Alcides Lopes, o
pioneiro da ACIABRA
Carlos Alberto dos Santos Dutra
Caía a tarde no dia 25 de maio de 1988 e uma das salas da escola municipal de 1º Grau Prof. Arthur Höffig acolhia importantes cidadãos da emergente Brasilândia da época. Um jovem comerciante, acompanhado de outros cidadãos tinha um sonho a realizar: convencer o setor do comércio sobre a importância de se ter uma associação, o que de fato, ocorreu naquela noite: a fundação da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril-ACIA, de Brasilândia/MS, que depois evoluiu para ACIAB e por fim ACIABRA.
Foi quando tudo começou e a ACIABRA deu seus primeiros passos, estimulando e dando impulso ao pequeno comércio local que foi surgindo pelas mãos de seu primeiro presidente: Alcides Lopes.
Hoje esse cidadão deixou o convívio de seus familiares e amigos porque foi chamado no céu para outra tarefa, quiçá, homem sempre atarefado que foi em vida. No ambiente celeste, com certeza, irá encontrar aqueles mesmos amigos que, há 37 anos, estiveram naquele encontro histórico.
Reunião que congregou os hoje saudosos: Nelson Pedretti, Robert Gerhart Hippler, Agenor Marinho de Souza, Adão Gardino de Souza, Hélio Martinez Júnior, Isac Honorato Barbosa, Mauro Alves de Oliveira, Alcides Servilla Martinez, Gilvaez de Almeida Rodrigues, Ezilda de Souza Santos, entre outros que ainda convivem conosco que assinaram a ata de fundação.
E lá encontramos o presidente, Alcides Lopes, ao lado de seu vice-presidente, Roberto Rodrigues; o 1º Tesoureiro, Hélio Martinez Júnior, e a 2ª Tesoureira, senhora Maria de Fátima Servilla Barbosa, buscando soluções para o comércio local que passava nos primeiros anos por dificuldades.
Como bem posicionou-se o presidente Alcides Lopes: (...), pois além de todos os encargos
que temos mensalmente [de honrar] com impostos e taxas, altas contas de
luz, água, telefone, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, [ainda]
mantemos sob nossa responsabilidade o sustento de nossas famílias, dando
serviço o mês inteiro para os mesmos, até de forma suicida, [enquanto] aguardamos
por melhores dias.
Em nota publicada
no Jornal de Brasilândia, editado no ano de 1993 por Jamil Fernandes, o pioneiro presidente
da ACIABRA, frisava: Quando nos surge a possibilidade de
um melhor faturamento, o que ocorre no 1º e 2º sábado de cada mês em nossa cidade,
com o pagamento das fazendas a seus empregados, eis que, como num passe de mágica, nossa cidade recebe um batalhão de
estranhos vendedores (ambulantes, camelôs, mascates, etc.) que, como numa feira
livre, dificultam até mesmo os empregados das fazendas de fazerem suas
compras.
Firme na defesa
dos comerciantes, a este cidadão brasilandense, muito o comércio deve por ter fomentado uma cultura de fortalecimento, proteção e incentivo ao comércio local.
É o que se depreende de algumas de suas preocupações que permanecem atuais: Esses vendedores, de um modo informal não
possuem empregados, não pagam impostos,
alvarás de licença, alvarás sanitários, etc. (...). Então perguntamos: Devemos
fechar nossas portas? Irmos todos embora? E as autoridades competentes tomarão alguma
providência? Esperamos que sim, pois como está não podemos ficar. Contamos com providências
urgentes das autoridades locais e regionais (...), concluía e
guardião dos interesses do comércio local na época, Alcides Lopes.
O legado que este cidadão que permaneceu na presidência da CIABRA até 1998, quando Waldemar Firmino de Campos assumiu a presidência, tendo Alcides Lopes seu vice-presidente, é inconteste. A ele se deve o avanço da entidade quando ela empunhou a bandeira levantada na época, e que resultou na criação do SPC, o Serviço de Proteção ao Crédito em Brasilândia, que foi definitivamente implantado no ano de 1996 e oficializado em 1999 quando da inauguração da sede da entidade.
O homem é, sem dúvida, um pouco de sua obra, de seus erros e acertos, mas, sobretudo, o que carregou na sua concha cultural e profissional, humana e familiar. Em vida, não raro, pouco valorizamos o que se encontra perto, e raramente lhe dissemos muito obrigado. Por isso, nos esmeramos em honrá-lo, pelo menos, na sua partida. Não para o homem que parte, mas para aqueles que ficam.
Na partida de Alcides Lopes, lembremo-nos do que ele semeou nos corações e nas pilastras desta cidade a partir da memória de seus feitos, o que irá encher de orgulho as instituições e a família pelo fato de ter estado estado aqui, abrindo caminhos e construindo pontes para o comércio local, o que merece gratidão pelos feitos realizados.
Descanse em paz, pioneiro
da luta pelo comércio de Brasilândia, Alcides Lopes. Teu nome será
lembrado.
Brasilândia/MS, 07
de junho de 2025.
Fonte: DUTRA, C.A.S. História e Memória de Brasilândia/MS, Vol. II. Patrimônio, Brasilândia, 2021, pág. 298-303.
Jornal de Brasilândia, 1997
Carlito fico aqui muito emocionado e com muita gratidão por lembrar do meu pai um grande homem sempre lutando por vida melhor e com grande coração enorme para ajudar o próximo hoje já não pode estar conosco mais deixou um legado e uma lição de vida para todos familiares e amigos próximo a ele,da dois dias que se foi mais já estou morrendo de saudade.Carlito mito obrigado que Deus te abençoe em nome de Jesus amém 🙏🤝❤️
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