segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Os pássaros e a beleza do Rio Verde.


A preocupação com o meio ambiente, infelizmente, hoje, se faz notar somente por uma minoria que se posiciona publicamente contra as agressões praticada contra ela. É incrível. Com toda a tecnologia e informação disponível ainda vemos nos dias atuais homens maduros gastando parte do seu tempo produtivo capturando animais silvestres. Causa indignação a recente noticia que em Santa Rita do Pardo um cidadão foi flagrado criando 17 aves silvestres em cativeiro no assentamento rural Porto Seguro, segundo o Portal G1.

Atitude digna não de uma criança, pois os jovens hoje estão aí a ensinar como se deve respeitar o meio ambiente em ações e projetos que são o orgulho para muitos pais e professores. A notícia diz que ele foi multado em 9 mil reais. Faz-me rir. Como coisa que multas contra pessoas que agridem o meio ambiente fossem pagas ou modificassem a mentalidade primitiva dessas pessoas.

A lá estavam na residência do assentado três paturis, um canário-da-terra, cinco pássaros-pretos, quatro curiós, três coleirinhas e um sangue-de-boi, que estavam em 15 gaiolas a espera de compradores que vivem do tráfico de animais. Mais que isso, pássaros que lá estavam – oxalá -, a espera que algum vizinho levantasse a voz e denunciasse este ato criminoso praticado contra a vida desses animais indefesos.

Cá no nosso quintal, a natureza também não está segura. Como se não bastasse as dezenas de atropelamentos de animais silvestres pelas estradas, sobretudo pela BR 158 que atravessa a Reserva Cilsapina e diversas áreas de preservação e maciço florestal plantado entre Brasilândia e Três Lagoas, a ação predatória do homem engrossa a fila dos destruidores da natureza.

Há poucos dias a Polícia Militar Ambiental autuou e multou um homem de 35 anos por derrubar árvores nas margens do curso d’água de um riozinho cristalino que atravessa o loteamento Beleza Rio Verde, aqui em Brasilândia. Um loteamento criado para o deleite daqueles que curtem a natureza, na margem de um dos rios mais piscosos que existiu na Costa Leste Sul Mato-grossense, eis que este cidadão, resolve, a seu bel prazer, degradar 10 mil metros quadrados de mata ciliar que protege as margens desse rio, que é Área de Preservação Permanente (APP) protegida por lei.

A notícia informa que ele deverá pagar uma multa de 5 mil reais e apresentar um plano de recuperação de área degrada. Área degrada, registre-se, que ele próprio degradou. Recuperação que, aliás, nunca será igual e com a mesma diversidade implantada ao longo do tempo pela natureza pela margem do rio que serviu e serve de alimento para a fauna deste córrego Beleza e deságua seu caudal a poucos metros no Rio Verde.

Assim como os pássaros, presos e debatendo-se em minúsculas gaiolas, assim também se vai a beleza dos rios quando solapamos suas matas ciliares e o sufocamos com nossa irresponsabilidade. (Por Carlos Alberto dos Santos Dutra)

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