quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

 

Por onde anda aquela amiga OI TV de outrora?

Carlos Alberto dos Santos Dutra

 

Escrever sobre a mídia televisão pode ser considerado falar de um tema ultrapassado, tamanho espaço ocupado nos dias atuais por outros meios de comunicação que, via internet, se não em visível maior volume, adentram livremente os nossos lares a todo o momento levando informações, cultura e entretenimento, influenciando sobremaneira sobre nossas vidas.

Há cerca de 40 anos, entretanto, quando a esta cidade cheguei, possuir um telefone era considerado um luxo maior que uma necessidade. O serviço da empresa Telemat, com sede em Cuiabá/MT,  era prestado em nossa cidade através de um postinho telefônico, um Posto de Serviços-PS, onde a funcionária telefonista, entre cabos e fios presos a um painel de canais direcionava o pedido de ligação que os cidadãos desta cidade dele se socorriam.

Sim, vivia-se na década de 1980, antes da automação do serviço de telefonia, quando as centrais telefônicas começaram a operar automaticamente, sem a necessidade de passar por uma operadora que direcionava a ligação para um ramal. Antes de entrarem em cena os códigos de área, prefixos DDD e DDI, era só dizer: --quero falar com fulano, e deixava-se o resto por conta da telefonista. Sem elas, ligação nenhuma poderia ser completada.

E lá estavam elas, sentadas junto às suas mesas telefônicas, entre um emaranhado de fios, cabos e botões, essas profissionais tinham de ser discretas, pacientes e educadas. Uma regra era não interferir nas ligações de modo algum. Recebiam treinamento para manter um tom de voz impessoal, repetindo frases curtas e patronizadas como do tipo: -- qual o número, por favor?

No local encontravam-se duas cabines, uma para receber telefonemas de fora, e outra para aqueles que desejavam se comunicar falando com alguém distante. Dava-se o número para a telefonista que, depois de manusear aqueles cabos e terminais mágicos, informava ao usuário, através de uma luzinha verde sobre a cabine, que sua ligação havia sido completada. E lá ia o cidadão adentrando a cabine para realizar, de viva voz, o encontro de suas palavras com a pessoa que o aguardava no outro lado da linha através daquele instrumento de comunicação.

Da mesma forma ocorria com quem esperava uma ligação. O telefone tocava, a telefonista se certificava do nome com quem o interessado queria falar e depois anunciava ao cidadão ou cidadã que ali se encontrava, convidando-o a adentrar a cabine e lá poder dialogar. De porta fechada, ainda assim, algumas vezes era possível ouvir a pessoa gesticulando e falando em alto e bom tom sobre o assunto que tratava e, assim, por conseguinte, informando o que a cidade inteira logo iria saber também do que se tratava.

Com o tempo as linhas telefônicas particulares foram chegando sendo instaladas nos órgãos públicos, escolas, igrejas e o comércio em geral. No bairro Cohab – hoje, Thomaz de Almeida --, onde eu residia no ano de 1986, fui um dos primeiros moradores a adquirir telefone – o 546-1158, que me acompanha até hoje --, com direito a ações ordinárias e preferenciais, papeis que anos depois foram resgatados pelos ‘acionistas’, e que em razão do valor que possuíam chegavam a ser declarados no Imposto de Renda como integrantes do patrimônio pessoal do cidadão à Receita Federal.

Depois, com o advento dos orelhões e o acesso através das fichas, as ligações a cobrar e os telefones comunitários nas praças, a comunicação analógica se tornou rotina, senão, gênero de primeira necessidade para os cidadãos desta comunidade que despertava para o seu progresso urbano desenvolvendo um emergente comércio que cobria a cidade e o campo.

A realidade virtual, a comunicação via satélite e as redes de provedores de internet, permitiram o acesso desse meio de comunicação e difusão de informação às classes populares agregando valores nunca antes imaginado. A ponto de outras mídias unirem-se a esta tecnologia, surgindo os  grandes monopólios e corporações que nos dias atuais controlam as redes sociais em blocos e trustes globais.

Hoje um aparelho de celular cumpre eficazmente o papel de telefone, câmera fotográfica, correio eletrônicos, filmadora, estação de rádio e TV, sala de cinema, caixa eletrônico bancário, bloco de notas, tela de pintura, dicionário e biblioteca virtual, entre outras utilidades; tudo isso disponível por meio de um aparelho que cabe na palma da mão de qualquer um.

Esta revolução tecnológica que presenciamos e que ainda está em curso, entretanto, inaugurou um novo tempo e desafios para governos e autoridades que não mais conseguiam dar conta para as demandas e exigências atribuída ao Estado em relação às necessidades do povo nos seus diversos setores.

As privatizações e o Estado mínimo propaladas pelos capitalistas como salvadores da pátria, acabaram, assim, por garantir aos governantes poderem se eximir do cumprimento de uma infinidade de serviços públicos necessários e exigidos para satisfazer o consumo das massas.

Diante de gestões públicas de idoneidade duvidosas, quando não, escancaradamente corruptas e perdulárias, as privatizações das empresas públicas foram aclamadas e defendidas por uma imensa maioria dos brasileiros. Tudo na esperança de moralizar a administração das estatais e melhorar os serviços de atendimento ao público.

E lá se foram, dez anos depois, as empresas públicas na esteira das privatizações promovidas por FHC, passando os seus controles acionários para grandes corporações e investidores nacionais e internacionais (multinacionais): Vale do Rio Doce, Telebrás, RFFSA, Escelsa, Light, Enersul, Eletropaulo, Cesp, CEE, Meridional, Banespa, Nossa Caixa, entre outras, só para citar algumas cuja lista completa pode ser encontrada facilmente nos sites da Wikipédia da vida.

Uma dessa empresas privatizadas foi a Oi S.A., que nasceu em 1998 a partir da privatização do Sistema Telebrás, e que atua hoje em todos o país. Porém, nem todos sabem que esta empresa passou e ainda passa por uma série de dificuldades financeiras com um rombo bilionário e que a faz hoje sobreviver à custa de reincidentes pedidos de recuperação judicial.

As coisas, entretanto, pioraram para ela a partir de 2009 quando a Oi comprou a já endividada Brasil Telecom que atuava por aqui em Brasilândia, Mato Grosso do Sul. Em 2016 a Oi possuía uma dívida de 65 bilhões. Depois de muitos ajustes e venda de ativos e renegociação da dívida, em 2022, a dívida continua na faixa dos 17 bilhões.

Ainda que persista tal situação de debilidade financeira o que abala sensivelmente a saúde econômica da empresa, seus serviços, surpreendentemente, permaneceram sendo prestados e, confesso, cá num pontinho minúsculo do mapa do Estado de MS, o impacto dos prejuízos e desvalorização da Oi, aos usuários, isso não foi percebido.

Tenho um combo – Oi Total --, com serviço de internet, telefone fixo e TV-HD, e pago um preço que julgo justo, não abusivo. Por anos (e lá se vão 20), tenho recebido o sinal de TV com uma programação com quase uma centena de canais HD, rádio, música, internet e telefone fixo sempre dentro da normalidade. A exceção dos dias de mau tempo, quando há ausência de sinal, o que ocorre igualmente com as demais operadoras.

Não, não tenho acesso às skygatos da vida e os consórcios via códigos mágicos que garantem acesso à internet e TV a tantos mil canais de forma clandestina. O que fascina aqueles que, quando as conseguem, acham que estão levando a maior vantagem que suas virtudes alcançam, não me serve como motivação. Considerado tradicional e conservador em alguns itens, entendo que este jeitinho brasileiro não constrói e também não contribui para a vivência na coletividade que vivemos.

A antena solitária no telhado de minha casa resiste a ação do tempo; parte coberta de poeira e ferrugem, nunca sofreu um reparo ou uma limpeza para fazer brilhar os dizeres de seu cartão de visita Oi TV-HD. Esquecida de si por aqueles que detém a sua concessão, seu sinal aos poucos vai desaparecendo no cenário selvagem, engolida pela concorrência mais ágil e perspicaz.

Os usuários, chamados clientes, de tão poucos, quase já não se manifestam e também não auscultam os últimos estertores de uma Oi outrora forte e vigorosa. Ainda que a empresa exista e insista manter-se viva no inconsciente coletivo através do anúncio de novos atrativos e aplicativos como Minha Oi, Técnico virtual, Fibra ótica, Joyce, Inteligência Artificial, em comerciais que traz belas crianças e cenários de encantar os olhos, seu modus operandi apresenta-se em declínio e não consegue esconder o começo do fim.

Basta o cliente recorrer ao serviço de atendimento ao consumidor-SAC para perceber o quanto ela tergiversa e anda em círculo, antes de chegar ao ponto crítico, desejo do usuário com sua reclamação. Com conhecimento de causa, num caso particular, não há como não se indignar:

Estou a duas semanas sem sinal da Oi TV, num plano Oi Total, um dos mais caros oferecido, e a empresa não consegue concluir uma solicitação de reparo solicitado. Depois de peregrinar por 5 vezes o roteiro digital que o SAC oferece pelo número 10631, número exclusivo para a Oi TV, o serviço não deslancha. Pior: 5 agendamentos com espera de 24 a 48 horas e em nenhum deles o técnico compareceu. Foram 10 dias de espera por um profissional que nunca chegou, a despeito do usuário ter ficado de plantão em casa para recebe-lo e ver realizado o serviço.

Pressionar a tecla 9 do menu de atendimento virtual para falar com um dos atendentes pode ser o começo de uma via crucis que o cliente terá de enfrentar. Ouvir aquela voz mecânica discorrendo sobre todos os serviços (in)disponíveis que a empresa oferece seguido de uma música estridente que se prolonga por minutos -- quando a ligação não cai e o atendente nunca retorna --, é só o começo para fazer ver cumprir uma ordem de serviço aberto num dia qualquer que a empresa já nem sabe quando foi.

De súbito, ao consultar a caixa de mensagens do meu WhatsApp, eis que uma mensagem do Técnico Virtual informa: --o técnico já está trabalhando na sua solicitação. A atendimento já iniciado, indicando inclusive o nome e a fotografia do técnico responsável. Minutos depois a mensagem ainda informa: --você pode ajudar a encontrar seu endereço mais facilmente através do link https://oi.digital/Eto7po

No tal link, pasmem, encontro a lacônica resposta: --seu serviço já foi finalizado. Não é mais possível confirmar os dados por aqui. O seu serviço já foi finalizado.

Como se não bastasse recebo novo link https://oi.digital/k5xsED com o desplante de perguntar: --conte pra gente o que você achou do atendimento do técnico, pedindo para avaliar o serviço que não foi realizado. Indignado, envio a foto e o nome do técnico apontado pela Oi, o Sr. Roberto Fonseca, informando que o técnico não compareceu no local para prestar o serviço. O que, certamente a IA da Oi não soube identificar.

E o curioso nisso tudo é que, quando da solicitação de reparo, nas 5 vezes que o pedido foi registrado (com um longo e cansativo número de protocolo), as atendentes, geralmente atenciosas, anotaram todas as vezes o número do telefone fixo e o celular do cliente para o técnico informar quando chegaria à residência. Em todos esses 10 dias de espera, nenhum aviso foi apresentado pela empresa ao cliente.

Não pretendo romper com o serviço da Oi-TV: é como se despedir de um velho amigo. Porém, diante de tantos desencontros e desrespeito ao consumidor, a tentação é ceder aos apelos e convites das concorrentes que oferecem os mesmos serviços com promessa de melhor atendimento. Se isso acontecer, mais do que um cliente que se despede e que a empresa perde, é a decretação de que o ocaso da Oi S.A. está mais próximo do que este amigo esperava.

Por fim -- como consolo --, espero que na próxima fatura a empresa se digne a realizar um ato de hombridade: lançar a cobrança somente até o dia 18 de janeiro de 2024, quando o sinal da minha Oi-TV ganhou o código E-30 e fui privado de ver aquela velha amiga como nos velhos tempos. Mas ainda espero o restabelecimento dos serviços, o que a todos irá confortar.

Brasilândia/MS, 31 de janeiro de 2024.


Fonte: 

Dutra, C.A.S. História e Memória de Brasilândia/MS, Vol. 4-Desenvolvimento, 2ed, Campo Grande: Life Editora, 2023, p. 80.

Privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A Oi Vai Falir? Segunda Recuperação Judicial da Oi (varos.com.br)

Falência da Oi: o que mudou desde primeira recuperação judicial? (uol.com.br)

https://oi.digital/k5xsED; https://oi.digital/Eto7po; Oi, Acompanhar o técnico

domingo, 28 de janeiro de 2024

 

O cocar da gratidão e a homenagem Ofaié

Carlos Alberto dos Santos Dutra




O revigoramento da luta dos povos indígenas nos dias atuais, mais do que nunca, está consolidado. Os avanços e garantias constitucionais deram às populações indígenas, sem dúvida, o empoderamento há muito reivindicado e por fim conquistado.

Sobretudo no resgate da autoestima, antes sufocada, e da liberdade, outrora negada, de falar e ser ouvido, propor e reivindicar o que lhe é devido e necessário.

Reconhecidos como sujeitos da própria história caminham hoje de cabeça erguida, conscientes de serem parte integrante, se não fundante, desta grande e pluriétnica nação brasileira.

O que os olhos não-indígenas viram e seus corações sentiram no dia 26 de janeiro de 2024 na Aldeia Anodhi, do Povo Ofaié, no município de Brasilândia/MS, foi mais que a presença de uma comunidade indígena que naquele dia dava posse a seu Cacique Marcelo Lins e sua Vice Cacique, Ramona Coimbra

Naquele dia autoridades civis, políticas, militares e religiosas, puderam observar de perto o modus operandi das lideranças locais na condução dos trabalhos, nas falas de improviso e no anúncio do nome daqueles que foram homenageados pela comunidade.

Na mesa de autoridades foram chamados para compô-la, depois do Prefeito Municipal, Dr. Antônio de Pádua Thiago; a Presidente da Câmara Municipal, Patrícia Jardim; as Secretárias Municipais, Adeliza Abrame, da Saúde, e Juliane Rodrigues, da Mulher; e representantes da Polícia Militar, Alexandre Bueno, e do SEBRAE de Três Lagoas e de Campo Grande.





Entretanto, a mesa somente ficou completa, minutos depois, com a presença da Secretária de Estado da Cidadania, de Mato Grosso do Sul, Viviane Luiza da Silva que, numa aterrisagem cinematográfica chegou de helicóptero que pousou em pleno campo de futebol da aldeia, causando muita euforia entre os presentes, sobretudo entre as crianças indígenas que correram, junto com as autoridades, para acolher a representante do Governador do Estado entre eles.

Ouvir a saudação às cerca de cem pessoas que ali se encontravam acomodadas sob a sombra de altas árvores que circundam o núcleo central da aldeia, foi um aprendizado para todos. Para quem já estava acostumado a ouvir lideranças indígenas falar, não foi novidade. Mas para quem os ouvia pela primeira vez, sim, foi um fato marcante, quando não inspirador.

A professora não-indígena que se encontra ao nosso lado confessa que estava emocionada e não conteve as lágrimas ao ver o indígena Ofaié, Professor Silvano Moraes Hangtar-hec, falar no discurso de abertura dos trabalhos e saudação inicial aos presentes. –Ele fala com o coração, disse ela. E prosseguiu: --Suas palavras são ditas sob medida, com endereço certo, ao coração e à mente. Elas voam, completou.

Sim, os professores Ofaié Silvano, Elisangela e José Koi que hoje lecionam na Escola Estadual Ofaié E-Iniecheki, localizada no coração da Aldeia Anodhi, a 10 km do centro de Brasilândia, são verdadeiras pérolas do saber e aprendizado para o soerguimento deste povo, ministrando-lhes o ensino bilíngue, intercultural e libertador que precisam para garantir a autonomia e autodeterminação dos que ali vivem.

Juntos e Misturados, como festejam todos os anos num evento promovido pela Escola, as etnias Ofaié, Guarani (Kaiowá e Nhandeva) e não indígenas que vivem na aldeia, inauguraram um novo tempo de resistência e esperança para esta comunidade multiétnica.

A dimensão holística das falas indígenas naquela manhã se completou com as palavras do Cacique e sua Vice, Marcelo Lins e Ramona Coimbra. Ali os presentes puderam ter a certeza e confirmar que o verbo naquela manhã havia ganho o coração dos que ali se encontravam.

Marcelo falava de vida. Não a vida idealizada e desenhada bonita pelas letras numa folha de papel. Sua fala tinha cor do amanhã com o sabor ressurgido da dor de um passado, ao mesmo tempo que apontava para um futuro de progresso que espera. 

Relatando um pedaço de sua história pessoal -- quando criança, doente e desenganado, foi salvo pelas mãos de um  jovem médico, na época, Dr. Antônio de Pádua Thiago, presente naquele evento --, aquele jovem Ofaié abriu seu coração para mostrar a todos que o mundo dá muitas voltas e que hoje, essas duas pessoas, pela ação do tempo transformadas em  lideranças eleitas pelo voto democrático, se encontravam, frisou sorrindo em seu pronunciamento.

Depois, deitou o olhar de agradecimento àqueles que, a exemplo dos mais antigos que muito lutaram pela comunidade, e que já haviam partido para Agachô, tratou de homenagear três pessoas ainda vivas, e que, no entender da comunidade mereciam tal honraria.



A primeira homenageada foi a senhora Lídia Manari, não-indígena, esposa do Ofaié Juraci da Silva que se manteve unida à aldeia por mais de 30 anos, mesmo na doença de um e de outro, venceram o tempo e os desafios, ajudando-se mutuamente, sem nunca desistir ou apartar-se dos costumes locais tornando-se parte deste povo.



O segundo homenageado foi o não indígena Osmar Pereira, Cha-taí em Ofaié, que há quase 40 anos acompanha a trajetória desta comunidade ao lado da Ofaié Joana Coimbra Okuin-rê. Dedicado e trabalhador braçal criou Ramona e os filhos Carlos, Patrícia e Jorge, que teve com Joana. Hoje ele é o avô da aldeia e permanece junto de sua família como exemplo de dedicação, esteio da comunidade na agricultura e na pecuária.

E o terceiro homenageado, foi este escrevinhador, Carlito Dutra, que vos escreve. Também não-indígena, ele se sentiu muito feliz com a placa e o lindo cocar que recebeu de mãos tão especiais daquela comunidade. Pessoas aparentemente anônimas que um dia, há 40 anos, acolheu e batizou com o nome de Axayray aquele forasteiro vindo do Sul e que a partir daquela data, deste povo nunca mais se apartou.  

E lá estavam dona Joana Coimbra Okuin-rê e dona Neuza da Silva Teng-rô, as mais antigas da aldeia, verdadeiras relíquias, portadoras das joias da coroa do saber, da língua e dos costumes deste povo, único no mundo. Ao vê-las – como se diz --, passou um filme na cabeça do indigenista. E já não foi mais possível vislumbrar entre as lágrimas o rosto daquelas batalhadoras senhoras cuja lembrança ainda povoa o coração do indigenista.

E lá estavam elas agora em nossas lembranças, com o indigenista que caminha com elas, todas ainda muito jovens, colhendo guaviras pelas margens do Córrego Sete. De mãos dadas com Aparecida Hanto-grê, Maria Tá-gué, Dirce Rinh-ão, Ozena Pã, Arê Francisca Hegue-í, Cleuza Kai-rã, Marilda Char-tã, entre outras, lá iam elas, mulheres vigorosas, todas sorrisos e felizes pelos campos do Senhor.

Os olhos dos presentes percorrem agora os painéis de fotografias – como bem lembrou o Prefeito Municipal em suas palavras: --elas mostram a trajetória registrada por Carlito nos seus escritos e fotografias. E lá se encontravam os seus rostos eternizados nos banners espalhados pelo ambiente: pais e filhos pelas trilhas da sorte em busca da terra sem males, diriam os patrícios Guarani.

Se hoje seus filhos e netos Ofaié pisam este solo ancestral de seus pais e avós, é uma demonstração que estes pioneiros nunca deixaram de caminhar e de buscar aquilo que lhes pertencia por direito. O coração Ofaié e o coração de Axayray neste ponto se encontram e caminham juntos: agora eles experimentam a paz. Obrigado, Hegreífuara, Povo Ofaié pela homenagem.

Após a entrega da última comenda, deu-se a posse do Cacique Marcelo e sua Vice, Ramona, seguido das palavras do Professor Silvano que saudou a liderança empossada enfatizando: Assim como todos os seres humanos, todos têm seus desejos, anseios, vontades, erros e acertos. Mas acima de tudo, os mesmos têm a humildade para reconhecer e buscar na sua existência as melhorias para cada dia e assim fazendo, não somente eles e para eles, mas para e pelo seu povo, ao qual nunca abandona, independente de toda e qualquer situação

Após o pronunciamento do Cacique Marcelo e a Vice Cacique Ramona, as demais autoridades também fizeram o uso da palavra. Em especial a convidada de honra, Viviane Luiza, Secretária de Estado da Cidadania que fez o anúncio da implantação pioneira no Brasil do 1º Empretec Indígena, o que foi saudado por todos.

Depois houve a entrega de livros, as fotografias de praxe, e ao final foi servido um churrasco aos presentes preparado pela própria comunidade que contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Brasilândia, Fundação Nacional dos Povos Indígenas-Funai, através do Técnico Local, Elder Paulo da Silva, e a Secretaria Especial de Saúde Indígena-Sesai, através da Enfermeira Joyce Tomé e o médico Dr. Emerson Bandeira.

A tarde prenunciava declinar e os convidados aos poucos foram se retirando, retornando para suas localidades -- lideranças indígenas Terena, Guarani e Kiniknau que se fizeram presentes; o Delegado de Polícia de Brasilândia, Dr. Avelino Mantovani e seus agentes; vereador José Quintino e Nivaldo Nunes, professores, alunos, servidores públicos, pastores, fazendeiros e comunidade em geral.

Ao final do evento, os indígenas Ofaié e Guarani recolhiam em silêncio as toalhas, magnificamente bordadas e pintadas que foram colocadas sobre as mesas. Recolhiam uma a uma as peças de artesanato, --pouco se vende nestes eventos, conformavam-se. Consolava-os o fato de que uma de suas produções, uma toalha pintada pela dona Neuza, uma Ofaié cadeirante, havia há pouco ganhado as telas da telenovela global Terra e Paixão, e o mundo. Uma glória para um povo por tanto tempo esquecido.





Sobre a pena azul maior do cocar branco que foi doado ao indigenista Axayray, eis que uma rajada de vento, de súbito, sopra forte sobre ele buscando desprende-la e leva-la para longe desfigurando o conjunto da obra prima criada. Mas o cocar resiste. Estão firmes costuradas as penas que unidas umas às outras o mantém forte e invencível apontando para a soberania e autodeterminação do Povo Ofaié.

Salve a comunidade Ofaié! Hegreífuara comunidade Ofaié!

Brasilândia/MS, 26 de janeiro de 2024.


Sobre a nova Secretária de Estado da Cidadania, confira: Viviane Luiza da Silva: Primeira Secretária de Cidadania do Brasil – BLINK102 – CAMPO GRANDE- MS


sábado, 27 de janeiro de 2024

 

Que queres de nós, Jesus Nazareno?

Carlos Alberto dos Santos Dutra



 

As leituras deste 4º Domingo do Tempo Comum nos falam da missão profética, a partir de Moisés, que é destinada a todos nós (Deuteronômio 18,15-20), e que também, por isso, devemos repensar nossas prioridades no serviço de Deus e dos irmãos (1 Coríntios 7,32-35).

 

Mas é no Evangelho que encontramos o caminho e as condições para alcançar esses propósitos contidos na 1ª e 2ª leitura. Condições que se dão inevitavelmente por aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, Jesus Cristo, que nos ensina a agir com autoridade quando interpelados: --Que queres de nós, Jesus Nazareno?. Sábia resposta que há de nos transformar em homens e mulheres livres da força do pecado.

 

Vejamos as belas e atiladas palavras dos discípulos de Leão Dehon sobre esse tema. Aquele homem com um espírito impuro que interpela Jesus na sinagoga de Cafarnaum representa todos os homens e mulheres, de todas as épocas, que são reféns do egoísmo, do orgulho, da autossuficiência, do medo, da exploração, da exclusão, da injustiça, do ódio, da violência, do pecado;

 

O homem com um espírito impuro representa essa humanidade que percorre um caminho à margem de Deus e das suas propostas, que aposta em valores efémeros e escravizantes ou que procura a vida em propostas falíveis ou efémeras.

 

Para todos nós que, de uma forma ou de outra, vivemos mergulhados nesta realidade desumanizadora, o relato de Marcos deixa uma Boa Notícia: Deus não se conforma com o fato de os homens trilharem caminhos de morte, e virá sempre ter conosco para nos oferecer a liberdade e a salvação.

 

Para Marcos, a proposta de Deus chega a todos, e torna-se realidade viva e atuante em Jesus. Ele é o Messias libertador que, com a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as suas ações, vem propor aos homens um caminho novo de liberdade e de vida.

 

Ao egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha;

Ao orgulho e à autossuficiência, Ele contrapõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; 

À exclusão, Ele propõe a tolerância e a misericórdia;

 

À injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites; 

Ao medo, Ele contrapõe a liberdade; 

À morte, Ele contrapõe a vida.

 

Diante de tanta generosidade, podemos nos perguntar: --Estou disponível para caminhar com Jesus, para acolher as suas propostas, para abraçar o seu projeto, para acolher a libertação que Ele veio me oferecer?

 

Os discípulos de Jesus são as testemunhas, aqui e agora, da sua proposta libertadora. Eles têm de continuar a missão de Jesus e de assumir a mesma luta de Jesus contra todos os demônios que introduzem no mundo dinâmicas criadoras de sofrimento e de morte.

 

Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu e lutar, se necessário até ao dom total da vida, por um mundo mais humano, mais livre, mais solidário, mais justo, mais fraterno.

 

Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm a grave responsabilidade de lutar, objetivamente, contra tudo aquilo que desumaniza os filhos e filhas de Deus.

 

Será que essa é também a minha luta?

 

O texto refere o incomodo do homem com um espírito impuro, diante da presença libertadora de Jesus. O pormenor faz-nos pensar nas reações agressivas e intolerantes – por parte daqueles que pretendem perpetuar situações de injustiça e de escravidão – diante do testemunho e do anúncio dos valores do Evangelho.

 

Apesar da incompreensão e da intolerância de que são, por vezes, vítimas, os discípulos de Jesus não devem deixar-se encerrar nas sacristias, ficando à margem da história por medo ou comodismo; mas devem assumir corajosamente e de forma bem visível o seu empenho na transformação das realidades políticas, econômicas, sociais, laborais, familiares.

 

Aquele homem dominado por um espírito impuro não deve ter entrado pela primeira vez na sinagoga de Cafarnaum naquele sábado. Provavelmente participava habitualmente na liturgia e orações, escutava a Palavra de Deus que era lida e as explicações dos escribas. Mas só nesse dia se sentiu questionado e incomodado pela Palavra que escutou.

 

Por quê? Com certeza porque Jesus proclamou e explicou a Palavra de uma forma nova, com autoridade, com aquela autoridade que lhe vinha da sua experiência de Deus.

 

Sim, é possível. E entre nós? A Palavra de Deus que ecoa todos os dias nas nossas celebrações por onde anda?

Elas transmitem uma experiência de Deus e nos faz sentir a presença de Deus?

Provoca alguma transformação no coração dos que a escutam?

 

Ela nos interroga?, nos desafia?, nos provoca?, nos inquieta ou nos deixa indiferentes e sempre adormecidos?


--Que queres de nós, Jesus Nazareno?

 

A luta contra os demônios que desafiam o mundo e escravizam a nós e nossos irmãos é sempre um processo doloroso. Ele gera conflitos, divisões, sofrimento; mas é, também, uma aventura que vale a pena ser vivida. Uma luta que vale a pena travar. Embarcar na barca de Jesus nessa aventura é tornar-se cúmplice de Deus na construção de um mundo de homens e mulheres livres.

 

Os ouvintes de Jesus estavam habituados a receber ensinamentos. A diferença que fazem entre o ensino de Jesus e o dos escribas e fariseus é que Jesus ensina como homem que tem autoridade. O que ele fala não é repetição, nem palavras ditas de cor, mas pronunciada do coração para atingir o coração.

 

O espírito mau sabe quem é Jesus – o Santo de Deus – e reconhece a sua autoridade: Jesus veio para vencer as forças do mal com um ingrediente novo: Jesus diz coisas novas. Ele não diz em nome de alguém alguma coisa. Por isso Ele diz: --Eu vos digo...

 

Então, meus irmãos. O que faremos com a Palavra que nos foi ofertada hoje? Por duas vezes, Marcos chama a nossa atenção para o ensino de Jesus, feito com autoridade. Jesus anuncia uma palavra nova, trata-se de uma palavra que faz crescer, que está ao serviço do crescimento do ser e da vida.

 

É o sentido da ordem de Jesus ao espírito mau: --Cala-te e sai deste homem! Isso porque Jesus veio para que os homens tenham a vida e a tenham em abundância. A sua autoridade é unicamente um poder de vida e não de morte. Quando Ele diz, aquilo que Ele diz se realiza.

 

Autoridade sim. Autoritário não. O autoritário é um fraco, um prepotente que quer fazer aquilo que pensa só porque está comandando e as pessoas têm que obedecer de alguma forma, e aí produz nas pessoas uma obediência amarga, muitas vezes, um peso e não convence ninguém.

 

Já Jesus e sua autoridade, convence, sabe o que quer, propõe, faz com que as pessoas acolham, demonstra nos fatos a sua autoridade. Por isso Jesus tem credibilidade quando fala de paz, amor e fraternidade.

 

Que a missão profética iniciada com Moisés e as palavras ditas com a santa autoridade de Jesus nos ajudem a repensar nossa prática a serviço do Reino de Deus e que também é nosso. E dar a resposta firme e profética contra o mal: —Cala-te e sai...

 

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Brasilândia/MS, 27 de janeiro de 2024. Diácono Carlito. 4º Domingo do Tempo Comum. Paróquia Cristo Bom Pastor. Celebração na Comunidade São Vicente de Paulo e Igreja Matriz.

 

Foto: 09/01 – Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem! – Pastoral Universitária UniSALESIANO

Fonte: 04º Domingo do Tempo Comum - Ano B [atualizado], 28 de janeiro de 2024. https://www.dehonianos.org/portal/leao-dehon/José Ornelas, Joaquim Garrido, Manuel Barbosa, Ricardo Freire, António Monteiro Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos). Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal. Liturgia -Dehonianos

 

Ah! O tempo voa, meninas.

Carlos Alberto dos Santos Dutra



Dois sentimentos, duas expressões, dois momentos.

O primeiro: Ah! Como o tempo voa.... Palavras que num suspiro nos levam ao passado e o tempo vivido. É quando a saudade nos envolve e as lembranças nos tomam de assalto. São nomes, lugares, sorrisos e lágrimas que sedimentam a trajetória que fizemos ao longo dos anos.

E o que vemos? A criança em crescimento e em segurança nos nossos braços

E isso nos faz bem, nos conforta saber que participamos, de alguma forma, de uma vida. Sentimento que nos abranda o espírito e a alma.

O segundo: É. O tempo voa. Afirmação que aponta o olhar para o hoje e o amanhã. Tem como ponto de partida o aqui e o agora. Nos permite contemplar, não somente a largada e o trajeto percorrido, mas o tempo presente, o ponto de chegada, o êxito alcançado, a felicidade conquistada.

Aqui percebemos: A jovem que amadureceu, trilhando a sua própria história

E isso nos faz, igualmente, e ainda mais, muito bem. Nos enche de gratidão e confiança no futuro que nos espera e com quem mais amamos.

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São esses dois sentimentos - de ontem e de hoje -, que se acercam de nossos corações neste dia 27 de janeiro, quando Ângela e Valéria aniversariam.

Não. Não vamos nos alongar recordando a alegria de tê-las carregado no colo e, logo após o nascimento, tê-las levado à pia batismal, ao lado da família, há 40 anos.

Hoje elas são moças, senhoras, profissionais, cidadãs, mães de sangue e de coração, tias, madrinhas, manas, amigas e filhas diletas de uma família que nutre o maior orgulho de vê-las realizadas e vitoriosas no curso de suas vidas.

Ângela e Valéria, recebam, pois, neste dia, o carinho de seus dindos que permanecem por aqui e a dinda lá do céu, que desejam a vocês toda a felicidade do mundo, ao lado de seus amores e amados, seus rebentos adorados e os frutos do amor verdadeiro.

Sim, meninas, o tempo voa. E tem pressa para abraçá-las e brindá-las com a recompensa e os louros pela caminhada que as trouxe até aqui e além mais, com gratidão. Que Papai do Céu vos aponte sempre um horizonte de sucesso, paz e prosperidade.

Feliz Aniversário Ângela e Valéria. Parabéns Família Dutra Serafin.

Brasilândia/MS, 27 de janeiro de 2024.

 

 

 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

 

Bibliografia Digital Ofaié:





 Artigos Acadêmicos


Eu quero falar Ofayé.

https://www.academia.edu/37728704/_Eu_quero_falar_Ofay%C3%A9_A_in_visibilidade_lingu%C3%ADstica_no_ensino_e_na_pesquisa_da_l%C3%ADngua_materna_ind%C3%ADgena

 

O território Ofaié e o conceito de poder e violência.

https://www.academia.edu/33862497/O_Territ%C3%B3rio_Ofai%C3%A9_e_o_conceito_de_poder_e_viol%C3%AAncia_em_Mato_Grosso_do_Sul_Brasil

http://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/viewFile/htu.2011.152.02/500

O território Ofaié e o conceito de poder e violência em Mato Grosso ... www.etnolinguistica.org › artigo:dutra-2011

 

Ofaié: pelos caminhos da história.

https://www.academia.edu/12412917/O_territ%C3%B3rio_Ofai%C3%A9_pelos_caminhos_da_hist%C3%B3ria

http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/historiaemreflexao/article/view/382/291

http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/artigo%3Adutra-2007/dutra_2007_territorio_ofaie.pdf

 

O posto de atração do Peixinho.

https://www.webartigos.com/artigos/o-posto-de-atracao-do-peixinho-e-os-ofaie/51474

 

Os Ofaié entre o Ivinhema e o Três Barras.

https://www.webartigos.com/artigos/os-ofaie-entre-o-ivinhema-e-o-tres-barras/24719

 

Vamos falar Ofaié?

https://carlitodutra.blogspot.com/2022/11/vamos-falar-ofaye-carlos-alberto-dos.html

 

O córrego do Puladouro

https://www.webartigos.com/artigos/o-corrego-puladouro-o-imasul-e-o-indios-ofaie/19571

 

O Agã Chanagui Ofaié.

https://www.webartigos.com/artigos/o-aga-chanagui-ofaie/19174

 

Apontamento sobre o Povo Ofaié.

https://www.webartigos.com/artigos/apontamentos-sobre-o-territorio-ofaie/2237

 

Aparecida Ofaié foi ao encontro do mar

https://carlitodutra.blogspot.com/2022/06/aparecidaofaiefoi-ao-encontro-do-mar.html

 

Ofaié e Guarani se encontram no ivynhema

https://carlitodutra.blogspot.com/2017/12/ofaie-em-ivynhema.html

 

Marilda Xartâ Ofaié, a mestra

https://carlitodutra.blogspot.com/2015/03/marilda-xarta-ofaie-mestrados-doutores.html

 

Livros/Site sobre os Ofaié.

 

O Povo do mel.

http://lemad.fflch.usp.br/sites/lemad.fflch.usp.br/files/ofai%C3%A9%20o%20povo%20do%20mel.pdf

Ofaié, o povo do mel (Dutra 1991) - Biblioteca Digital Curt Nimuendajú (etnolinguistica.org)

 

A realidade indígena em mato Grosso do Sul.

http://www2.fct.unesp.br/nera/publicacoes/singa2005/Trabalhos/Artigos/Franciele%20Gon%E7alves.pdf

 

Breve História Ofaié.

https://ndh-cptl.ufms.br/?page_id=712

 

Ofaié.

https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Ofai%C3%A9

 

Vídeos / Áudios sobre os Ofaié.

 

O último canto dos Ofaié.

http://www.etnolinguistica.org/media:19mar2003

 

Ofaie-Xavante: Retrato de um Povo.

https://www.youtube.com/watch?v=uRoErb_BPC8

 

Os Ofaié e a Cesp

.https://www.youtube.com/watch?v=S6dzqa61hmU

 

O lamento de Hanto-grê Ofaié.

https://www.youtube.com/watch?v=JugBdH4wwmo

 

Ofaié na TV Educativa-1999.

https://www.youtube.com/watch?v=qgjEpen4pEw

 

Dicionário Bilingue

(7) Facebook

 

Vídeos Ofaié – Núcleo de Documentação Histórica-UFMS.

 

Bibliografia Ofaié

https://ndh-cptl.ufms.br/?page_id=1043

 

Futebol Ofaié – Projeto Faz a Diferença-Fibria.

https://www.youtube.com/watch?v=RoCLldYy8FY

 

Somos o Povo Ofaié – Imagens.

https://www.youtube.com/watch?v=hULNkYxQg_k&t=625s

 

A História da aldeia Ofaié.

https://www.youtube.com/watch?v=5H19Mqg0RVM

 

Artesanato indígena Ofaié – MS Record.

https://www.youtube.com/watch?v=f56SRXMMP3I

 

Bibliografia Ofaié

Notícia dos Ofaié-Chavante (Ribeiro 1951) - Biblioteca Digital Curt ... www.etnolinguistica.org › biblio:ribeiro-1951-noticia

Etnografia e indigenismo: sobre os Kaingang, os Ofaié-Xavante e os ... www.etnolinguistica.org › biblio:nimuendaju-1993-etnografia

Ofaié-Xavánte, a Jê language (Gudschinsky 1971) - Biblioteca ... www.etnolinguistica.org › biblio:gudschinsky-1971-ofaie

MIRTES CRISTIANE BORGONHA HISTÓRIA E ETNOGRAFIA ... www.etnolinguistica.org › tese:borgonha-2006 › borgonha_2006

Escola Ofayé E Iniecheki. lemad-dh-usp_escola_ofayé_e_iniêcheki.pdf

 

Notícias Ofaié

Com fazenda ocupada pelos Ofayé-Xavante, TRF3 confirma legalidade de demarcação (uol.com.br)

MPF/MS: Funai tem 6 meses para demarcar a Terra Indígena Ofayé-Xavante | Jusbrasil

Terra Indígena Ofayé-Xavante | Terras Indígenas no Brasil (terrasindigenas.org.br)

MS - Povos indígenas da TI Ofaié-Xavante aguardam há 22 anos por demarcação pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e homologação por decreto presidencial - Mapa de Conflitos Envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil (fiocruz.br)

Protagonismo Digital MS (sed.ms.gov.br)

Ofaié: uma língua brasileira (clickideia.com.br)