quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Todos contra a Dengue.






Com este mosquito não se brinca
Carlos Alberto dos Santos Dutra

Uma febrezinha aqui, uma dorzinha no corpo ali... E vamos levando. Preparamos um chazinho aqui, um analgésico ali, e achamos que tudo não passa de um resfriado. 

Passam-se mais alguns dias, e achamos que está tudo superado. Até o dia que a fraqueza toma conta da gente e, não mais aguentando, corremos para o Posto de Saúde.

Lá o médico suspeita de Dengue e, após a prescrição do medicamento e recomendar repouso, notifica o caso à Vigilância Epidemiológica. 


No dia seguinte a enfermeira do órgão de saúde preventiva, acompanhada de um agente de combate a endemias, visita a residência do paciente e observa que os sintomas evoluíram e confirma a suspeita de Dengue, recomendando a realização de exame de sangue ao paciente.

Na maioria das vezes o paciente encontra sempre uma desculpa para não ir ao laboratório, para colher material e obter o diagnóstico e comprovação da doença. Só para ter uma ideia, somente 20% dos casos notificados procuram o laboratório para coletar sangue para envio ao Laboratório Central-LACEN, de Campo Grande/MS, e assim obter a confirmação da doença.

O número de casos notificados para a Dengue na vizinha Três Lagoas/MS, cuja marca atingiu na última semana mais de duas mil pessoas, também chegou ao nosso município. 


A doença é grave e não está presente somente na cidade das águas. Também está aqui, na cidade esperança. E o impertinente Aedes aegypti, transmissor da Dengue, da Chikungunya e da Zika vem com força total.

A Dengue vem para ceifar vidas e semear a morte entre nós. E quando não alcança o seu intento, deixa sequelas irreparáveis na saúde de suas vítimas.

Terrenos baldios sujos e abandonados por seus donos, descuido na limpeza dos quintais, galerias pluviais entupidas, lançamento de esgoto clandestino, impacto do desmatamento, e tantas agressões cometidas pelo cidadão no dia a dia, tudo se transforma no banquete para o vetor da Dengue, animais peçonhentos e demais transmissores de doenças.

Mesmo assim, sob risco constante, a população, a grande maioria preocupada com a incolumidade pública, tem de conviver com a má-educação e o desrespeito de alguns para com a coletividade.

Pelo descuido de alguns, a doença pune a todos. E causa dor, sofrimento e morte a quem amamos.

Uma lição de educação tão simples... 
Mas como é difícil colocá-la em prática...

Mesmo assim, lá estão eles, resolutos, os agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, equipe dos serviços urbanos, secretaria de obras, voluntários de igrejas e associações, comunidade consciente, todos labutando contra o lixo e o entulho, contra os quintais sujos e lotes abandonados. Todos fazendo a sua parte neste mutirão que a cidade promove. 

Mutirão que precisa avançar, na prática e no imaginário de todos nós: Com a pá carregadeira e patrola, caçamba e enxada, cavando fundo na consciência de todos nós...

Tudo para erradicar de vez do nosso comportamento o hábito do desleixo, do descuido e o desrespeito com o meio ambiente da cidade onde vivemos.

Combater o mosquito é um dever de todos! E procurar o médico ao menor sintoma também! 

Sentiu febre alta, dor abdominal, náuseas, vômito, diarreia, dor nos olhos, tontura, fraqueza, sagramento... Procure imediatamente um Posto de Saúde.


Brasilândia-MS, 19 de dezembro de 2018.

Um comentário:

  1. E isso meu senhor, e as vidas que se vao nos trás um vazio que jamais se preencherá, uma dor aguda e uma família destituída da presença da mãe. Quanta dor.

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