segunda-feira, 14 de outubro de 2024

 

Homenagem ao Diácono Jandir Bianchi

Diác. Carlos Alberto dos Santos Dutra (Carlito)


 

Senhores aqui presentes

Um momento vou falar

E nestes versos cantar

O que vai neste meu peito

Mas, sem faltar o respeito

Peço licença, paisano

Aos senhores paroquianos

Para aqui homenagear

E na memória lembrar

Os passos e a caminhada

De quem trilhou esta estrada

Pelos campos do Senhor

Com a alma ainda em flor

Desde os tempos primeiros

Quando chegaram os pioneiros

Cheios de fé e devoção

Novenas, terços, oração

Religiosos jesuítas

E a fé se tornou bonita

Alento aos agricultores

Deram-se as mãos os senhores

Uma igreja em construção

Com a força dos irmãos

Sede Dourados nascia

Padroeiro, que alegria

Paróquia, comunidades

Tornando realidade

No Tamanduá, o distrito

São Pedro falou bonito

De Alcântara, em homenagem

Ao santo espanhol, coragem

Motivo de inspiração

Aos migrantes em oração.

E Deus foi maravilhoso

Fez nascer um religioso

Nascido em 36

21 de outubro era o mês

Veio ao mundo sorridente

E logo aprumou o vivente

Estudante dedicado

Até a 5ª série, esforçado

Mas a Deus sempre fiel

Anjos do céu em tropel

Foi chegando a juventude

Pediu a Deus que lhe ajude

A encontrar a companheira

Uma mulher trabalhadeira.

Se casou aos 21 anos

E lá vai o paroquiano

O Jandir e a Fiorentina

Criaram com disciplina

Uma família, 8 filhos

Na fé, sem perder o brilho

Marlene, Ivanete, Sueli

A Ivone e a Marli

Odir, Igor e Ademir

Vivendo em paz e a sorrir

Para Deus e dedicar

Sua vocação, e doar

Testemunho iluminado

Foi quando veio o chamado

Pra fazer a formação

Diaconato, meu irmão

Na Diocese de Erechim

Sendo ordenado, enfim

No ano de 84

1º de janeiro, de fato

Para a alegria de quem

Sempre o viu fazendo o bem

Ministro sempre presente

Nas festas beneficentes

Nas Capelas celebrando

Amigos foi ajuntando

40 anos de vida

Diaconal de acolhida

A serviço do Evangelho

Tornou novo o que era velho

Dando a todos o exemplo

Ministro do altar e do templo

Nos encontros, reuniões

Devoto nas orações

Nossa Senhora, alegria

Homem de fé, nostalgia

Cantar e falar italiano

Dá prazer ao veterano

88 anos de idade

Alma de felicidade

Tem sua mãe lá no céu

Abençoa com seu véu

Nosso filho predileto

Rodeado de netos, bisnetos

Pai generoso abrigou

A todos que encontrou

Tem coração de gigante

Sua personalidade marcante

Sempre disposto e sereno

Tornou celeste o terreno

Temos muito a agradecer

E a Deus Pai poder dizer

Jandir Bianchi, obrigado

Que teu nome seja lembrado

Neste teu aniversário

Que receba o relicário

Da família e comunidade

Plena de fraternidade

De gratidão e afeto

Destes teus filhos seletos

No calor da amizade.


Parabéns Diácono Jandir Bianchi

Parabéns Comunidade São Pedro de Alcântara.

 

Comunidade São Pedro de Alcântara,  20 de outubro de 2024

Distrito de Tamanduá, Aratiba/RS

Diocese de Erechim.

 

Diácono Jandir Bianchi

Data de Nascimento: 26 de Outubro de 1936

Data de Ordenação Diaconal: 1º de janeiro de 1984

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 12 de outubro de 2024

 

Parabéns Conselheira de Saúde, dona ZIZA

 Carlos Alberto dos Santos Dutra

 




1-Muitas coisas nos deixam felizes

Uma delas é saber que alguém

Pessoa que queremos bem

Ela está ao nosso lado

Um amigo, um aliado

Disposto a nos ajudar

Alguém capaz de sonhar

Outros sonhos, realidades

Nos mostrar felicidade

Rosto cheio de otimismo

Pleno de companheirismo

E saber esconder a idade.

 

2-Mesmo que a vista falte

Não é mulher que se entrega

O desânimo não carrega

Desde quando era menina

Filha da roça, imagina

Nunca fugiu do batente

Logo a mocinha valente

Descobriu que a vida é luta

Que o som da terra se escuta

Também onde nós pisamos

As sementes que plantamos

Que nos devolvem as frutas.

 

3-E assim passam os anos

Tantas bênçãos que colhemos

As escolhas que fazemos

Por onde nós caminhamos

Tantos sonhos que buscamos

E lá vai nossa guerreira

Firme tronco de aroeira

Até virar Margarida

Mais que uma flor, uma vida

Movimento de mulheres

Deixou cozinha e talheres

Para a luta foi nascida.

 

4-E por incrível que pareça

Aquele corpo franzino

Tinha fôlego paladino

Fazendo ecoar o grito

Da terra, e os conflitos

Bandeiras que empunhou

Sindicato militou

Coragem que resistiu

Voz do silêncio se ouviu

Onde quer que ela andou

Com brado forte alcançou

Fibra assim nunca se viu.

 

5-Assim foi com dona ZIZA

Fazendo valer a sina

De mulher, mãe heroína

Sempre atenta ao que acontece

Mulher que nunca esmorece

Fundou uma associação

De bairro e em mutirão

Destacada liderança

Emoção que não se cansa

Vive assim cheia de planos

Com apenas 86 anos

Ainda permanece criança.

 

6-E quando parece cansada

Eis que encontra forças novas

Poe a juventude a prova

Sorri com modesta vaidade

Rainha da Terceira Idade

Por muitos foi festejada

Não é de ficar parada

Novo rumo foi tomar

Quando voltou a estudar

E prosseguiu autodidata

Vereadora candidata

Uma mulher exemplar.

 

7-Ó dona Jesuína, amiga

Quanto tempo a conhecemos

O mundo ficou pequeno

Para o muito que criaste

Das vezes que participaste

Do Conselho da Saúde

Tua firme atitude

Com você nós aprendemos

Com teu saber convivemos

E os teus questionamentos

Pedindo melhoramento

Precisamos agradecer.

 

8-Sempre lá reivindicando

À Saúde e ao Conselho

Um remédio, um aparelho

Sempre pensando no povo

Tanto o velho como o novo

A todos deixou o exemplo

Mulher para além do seu tempo

Mostra, sim, qual o lugar

Onde a mulher deve estar

Tomando suas decisões

Por isso, congratulações

Combatente conselheira

Da Saúde uma parceira

Aceite nossa homenagem

Ao seu gesto de coragem

Queremos agradecer

E de coração lhe dizer

Esta sincera mensagem.

 

Parabéns Dona Ziza. Obrigado Dona Ziza.


Brasilândia/MS, 12 de outubro de 2024.

Dia de Nossa Senhora Aparecida.

 

 

sábado, 5 de outubro de 2024

 

A simplicidade franciscana de seu Valdetino.

Carlos Alberto dos Santos Dutra












No dia 4 de outubro de 2020, num domingo ensolarado, a cidade recebeu a notícia do falecimento do senhor Valdetino Salles da Silva, pai da vereadora e então presidente da Câmara Municipal de Brasilândia/MS, Maria Jovelina da Silva, popular Jô Cabeleireira

Não sem pesar, cumpre lembrar – hoje, passados 4 anos --, que esta despedida, não por acaso, recaiu sobre uma das datas mais comemoradas no mundo inteiro: Dia de São Francisco, nascido em Assis, na Itália, há 800 anos.

O nosso Valdetino que vivia na Cidade Esperança, cá num pontinho incandescente do Centro Oeste brasileiro, entretanto, tinha algo em comum com aquele que é o Santo mais amado no mundo. Ele era um homem manso de coração, terno nas palavras, profundamente humano e caridoso; e um defensor da paz e da harmonia entre o homem e a natureza.

Nascido em 13 de setembro de 1944, construiu uma história de vida que hoje, por ocasião de sua Páscoa definitiva, pode ser lembrada com carinho e saudade por todos. Trabalhador rural que nunca enjeitou serviço, havendo notícia de sua labuta desde moço quando ainda quebrava milho nos tempos áureos da fazenda Pedra Bonita, recorda um amigo nas redes sociais.

As lágrimas rolam pelo rosto daqueles que não tiveram a oportunidade de conhecê-lo melhor, sua história, sua família, seus sonhos e suas realizações. Descuidado que somos com quem nós amamos, é nesta hora, da derradeira despedida, que um nó na garganta nos surpreende e sufoca; e não sabemos dizer o porquê.

Casado com Raimunda Maria Lira, conhecida como Derci, teve um lar abençoado gerando sete filhos aos quais o casal educou-os e os viu crescer um a um, todos realizando-se profissionalmente: Aparecida Dóris da Silva, Francisco da Silva, Maria Jovelina da Silva, Luzia da Silva, Cícero da Silva, Valdeci da Silva, Valdetino Salles da Silva Filho.

A memória de São Francisco, hoje, se encontra eternizada na construção da imponente Basílica de São Francisco entre as colinas da Úmbria, na Itália. E por aqui, não diferente, a lembrança do nosso Valdetino há de permanecer viva, pilastrada no imponente prédio de carne e osso, de valores e verdades que construiu ao longo dos dias no coração desta comunidade.

Homem profundamente humano e de aparência simples, escondia no olhar a força e o silêncio dos dias que já se foram e um desejo sincero de mirar longe, tal qual um monge na planura do topo da montanha, comunicando afeto, apontando caminhos sendo motivo de contemplação.

Sempre guardava para os amigos uma alegria a mais. Solícito e disposto, nos momentos de enlevo - recorda uma amiga -, contava pequenas histórias e graças que suavizavam a dureza dos dias e o entardecer.

Nesta hora de tristeza e dor, é como se abríssemos o álbum de fotografias de nossas vidas e -- numa busca candente e apaixonada por algo que nos afague as mágoas --, pudéssemos folhar suas páginas e alisar seu rosto em busca dos melhores momentos, de doçura e respeito que ele sempre dedicou à família.

--Ah, pai Valdetino, meu guerreiro --, diz a filha Jô com carinho. Sempre animada agradando o pai, enquanto o conduzia para os eventos festivos da Terceira Idade, reuniões, tardes de lazer, concurso de beleza, palestras.... Nestes momentos ela era só felicidade. É como se voltasse no tempo e, de mãos dadas com aquela fortaleza ao seu lado, lá ia aquela menininha saltitante pela estrada, confiante, sem medo do amanhã, segurando firme e cheia de orgulho a mão de seu papai.

O homem parte. E seus frutos permanecem numa aura de luz por muitos anos, iluminando caminhos, partilhando exemplo e tudo o mais que causava admiração. E lá vai o nosso mestre que é só alegria, com um chapéu de couro, embalado pela música numa comemoração caipira, irradiando e festejando o segredo da felicidade.

Muitas são as lembranças deste guerreiro que lutou bravamente e que nunca esmoreceu. Entre as recordações que nos enchem de satisfação - sobretudo para este escrevinhador-, está um evento ocorrido em 2005 onde o seu Valdetino participou ativamente revelando o quanto este senhor, mesmo já avançado em idade, se preocupava com sua comunidade.

E lá o encontramos participando de uma assembleia geral que ocorreu no bairro onde morava, quando as famílias decidiram fundar a Associação de Moradores do Parque João de Abreu I e II. Ao lado de nomes históricos de antigos moradores da região: entre eles seu Brasilino Ferreira, dona Jesuína Camargo de Toledo, a querida dona Ziza, entre outros, lá se encontrava aquele cidadão engajado e atento aos problemas de seu bairro, participação decisiva que ficará nos anais da história.

São Francisco de Assis, quando partiu para o Reino de Deus sustentava a ideia de que toda criatura era um dom do amor absoluto de Deus. Depois de ter sofrido na pele o alto preço que pagou por defender a natureza, os animais e os pobres, despediu-se do mundo aos 45 anos. O nosso Valdetino, entretanto, viveu um pouco mais. Mas, para nossa tristeza, neste dia 4 de outubro se despediu de nós aos 76 anos.

O guerreiro parte e leva consigo o olhar e o abraço fraterno de todos que o conheceram e gostariam de lhe dar. Num tempo de isolamento social [vivíamos na pandemia] onde não nos é permitido aproximar e tocar, um pedido apenas: --leve contigo para o Céu nossos corações entristecidos! E receba o ósculo do reconhecimento que lhe dedicamos, amigo desta cidade que edificaste, sem nunca perder a simplicidade e a alegria de viver. Que São Francisco o receba no Céu. Amém.

 

 

Brasilândia, 5 de outubro de 2024. Publicado originalmente em 05.Out.2020 no site: https://www.institutocisalpina.org/asimplicidade-e-a-alegria-de-valdetino-salles-da-silva.html; Disponível em DUTRA, C.A.S. Quando eu me chamar saudade, 2. Ed., Vol. 1- Brasilândia, Edição do Autor, 2023, pág. 97-100.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

 

Senhor: Lá, onde a vaidade não vigora.

Carlos Alberto dos Santos Dutra



 

Uma caminhada concluída. Um objetivo alcançado. Uma experiência para a vida. Começou com o primeiro passo em direção àquilo que me propus. E por isso, estou aqui para agradecer por não ter duvidado daquilo que sou capaz de realizar.

Obrigado Senhor pelos meus pés que me levaram a distantes lugares para o encontro existencial de minha vida com aqueles, ao longo dos anos, postados à margem do conhecimento e das decisões... E ver o quanto isso fere. 

Obrigado por ter tido a oportunidade de melhor conhece-los e saber que eles existem, têm carne e osso, sorriem e choram, e são merecedores também de nossa atenção e olhar... 

Obrigado Senhor pelas minhas mãos que permitiram meus braços alcançar tantos carentes de afeto, de respeito e de reconhecimento. Isso me deu oportunidade de sentir o calor de suas vidas e o quanto eles podem dar de si na simplicidade de seus lares, mesmo se tratando de estranhos. 

Isso fez renascer em mim a sensibilidade esquecida para a grandiosidade dos gestos daqueles que vivem no campo, nas fazendas, povoados e rincões, como diz a canção, “lá, onde a vaidade não vigora”... 

Obrigado Senhor pelos meus olhos e ouvidos que viram e ouviram o som da vida que brota da boca de cidadãos e cidadãs, jovens e adultos, crianças e idosos, de todas as classes sociais e profissões, cheios de sonhos. 

Pessoas que partilharam suas reivindicações e também seu desejo de estar entre os que se fartam com a felicidade dos incluídos. Que almejam participar, quiçá, de um cadinho dos recursos necessários para continuarem vivendo e vendo seus filhos e lugares florindo... 

Tudo, Senhor, me encheu de graça e reverência diante destes heróis, mulheres e homens do campo. Só me restando coloca-los diante de Ti meu Deus, no posto mais alto desta humilde oração de ação de graça que Te faço.

Obrigado Senhor por mim e por todos aqueles que nesta campanha me acolheram sem maldade no coração. Mais que eleitores, eles são seres humanos que abriram as portas de seus lares para me acolher, me ouviram e me abraçaram com sua generosidade. Essa é a maior riqueza que levo para minha vida. 

Sim. Não foram todos tão generosos assim, mas ainda assim, peço por todos eles: que seus sonhos, vontades e reivindicações sejam acolhidas e alcançadas por mim ou por quem for eleito. Por eles todos eu rogo. 

Obrigado Senhor, por fim, pela oportunidade de poder entender que debaixo do sol impiedoso e escaldante, sob a poeira e o esquecimento, Tu estás lá, por mais distante que seja, ao lado destes pequeninos do Reino. 

Obrigado por me fazer, à semelhança de São Francisco, entende-Lo melhor na pessoa de cada um desses de sorriso franco e que todos os dias semeiam hortas de verduras, campos de cereais e rios que alimentam e matam a sede de esperança em todos nós. Amém.

 

Brasilândia/MS, 04 de outubro de 2024.

Dia de São Francisco de Assis.

Foto: Espiritualidade Ilustração de stock - Getty Images