O exemplo, a autoridade e a obediência
Carlos Alberto dos Santos Dutra (*)
Em tempo de Covid-19, que imprime medidas sanitárias e o
preventivo isolamento social a todos, uma fotografia publicada na página do facebook da Diocese de Três Lagoas chamou
atenção deste escrevinhador.
Foi por ocasião da celebração de ordenação
sacerdotal do então neodiácono, agora padre, Ronaldo Rodrigues da Silva,
ocorrido no dia 11 de julho último, quando o bispo Dom Luiz Knupp Gonçalves impôs
as mãos sobre o neo-sacerdote naquela abençoada celebração eucarística de ordenação
presbiteral.
E lá estava aquela autoridade eclesiástica, no exercício de
suas funções e missão, por assim dizer, no seu ambiente de trabalho, sem
prejuízo algum a terceiros, usando máscara.
A sua frente, igualmente, recebendo
as ordens ministeriais do representante da Igreja ordinária local, se encontrava
o jovem padre também usando máscara. Ambos em plena harmonia, protegendo-se e dando
proteção aos que se encontravam a sua volta.
O quadro agora está completo. Para além do mistério e reverência
que o rito romano encerra naquele momento sagrado digno dos anjos celestes e da
ação do Espírito Santo, que desce à terra ao encontro de seus fiéis
amados.
Para além dos que creem e os que não creem nesta realidade teândrica
que move os cristãos no mundo inteiro: o quadro em si inspira, sobretudo, a virtude da obediência e do
exemplo.
Obediência, porque todos sabem o poder de morte que o novo
Coronavirus possui. Mais de 70 mil almas brasileiras já foram ceifadas por esta
pandemia que acomete quase dois milhões de irmãos só em solo pátrio, sobretudo os mais desamparados.
Obediência às orientações
sanitárias decretadas pelos órgãos oficiais de saúde publica que todos, de sã consciência, são uníssonos
em defender e pregar. O isolamento social e o uso de máscara para se proteger e proteger os
outros da disseminação desta peste é o mandamento do dia que se chama hoje.
Obediência que - muitos podem até não concordar se elas são adequadas ou não, porém consenso entre os especialistas infectologistas, e
demais especialidades médicas -, são as mais indicadas e única forma possível de combater a
propagação da doença, até que surja uma vacina para imunizar a população que se
encontra em permanente risco de morte no mundo inteiro.
Obediência que manifesta o quão frágil nós somos, e que
precisamos de proteção. Primeiro: divina, a quem depositamos total confiança no
Pai que nos criou e abençoou cumulando-nos de dádivas num mundo maravilhoso de
sol, água e paz.
E segundo: proteção da ciência, da inteligência, também ofertada
por Deus, aos nossos cientistas, sobretudo no campo da medicina que é exemplo
para o mundo todo, estando na vanguarda das descobertas científicas, tantas
vezes desprezadas e pouco apoiadas.
E, síntese de tudo isso: o exemplo de quem pratica e que podemos aprender com a lição autoral como esta que nos foi graciosa e providencialmente dada pelo nosso superior e seu servo.
Ambos, ao revestirem-se dos cuidados exigidos
para a função e o trato com os demais, preventivamente usando máscaras em
público, na internet, no jornal, no dia a dia, eles dão o maior exemplo às demais
autoridades civis e militares do país.
Mostram que ninguém está acima da Lei, que
submete a todos. E para o que crê, nenhuma autoridade está acima da Lei de
Deus, que, como bons filhos devemos obedecer com humildade e confiança.
Exemplo a ser seguido por todo o cristão, a começar pelos
fiéis católicos, à exemplo de seu bispo, por padres, diáconos, religiosos,
ministros e leigos.
Diz o ditado cuja autoria é atribuída a Confúcio: ‘o argumento convence, mas o exemplo arrasta’.
É o que aquela foto nos inspira, além do registro que marca na retina e nos
corações dos que a veem: um momento divinamente impar de sintonia entre o céu e
a terra, entre a obediência e o exemplo, entre a Salvação e a cura.
Brasilândia/MS, 12 de julho de 2020.
(*) 64 anos, diácono permanente na Paróquia Cristo Bom Pastor, em Brasilândia/MS.
Muito bem colocado parabéns Carlito
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