quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

O natal, o ano novo e as luzes

Carlos Alberto dos Santos Dutra


Minha neta aponta o dedinho para o alto e me diz: --vovô, o homem está voando. Saio no portão e vejo os funcionários da Elektro em guindaste trocando lâmpadas no poste da rua de minha casa. 

Ela brinca e abana para o jovem todo equipado e prestativo que se esmera naquele serviço providencial, porém arriscado, ainda que se valesse das facilidades da eletromecânica de hoje, que permite acesso às alturas com muito menos esforço do que em tempos passados.

O resultado só se obteve a noite quando ao cair da tarde as novas luzes revelaram o seu esplendor. A troca das lâmpadas comuns por luzes de LED na iluminação, a exemplo certamente do que ocorreu em outras ruas de nossa cidade, mereciam sim, não só o aplauso inocente de minha neta, mas de toda a população brasilandense.

Reconhecimento civil pela aplicação com lisura do erário pelo chefe do Executivo local e Elektro cuja CIP (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública) arrecadado dos contribuintes no mês de outubro último foi de pouco mais de 38 mil reais.

Em que pese o toque de recolher a partir das 22 horas por causa do COVID-19 que exigiu que as pessoas frequentassem em menor grau as ruas, tempo não faltou para que a população sentisse a diferença a olhos vistos.

Em meio à pálida decoração pública natalina deste ano que penalizou a todos, sobretudo os pequenos municípios, as luzes de LED instaladas fizeram a diferença e o brilho da Cidade Esperança se fez sentir. 

A claridade é impressionante e a diferença é significativa em relação às antigas lâmpadas cuja visão, na maioria das vias públicas – sobretudo na minha rua -- nos acostumou às luzes amareladas que sempre predominaram.

Mas, afinal era véspera de Natal e o Ano Novo se aproximava. Razões havia para mudar o visual da cidade e também para se comemorar. 

E isso Cecília soube muito bem expressar em sua alegria, mesmo sem entender direito o significado de tanta euforia e esperança, pois afinal, sempre há um dia após o outro, e quase sempre nada muda...

Mas muda sim. 

A cada 31 de dezembro, eis que uma luz muito clara - à semelhança da lâmpada de LED instalada -, é como se uma aura transpassasse nossas almas enchendo-nos de otimismo. 

Uma força interior que nos anima a continuar a batalha do dia a dia anterior, mas de roupa nova, buscando vislumbrar no horizonte a felicidade que vínhamos perseguindo há tempo.

E esse tempo está preste a chegar. Talvez ele não seja o que sonhamos, mas com certeza ele será do tamanho de nossas posses, do nosso fardo e capacidade para carrega-lo.

A felicidade que nos espera em 2021 dependerá muito mais do que cada um de nós se proporá a fazer e ser digno de merecer a empreita. 

O que plantou deverá colher, sejam flores ou abrolhos. Se louvar deverá ter bênçãos. Se cuidar deverá garantir saúde a si e aos que ama. Se acreditar vai sobreviver.

Até que adentremos o novo ano de Vida e suas bênçãos que batem a nossa porta e pede passagem... De seringa na mão.

Feliz Ano Novo a todos.

Brasilândia/MS, 31 de dezembro de 2020.


Foto: Visão aérea noturna de Brasilândia/MS (Foto: Prefeitura Municipal de Brasilândia, 2018) 


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020


Homenagem aos 15 anos de Ordenação Sacerdotal

Padre Fábio Alves de Oliveira.













  • 1- Senhores peço licença / Que no más vou me chegando
  • E aos pouquitos vou hablando / Deixando o peito pulsar
  • Quero a todos saudar / Nesta noite tão festiva
  • Pois o povo não se esquiva / De fazer sua homenagem
  • E não lhe falta coragem / De professar a alegria
  • Que ao som da melodia / Dos anjos que vem do céu
  • Tem a proteção do véu / Da santa virgem Maria.
  •  
  • 2- Transformada em catedral / Hoje toda a Igreja canta
  • Nossa Paróquia mais santa / Com o aniversário do Padre
  • De ordenação do confrade / Por isso quero saudar
  • E sua história contar: / Padre Fábio que aqui está
  • Gente buenaça, quiçá / De Penápolis é a cria
  • O filho de dona Maria / E seu José, já no céu
  • Esconde a aba do chapéu / Mas não esconde a alegria.
  •  
  • 3- Fábio Alves de Oliveira / Sacerdote ordenado
  • Em Glicério consagrado / Co’a bênção de dom Irineu
  • E olha que isso aconteceu / Há apenas 15 anos
  • Mas esse Padre paisano / Já fez sua caminhada
  • Trilhando boa jornada / Santa Terezinha do Menino Jesus
  • A primeira paróquia foi luz / São Sebastião, Pirajuí
  • E olha lá o nosso guri / Santa Luzia, Promissão
  • No lado paulista, irmão / Deixou saudade ali.
  •  
  • 4- Envolvido na pastoral / Vigário forâneo em Lins
  • Seu lema: formou jardins / Pregou vida em abudância
  • Na missão venceu distância / E varou o rio Paraná.
  • E olha onde foi parar / Na São Francisco de Assis
  • Prá alegria de Dom Luiz / E força renovadora
  • Ação evangelizadora / De um vigário foranial
  • Reforço na Pastoral / Apostolado da Oração
  • Pastoral Carcerária, irmão / Sem descuidar do Missal.
  •  
  • 5- Assistente Eclesiástico / Oficinas de oração, juventude
  • OVISA, Família, e Saúde / Para vencer o desafio
  • Quando a vida por um fio / Se nos apresenta um calvário
  • Mas ao som do Campanário / Seja feita a Tua vontade
  • Lema diaconal, de verdade / Que deu-lhe força e vigor
  • Todo engessado de amor / Venceu! E a todos conforta
  • Transformou-se numa porta / Para o trânsito do Senhor.
  •  
  • 6- Este é o nosso desejo / Padre Fábio cidadão
  • 15 anos padre, irmão / És parte desta comunidade
  • Num gesto de fraternidade / Te abraçamos neste dia
  • Que não te falte alegria / Pra celebrar sempre a vida
  • Corpo e Sangue, acolhida / A Palavra e o Evangelho
  • Torne novo o que era velho / Ilumine os caminhos
  • Deus o livre dos espinhos / Dê-nos tua graça Jesus
  • Que à sombra de tua Cruz / Saiba que não estás sozinho.
  •  
  • 7- Nossa Igreja te saúda / A capela São Vicente
  • No João Paulo, sorridente / Nossa Senhora das Graças
  • Ceramistas, mãos na massa / Lá do Porto João André.
  • Também festeja com fé / A São José Operário
  • Na Debrasa, mundo agrário / Capela de Aparecida
  • Pedra Bonita, aguerrida / São José dos Jesuítas
  • Tanta paisagem bonita / Desde a Limeira, ao Pontal
  • Assentamento rural / Tantas devoções benditas.
  •  
  • 8- Os desafios se superam / Com os parceiros da estrada
  • Pessoas interessadas / Nas pastorais, movimentos
  • Nos serviços, segmentos / Voluntários que se doam
  • Muitos fiéis que abençoam / De mãos dadas, padre Fábio
  • Com as mãos e com os lábios / Rezando por esta Igreja
  • Não importa aonde esteja / Todos querem te saudar
  • E com o senhor festejar / Este seu aniversário
  • De ordenação e um rosário / De bênçãos, não vão faltar.
  •  
  • 9- Padre Fábio lhe saudamos / Feliz Aniversário Pastor
  • Esta é a casa do Senhor / Que dividimos contigo
  • Sempre pai, irmão, amigo / Presente vindo de Deus
  • Que mandou pros filhos seus / Com as bênçãos lá do céu.
  • Que a Mitra e o Solidéu / Pelas mãos de Dom Luiz
  • O torne um Padre Feliz / Desejamos nós também
  • Que a estrela de Belém / Ilumine o seu caminho
  • Obrigado pelo carinho / Deus o abençoe. Amém.












Paróquia Cristo Bom Pastor, Brasilândia, 17  de Dezembro de 2020.

Diác. Carlito Dutra.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

 

Delcino Rodrigues de Oliveira, o Curió da Cachoeira.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

Algumas notícias nos chegam de uma forma espantosamente rápida. Quando nos damos conta, somos surpreendidos por elas e já não podemos dizer mais nada, a não ser lamentar ter tomado conhecimento tão tarde. Outras notícias chegam sorrateiras, despretensiosas, no meio de uma conversa, como uma canção de ninar que nos embala e vai nos envolvendo, em tom de segredo, nos preparando para recebê-la e tomar ciência daquela realidade.


Foi assim que a notícia do falecimento do amigo Curió da Cachoeira, ocorrido no dia 5 de dezembro último nos acolheu de súbito. Em meio a uma conversa, meu interlocutor a mencionou com naturalidade como se o fato já fosse do meu conhecimento.


E não era. Foi como se uma lança trespassasse o peito; como se uma nota dissonante na sinfonia da vida quebrasse a harmonia da orquestra desafinando os instrumentos que davam fôlego à existência. Brasilândia, enfim, dava-se conta do tamanho da perda de tão ilustre pessoa.


--Mas o que de especial tinha aquele mineiro natural de Montes Claros que convivia conosco há tanto tempo? Ele que chegou a Brasilândia em 1980, portanto há 40 anos e se tornara conhecido de todos, desde o campo à cidade? A resposta pode ser obtida num simples deitar os olhos e o ouvido sobre sua vida, sua história e as realizações deste brasilandense de coração.


E lá vai Delcino Rodrigues de Oliveira, e sua família, moradora no bairro João Paulo da Silva onde educou os filhos e também se revelou membro atuante daquela comunidade, tendo presidido a Associação de Pais e Mestres da Escola Municipal Paulo Simões Braga, instalada naquele núcleo habitacional pioneiro.


Nascido no dia 25 de dezembro de 1944, o filho de Antônio Rodrigues de Oliveira e Rita Maria de Oliveira rodeou-se de filhos - Rosely, Sandra, Edimar, Edimilson e Rosemeire, e por fim, o caçula Fernando --, todos frutos de casamentos felizes dos quais só tinha a agradecer e louvar.


Lembram os familiares, em especial sua irmã Joana, que ele aprendeu a tocar violão muito cedo. Seus irmãos Rosa e Celsino (in memoriam), e os sobreviventes Joana, Sebastião e Domingos lembram com saudade do irmão: seu jeito simples e seu dom de encantar com as canções que brotavam da ponta dos dedos e de seu coração.


O dom da música sempre acompanhou seus passos, mesmo nas horas de trabalho, como operário e servidor da prefeitura, ele encantava a todos com seu violão. Quem o via andando de bicicleta pela cidade não imaginava o que escondia aquele cidadão que também tinha a sua história e inestimável valor.


Por ser um exímio violeiro fez bonito nas canções que entoou ao lado de Cidão da Viola, popular Tony Carrero, numa dupla que por muitos anos marcou presença em diversos eventos artísticos na cidade e região, fazendo ecoar alto o nome artístico do Curió da Cachoeira.


Sempre animado, contrastava com seu estilo sóbrio e silencioso, uma alegria contagiante que só era percebida por aqueles que se encontravam a sua volta quando tinha nos braços o seu violão. Nestas horas os amigos sorriam e a alma de seu Delcino se iluminava a semelhança de um menino embalado pelo canto do passeriforme mais famoso do Brasil. Momentos em que o Curió que guardava no peito se sentia livre de qualquer gaiola para pousar feliz no coração de todos.


Uma espiada no tempo e lá encontramos seu Delcino no ano de 1998 emprestando sua voz às ondas do rádio, chegando aos mais longínquos rincões. Tratava-se do programa Raiz Viva, apresentado na Rádio FM Cidade pela dupla: Zé Rita e Curió da Cachoeira e que animava as manhãs brasilandenses contando com a participação ao vivo dos ouvintes. O programa, que primava pela originalidade, recordava aqueles programas antigos de auditório que já não existem mais, mas que Delcino se lembrava muito bem.


A voz do Curió era verdadeira preciosidade da cultura local. E saber que hoje ele já não se encontra mais entre nós causa muita dor em todos que o conheceram. Em especial aos familiares e amigos mais próximos que nos finais de semana reuniam-se em sua casa para uma roda de viola que marcava o olhar e sentimento dos filhos e netos. Sua partida deixa uma lacuna irreparável de um cantor e instrumentista de harmonia única, original.


Homem dedicado ao seu ofício, houve um tempo que nas horas de folga dividia a viola entre o louvor a seu Deus, animando o coral da Paróquia Cristo Bom Pastor, e as coisas belas da terra. Sua origem, sua alma e seu ser, nesta hora, seu canto chegava ao céu, sempre de improviso, como se estivesse num grande palco rodeado de aplauso.


Com pompa de gente grande, familiarizado ao microfone, lá encontramos Delcino no rádio, preocupado com a afinação dos instrumentos, revelando o zelo com que se dedicava às pequenas coisas, primando pela harmonia e beleza, virtudes que transmitiu à família, tornando-a digna e honrada. Sem consultar letra ou partitura, tudo de memória, sua cantoria, aos poucos, sorrateira, ia invadindo os corações apaixonados dos peões ao pé do rádio.


O amigo Delcino, tanto no rádio como na roda de amigos em sua residência, tornava a vida motivo de alegria; momentos em que todos entravam em sintonia e partilhavam a alma do povo. Povo que agora o vê partir para se reunir aos grandes violeiros no céu, cujo som ainda alimenta nossos ouvidos e divide nosso coração pela saudade.


Neste Natal Delcino completaria 76 anos de idade. Vinte dias antes, entretanto, o bom Deus o chamou para animar a orquestra celeste dos violeiros. Continues cantando e tocando prá gente Curió da Cachoeira. Amém.

 

Brasilândia/MS, 16 de dezembro de 2020.

















Com informações fornecidas pelo filho Fernando e a irmã Joana sobre a vida de Delcino Rodrigues de Oliveira.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Feliz Aniversário dona Yeda. Os filhos que trouxeste ao mundo te saúdam.

Carlos Alberto dos Santo Dutra.





Hoje é o aniversário de uma pessoa especial. Minhas palavras são poucas para alcançar todo o esplendor que esta mulher representa para muitos brasilandenses. 

O texto que segue integra uma das mais belas páginas da história desta cidade (e que modestamente estará no volume 3 da coleção História e Memória de Brasilândia que se encontra no prelo). 

Dona Yeda Dolores Fernandes Lopes aprendeu a lidar com a vida muito antes de se tornar enfermeira no Hospital Municipal Dr. Júlio César Paulino Maia, onde começou a trabalhar a partir de 1988. Nascida em Caitité, na Bahia, no dia 1º de dezembro de 1938, a filha do senhor Amphilophio Fernandes da Silva e dona Laudemira Gomes Moraes Fernandes, dona Yeda, pode ser comparada a verdadeira mãe de muitos brasilandenses num tempo em que os recursos médicos eram escassos e o atendimento às gestantes era precário. 

O gosto pela profissão adquiriu muito cedo, quando ainda era jovem. Depois de passar sua infância na Bahia e, depois, São Paulo, no bairro Parque de Brito, para onde seus pais se mudaram, na juventude muito cedo enfrentou o mundo do trabalho com disposição e muita determinação. Dona Yeda, hoje, ao completar 82 anos, nos lembra com carinho a sua exitosa trajetória. Dividir com os amigos essa história é o mesmo que antecipar o presente que todos gostaríamos de brindá-la. 

Trabalhei numa fábrica de costura, lá na rua Catão, em São Paulo capital. Depois trabalhei em casa com costura. Fiz o curso de Enfermagem e comecei a trabalhar no Hospital Santa Madalena. Fiz estágio lá; gostaram de mim e eu fiquei por lá por muitos anos. Depois trabalhei no Hospital Psiquiátrico na Vila Alpina. Também trabalhei no comércio, em uma farmácia na Vila Alpina, depois fui para a farmácia Araújo, lá na Água Branca. 

Dona Yeda recorda cada detalhe de uma vida que causa orgulho a seus filhos. Lembra que fez seus estudos iniciais em Andradina e Jundiaí, época em que tomou gosto pela enfermagem. Foi, entretanto, por ocasião da doença de sua mãe, que ela, ainda mocinha, colocou em prática seu maior dom: cuidou de sua mãe cercando-a de afeto, com muito zelo e responsabilidade, despertando e consolidando a vocação que Deus havia escolhido para ela: lidar com a vida e tratar de pacientes com total dedicação. 

Casou com apenas 17 anos de idade, na cidade de Panorama, no dia 10 de novembro de 1955, com Ataíde Lopes (que tinha na época 21 anos). A partir desta data sua história passa a ser dividida com a de seu esposo que trabalhava na fazenda Pedra Bonita e depois na fazenda Cisalpina, em Brasilândia, onde o casal residiu por muitos anos. Dona Yeda ainda recorda do senhor Luigi Cantone, proprietário do grupo Cisalpina, sua esposa Anamaria e sua filha Cecília, com uma pontinha de saudade. 

Só depois deste longo percurso, depois de deixar a zona rural e mudar-se para a cidade é que dona Yeda começou a dedicar-se de corpo e alma na profissão: a divina arte de trazer ao mundo crianças, gesto maternal que a notabilizou. Inicialmente no atendimento ao povo que afluía em direção ao antigo Posto de Saúde, ao lado do Dr. Paulo Veron da Motta, recorda. Fiz dois partos com ele e depois ele me liberou, eu fiquei sozinha fazendo o que mais gostava: trabalhar como parteira. 

Nesta época Brasilândia ainda não dispunha de hospital e os partos eram realizados em casa ou no Posto de Saúde, para onde eram trazidas as mães em trabalho de parto. Dona Yeda fecha os olhos e faz um esforço na memória para recordar alguns de seus primeiros partos, muitos deles feitos na residência de moradores nas fazendas, em sítios, e até na rua chegou a aparar crianças que tinham pressa em nascer, lembra. Ao total, calcula que mais de cinquenta crianças foram aparadas por ela, antes de começar a trabalhar no hospital, inaugurado, depois, em 1988. 

Em ambiente precário e de poucos instrumentais, dona Yeda recorda que tinha só uma balancinha para pesar os bebês; não tinha quase nada para socorrer as crianças após o parto; era tudo natural. Lembra ainda que nem relógio eles possuíam. Só tinha o relógio da praça (Santa Maria). Quando nascia uma criança eu ia correndo olhar a hora no relógio da praça, para registrar, sorri, parecendo uma menina cheia de satisfação. 

Mesmo depois da inauguração do Hospital Municipal Dr. Júlio César Paulino Maia a grande maioria dos partos que ocorriam em Brasilândia permaneceram sendo realizados por dona Yeda que lá trabalhou como enfermeira assistente desde a sua fundação. Presença que enriqueceram em muito os procedimentos clínicos ali realizados.

Com conhecimento superior ao de uma Doula era capaz de prestar apoio emocional e físico antes, durante e após o parto. E lá estavam as mãos abençoadas de dona Yeda, como parteira tradicional, legalmente apta a realizar exame clínico durante a gestação, parto e pós-parto, fazendo este acompanhamento através de um olhar integrativo da mulher-bebê-família que estava por nascer. Por isso, merecidamente ela recebe o título de enfermeira obstétrica ou obstetriz (...).

Dona Yeda Dolores Fernandes Lopes, hoje, encontra-se aposentada na profissão que sempre lhe trouxe a maior das satisfações. Cercada de filhos (Edilson, Sonia, Valdemira e Marcelo), netos (Valdenir, Fernanda, Bruna, Daniele e Eliene), e bisnetos (Gian, Eduardo, Heloisa, Alice, Felipe, Thiago, Arthur e Henrique); e de uma centena de crianças-filhos que ajudou a trazer ao mundo, tem a gratidão e o reconhecimento do quão importante foram suas mãos e conselhos ofertados às mamães de Brasilândia [1]. Por isso tudo, neste dia mamãe Yeda, retumba a voz que vem de muitos corações, e que externam o mais afetuoso Muito Obrigado! Sinta-se abraçada por todos nós. E um Feliz Aniversário!

 

Brasilândia/MS, 1º de dezembro de 2020.

 


[1] Com informações recolhidas graciosamente pela filha Valdemira Fernandes Lopes em 9.Out.2020.