a desenvolver empreendimentos no setor turístico desvelando o seu potencial (...).
Brasilândia/MS, 22 de junho de 2025.
Dia Mundial da Água.
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