O serviço, as toucas e os pasteis de São Vicente
Carlos Alberto dos Santos
Dutra
Elas estavam lá. De vários
tipos e formas. Em formato de rede, sanfonadas, descartáveis, com elástico, de
TNT, pequenas ou grandes. Umas mais arredondadas, outras mais compridas; umas
mais esbeltas, outras mais gordinhas, dependendo da cabeça do usuário, porém
todas muito brancas e asseadas cumprindo o seu propósito de garantir a higiene
do alimento, sob a cabeça daqueles voluntários, prendendo, desde a farta
cabeleira das mulheres que ali estavam, até a falta de cabelo de alguns
dedicados homens, que naquele mutirão
participavam.
E nada os desanimava enquanto portavam suas toucas higiênicas e luvas, colocando literalmente a mão na massa. A banha estalando de quente desprendia um forte aroma ao redor da barraca fazendo a fila de espera crescer cada vez mais, onde uma centena de pessoas já se postava para ter em mãos o cobiçado pastel.
Idealizada pela
liderança da comunidade, dona Zélia, o carro chefe da noite, a Pastelada da Capela
São Vicente de Paulo, acontecia na Praça Ostelino Cardoso, no bairro João Paulo da Silva.
Era o dia 28 de setembro do ano de 2024, quando aquela comunidade de fé vicentina,
pertencente ao rebanho da Paróquia Cristo Bom Pastor, de Brasilândia/MS,
comemorava o seu 8º aniversário de fundação.
O empenho e a participação
dos diversos setores, pastorais e movimentos de Igreja deste evento coroavam a celebração dos Tríduos que aconteceram nos dias 24, 25 e 26 em preparação e honra ao
Padroeiro da Capela, a Missa Campal
realizada no dia 27, com direito a Procissão religiosa pelas ruas do
bairro, e que culminou com aquele encontro comunitário na
Praça. Momento celebrado com alegria e gratidão por todos os fiéis e comunidade em geral que lá
participou.
E lá estavam aqueles
dedicados jovens integrantes da Pastoral dos Coroinhas e da Infância
e Adolescência Missionária-IAM, quando era possível vê-los, cheios de zelo e
ardor missionário, correndo entre as mesas e os convidados, oferecendo Mousse e Bombons,
bem como cartelas para o jogo do Bingo, enquanto muitos outros,
igualmente, era possível vê-los -- Adilson, Zezão, Vitor e Coxiba, entre outros --, indo e vindo trazendo cadeiras e mesas de
outros lugares para suprir a demanda e acomodar a todos que aos poucos foram
tomando os espaços da praça que se tornou pequena para a grandeza da
solidariedade ali manifestada.
Trabalho realizado sob o
ímpeto de verdadeira pastoral de conjunto, lá estavam as Mulheres do Terço, os Ministros
da Comunhão e os Catequistas, Ministério da Música, Pastoral do Dízimo, ali
representados pelo seu Nico e dona Silvana no Caixa e o ministro Maurício
servindo bebida gelada; a ministra Adeliza e Dalmo na venda dos
pasteis e outros membros da comunidade garantindo a entrega de alimentos e
também recolhendo o material descartável num trabalho coletivo por demais admirável.
Sobre o coreto impossível não se deixar contagiar pela música que emanava das mãos e instrumentos que animavam a festa. Regidos pelo mestre, seu Nelson e sua sanfona, e o Fita e sua banda de percussão e voz que não deixava os presentes ficar sentados em seus lugares, fez com que o clima de animação levasse muitos dos que ali estavam se deixassem embalar pela música.
Em meio ao clima de forró, a pedido de um dos presentes, eis o que se viu foi: entre as mesas, pedindo licença e abrindo cancha, o Diácono ali presente e sua esposa que o acompanhou no compasso, saindo entreverado entre a poeira e a fumaça, como se diz lá no Rio Grande, rasgando o regalo de um vanerão caprichado.
Entre os colaboradores, é necessário destacar a destreza e criatividade dos locutores, incansáveis animadores do Bingo, que também informavam a saída do pastel, cujos pedido eram diligentemente feitos pela Jane, Bárbara e Paola, e os demais avisos comuns nestas festas populares. Também o pula-pula do Alex estava lá.
De longe podia se ver a catequista Lucilene anunciando e cantando as pedras do Bingo, dona Marta por perto ajudando, o Léo e equipe caminhando sempre atento por ali, e outros, como o Nezinho, que colaboraram: o Júlio e esposa Janaina, ajudando a fritar; padre Ronaldo que esteve presente abençoando o evento, entre outros tantos convidados.
De posse do
microfone até Dr. Antônio anunciou algumas rodadas do Bingo, já que a
festa era de todos. Também deixaram no lugar o seu abraço, sorrisos e propostas os candidatos a prefeito: Néia
e Márcia, entre outros vereadores que num gesto de fraternidade e
respeito, por todos foram recebidos e com civilidade tratados.
E as toucas higiênicas
continuavam lá, na cabeça dos pasteleiros e pasteleiras que, incansáveis, não
davam conta de atender a tanta gente num evento que adentrou altas horas do
sábado que aos poucos declinava. Não fosse a perseverança daqueles
Homens do Terço, suas brincadeiras e a descontração do Luiz Diogo, a firmeza do Jefferson, do Beto, do Eder, do Thiago Cano,
sob a vigilância do Serginho Duoro, no exercício das atividades
que iam, desde esticar e cortar a massa, colocar a carne sobre ela e pressionar
as bordas, até deixar descansar sobre o guardanapo para depois lançar sobre o óleo escaldante, a festa não teria todo aquele brilho. O passo seguinte era esperar: olhar a volta de tudo e contemplar o que ali eles estavam realizando.
Depois de terem ajudado a
trazer cadeiras e mesas para a Praça, e ajudado a preparar aquela pastelada, ao
lado de dona Eva, sempre firme na fritura, entre tantos, todos merecem o aplauso, o reconhecimento e a gratidão do Alto do Céu para suas vidas, sua saúde e suas famílias. Isso, porque dividiram o que tinham
– o seu serviço – em honra de São Vicente de Paulo, e colocaram nas mãos de Deus
e da mãe Maria, a sua melhor oferta e oração. Obrigado comunidade. Deus seja louvado.
Fonte: https://www.facebook.com/share/r/wGDYfYPuQZrV6UmY/?mibextid=xfxF2i
👏👏👏👏👏
ResponderExcluir👏👏👏👏👏👏
ResponderExcluir