sexta-feira, 4 de outubro de 2024

 

Senhor: Lá, onde a vaidade não vigora.

Carlos Alberto dos Santos Dutra



 

Uma caminhada concluída. Um objetivo alcançado. Uma experiência para a vida. Começou com o primeiro passo em direção àquilo que me propus. E por isso, estou aqui para agradecer por não ter duvidado daquilo que sou capaz de realizar.

Obrigado Senhor pelos meus pés que me levaram a distantes lugares para o encontro existencial de minha vida com aqueles, ao longo dos anos, postados à margem do conhecimento e das decisões... E ver o quanto isso fere. 

Obrigado por ter tido a oportunidade de melhor conhece-los e saber que eles existem, têm carne e osso, sorriem e choram, e são merecedores também de nossa atenção e olhar... 

Obrigado Senhor pelas minhas mãos que permitiram meus braços alcançar tantos carentes de afeto, de respeito e de reconhecimento. Isso me deu oportunidade de sentir o calor de suas vidas e o quanto eles podem dar de si na simplicidade de seus lares, mesmo se tratando de estranhos. 

Isso fez renascer em mim a sensibilidade esquecida para a grandiosidade dos gestos daqueles que vivem no campo, nas fazendas, povoados e rincões, como diz a canção, “lá, onde a vaidade não vigora”... 

Obrigado Senhor pelos meus olhos e ouvidos que viram e ouviram o som da vida que brota da boca de cidadãos e cidadãs, jovens e adultos, crianças e idosos, de todas as classes sociais e profissões, cheios de sonhos. 

Pessoas que partilharam suas reivindicações e também seu desejo de estar entre os que se fartam com a felicidade dos incluídos. Que almejam participar, quiçá, de um cadinho dos recursos necessários para continuarem vivendo e vendo seus filhos e lugares florindo... 

Tudo, Senhor, me encheu de graça e reverência diante destes heróis, mulheres e homens do campo. Só me restando coloca-los diante de Ti meu Deus, no posto mais alto desta humilde oração de ação de graça que Te faço.

Obrigado Senhor por mim e por todos aqueles que nesta campanha me acolheram sem maldade no coração. Mais que eleitores, eles são seres humanos que abriram as portas de seus lares para me acolher, me ouviram e me abraçaram com sua generosidade. Essa é a maior riqueza que levo para minha vida. 

Sim. Não foram todos tão generosos assim, mas ainda assim, peço por todos eles: que seus sonhos, vontades e reivindicações sejam acolhidas e alcançadas por mim ou por quem for eleito. Por eles todos eu rogo. 

Obrigado Senhor, por fim, pela oportunidade de poder entender que debaixo do sol impiedoso e escaldante, sob a poeira e o esquecimento, Tu estás lá, por mais distante que seja, ao lado destes pequeninos do Reino. 

Obrigado por me fazer, à semelhança de São Francisco, entende-Lo melhor na pessoa de cada um desses de sorriso franco e que todos os dias semeiam hortas de verduras, campos de cereais e rios que alimentam e matam a sede de esperança em todos nós. Amém.

 

Brasilândia/MS, 04 de outubro de 2024.

Dia de São Francisco de Assis.

Foto: Espiritualidade Ilustração de stock - Getty Images

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário