Os pássaros e a beleza do Rio Verde.
A preocupação com o meio ambiente, infelizmente,
hoje, se faz notar somente por uma minoria que se posiciona publicamente contra
as agressões praticada contra ela. É incrível. Com toda a tecnologia e informação
disponível ainda vemos nos dias atuais homens maduros gastando parte do seu
tempo produtivo capturando animais silvestres. Causa indignação a recente
noticia que em Santa Rita do Pardo um cidadão foi flagrado criando 17 aves
silvestres em cativeiro no assentamento rural Porto Seguro, segundo o Portal G1.
Atitude digna não de uma criança, pois os jovens
hoje estão aí a ensinar como se deve respeitar o meio ambiente em ações e
projetos que são o orgulho para muitos pais e professores. A notícia diz que
ele foi multado em 9 mil reais. Faz-me rir. Como coisa que multas contra
pessoas que agridem o meio ambiente fossem pagas ou modificassem a mentalidade
primitiva dessas pessoas.
A lá estavam na residência do assentado três
paturis, um canário-da-terra, cinco pássaros-pretos, quatro curiós, três
coleirinhas e um sangue-de-boi, que estavam em 15 gaiolas a espera de compradores
que vivem do tráfico de animais. Mais que isso, pássaros que lá estavam – oxalá
-, a espera que algum vizinho levantasse a voz e denunciasse este ato criminoso
praticado contra a vida desses animais indefesos.
Cá no nosso quintal, a natureza também não está segura.
Como se não bastasse as dezenas de atropelamentos de animais silvestres pelas
estradas, sobretudo pela BR 158 que atravessa a Reserva Cilsapina e diversas
áreas de preservação e maciço florestal plantado entre Brasilândia e Três
Lagoas, a ação predatória do homem engrossa a fila dos destruidores da
natureza.
Há poucos dias a Polícia Militar Ambiental autuou e
multou um homem de 35 anos por derrubar árvores nas margens do curso d’água de
um riozinho cristalino que atravessa o loteamento Beleza Rio Verde, aqui em
Brasilândia. Um loteamento criado para o deleite daqueles que curtem a
natureza, na margem de um dos rios mais piscosos que existiu na Costa Leste Sul
Mato-grossense, eis que este cidadão, resolve, a seu bel prazer, degradar 10
mil metros quadrados de mata ciliar que protege as margens desse rio, que é
Área de Preservação Permanente (APP) protegida por lei.
A notícia informa que ele deverá pagar uma multa de 5
mil reais e apresentar um plano de recuperação de área degrada. Área degrada,
registre-se, que ele próprio degradou. Recuperação que, aliás, nunca será igual
e com a mesma diversidade implantada ao longo do tempo pela natureza pela
margem do rio que serviu e serve de alimento para a fauna deste córrego Beleza
e deságua seu caudal a poucos metros no Rio Verde.
Assim como os pássaros, presos e debatendo-se em
minúsculas gaiolas, assim também se vai a beleza dos rios quando solapamos suas
matas ciliares e o sufocamos com nossa irresponsabilidade. (Por Carlos Alberto dos Santos Dutra)
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