quarta-feira, 20 de junho de 2018

Feliz Aniversário Patrícia Acunha.


À NOSSA PATRÍCIA ESCRITORA  
Por Carlito Dutra


Patrícia Acunha lendo seu poema vencedor do 1º Prêmio Literário, dedicado a Brasilândia em 1996. 

Querida Patrícia: Érico Veríssimo, renomado escritor gaúcho, escreveu em seu livro Solo de Clarineta o seguinte texto: “Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem-me animado até hoje a ideia de que o menos que um escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror. Se não tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforo repetidamente, como um sinal de que não desertamos nosso posto”.

É esse o espírito dessa noite 
(dizia eu no lançamento do teu livro em 2009, ratificando agora as palavras ditas ainda com mais vigor neste teu aniversário).
De alguém tão jovem e que está disposta a semear luz.
E romper com o obscurantismo à sua volta.
Transformando-se em exemplo e orgulho para todos.
Falo, pois, da escritora desta noite.
Para alegria de Brasilândia.
Para honra dessa terra.
E para o engrandecimento de nossa gente:

Patrícia Acunha menina
Nossa Cunha-taí (1) do cerrado / Vive esse dia encantado

Escritora desta terra. / Toda alegria encerra
Traçou largos horizontes / Vieste beber na fonte
Com teu olhar sempre atento / Faz notícia o pensamento
E a alegria do pai / Temor a Deus Adonai (2)
 

E da mãe educadora / Foi a melhor professora
Sábias mãos, sopa de letras / Trouxe pro lar o planeta
Para este fruto colher / Ver o dia amanhecer
E, ei-la, menina graça / Que agora, para o mundo passa
Na condição de escritora / Mestre das letras, autora
Dá a cidade um presente / Que deixa todos contentes


Este livro, esta história / Que narra os tempos de glória
Dos primeiros que chegaram / Um a um, que aqui cruzaram
Pelas ruas da cidade / Tamanha felicidade
Só de lembrar, dá alegria / A suave melodia
É Brasilândia que canta / É o grito na garganta
Dos que saúdam Patrícia / Que deu vida a notícia
Por isso te respeitamos / Mais que isso, admiramos
Tua obstinação / Humildade, coração
Levantaste a lamparina / Lançaste uma obra-prima
Para lembrar amanhã / Com gosto de hortelã
Dos saudosos que partiram / Do jardim que construíram
Estão todos lá lembrados / Na memória, cultuados


Graças a essa menina / Nossa Cora Coralina
Cheia de brilho e coragem / Deixa a mais bela mensagem
Tu és luz pra juventude / Demonstração de virtude
Respeito e maturidade / Pelas ruas da cidade
Corre solto o pensamento / Corre solto o encantamento
Patrícia Acunha, verdade.

(1) "Menina moça" na língua Guarani; (2) "Meu Senhor" na lingua Hebraica




Poema redigido em homenagem à jovem Patrícia Acunha. Pronunciamento feito na noite de autógrafo de lançamento de seu 1º livro “Conhecendo a minha Rua”, Câmara Municipal de Brasilândia-MS, 04 de dezembro de 2009.
Publicado em DUTRA, Carlos Alberto dos Santos. Homenagens, Brasilândia: Clube de Autores, 2011, p. 95-98.