sexta-feira, 20 de setembro de 2024

 

O futuro de Brasilândia está no voto
Carlos Alberto dos Santos Dutra


Faltam 15 dias para as eleições. Os carros de som, os adesivos, as bandeiras e as visitas domiciliares se acirram. A entrega de santinhos e as mensagens pelas mídias sociais ocupam mais espaço que os comícios, cada vez mais raros na agenda da cidade. Não como antigamente, mas a dinâmica da campanha continua a mesma, e ainda possui o seu atrativo e a sua força transformadora. 

A princípio, o movimento começou tímido, como se os candidatos estivessem esquentando os motores, enquanto aguardavam a adesão do povo e o patrocínio financeiro dos caciques deputados. E, assim, aos poucos, os candidatos foram arriscando o verbo e ousando avançar para águas mais profundas.

Diferente de eleições passadas, o pleito deste ano apresentou um diferencial: todos concordam que a cidade melhorou e ambos os candidatos fazem todo o esforço para que isso continue. Ou seja, todos os candidatos desejam e pregam que o município avance ainda mais. O que tornou também a eleição mais disputada.

Isso é o que se percebe na fala do povo e no pronunciamento dos candidatos através de suas lives e vídeos enviados aos mais diferentes eleitores. Tais expedientes oportunizam aos candidatos o feedback de seus potenciais eleitores no plano macro, distante do pessoal, viajando no mundo das ideias e das emoções.

O ambiente dos comícios, que antes da Lei 11.300/2006 permitia aos candidatos agraciar os eleitores com comida e bebida, promovendo shows de cantores, hoje perdeu parte do atrativo e o número de pessoas que os frequenta diminuiu drasticamente. Mais produtivas, os candidatos têm optado por transformar seus comícios em reuniões menores, dirigidas para um público alvo mais específico de eleitores.

Ainda assim, este ambiente sonoro e colorido, o calor da mensagem, a força da palavra e o sentimento corporativo das coligações demonstram o diferencial entre os candidatos e o ânimo de seus integrantes, formando uma amálgama de idealismo e sentimento pátrio.


Estar à frente no palanque, entretanto, é uma espécie de termômetro. Só que poucos percebem que ali não é o espaço para aprofundar propostas e projetos. Ali a matemática não conta e tampouco a lógica do raciocínio e das planilhas, o que pode ser mensurado no corpo a corpo. Mede-se o candidato pelo tom da voz e do alcance da verve, pela idoneidade e firmeza com que fala. E isso cativa o eleitorado, sobretudo o pouco letrado que valoriza e aprecia um bom orador. 

Ou seja, o candidato tem a oportunidade de dizer o que seria impensável, e o faz, para conclamar e provocar a massa. Em outras palavras, arrisca-se. É o momento de medir à quantas anda a sua empatia e comunicação com o eleitor. E saber o quanto ele é receptivo ao que o candidato pensa e diz.

A presença no palanque -- onde a primeira impressão é que fica --, é fundamental, pois ali o candidato começa a delinear a direção de seu discurso demarcando o campo e os passos que dará diante do grupo a que faz parte. E tem de serem rápidos, porque a urna os espreita logo ali no dia 6 de outubro, domingo da eleição. Chegado este dia, não há tempo para mais nada, a não ser confiar no que realizou e o consolo de que fez o melhor que pode.

Em que pese possa ter havido, de ambas as partes, alguma desídia e acusação disso ou daquilo em desfavor de alguém, ao eleitor inexoravelmente caberá a decisão. Ao candidato a Vereador e a Prefeito, nesta hora, tudo vale a pena se a alma não é pequena, parafraseio aqui meu poeta preferido, Fernando Pessoa.

Tudo acontece com o objetivo de arregimentar simpatizantes, não à custa da animosidade com os opostos, criada e alimentada pela mídia e opinião pública, e tão pouco com a execrável peste da democracia, a compra de votos, mas de escolher o que vai ao coração e reta intenção de cada um desses que se propõem a administrar a res publica.

Em contrapartida, aos poucos os discursos vão se tornando cada vez mais semelhantes e o caminho das coligações locais passam a trilhar a novidade comum a todos, uma vez que ela é gestada no coração de um mesmo povo, de uma mesma comunidade que deseja olhar para frente. Na linha do horizonte os projetos se assemelham; divergem apenas no modus operandi e nos fins últimos, quiçá.

De um lado, há os candidatos que se apresentam como alternativa para avançar em face do modelo atual que se encontra em curso. É quando o povo ouve as palavras da filha dileta desta terra, vendo saltar aos olhos e no pulsar do coração, sua vontade pueril de cuidar e bem zelar esta casa, a sua casa, a nossa casa, a nossa querida Brasilândia. Bastantes objetivos também seus vereadores coligados, defendem as propostas que os embala neste sonho varonil.

Dizem seus nomes, seus números, e pedem voto para a Prefeita Márcia Amaral e o Vice Fábio Toledo. Tudo em razão desta coligação estar composta por trinta e nove candidatos a vereador, repletos de projetos e sonhos, sobretudo os novatos, em busca de mudanças estruturais, fazendo a cidade avançar no âmbito do desenvolvimento com um novo rosto e uma nova aura. 

Mas o tempo urge, sem delongas. Embora algum candidato bem que tenha tentado espichar seu discurso e tempo no palanque, para ganhar alguns minutos a mais em favor da coligação Avança Brasilândia, lá vão eles confiantes, tendo em mãos o belo e consistente programa de governo, desfraldando suas bandeiras e levando adiante o lema motivador: Márcia Amaral, [agora] é a vez dela!

Do outro lado, na voz do palanque e dos discursos, a tônica também é avançar, e ainda mais, com a continuidade do sucesso da atual administração, a segurança jurídica e o equilíbrio financeiro vivido pela municipalidade e o aspecto asséptico implantado pela administração que finda. Executivo, aliás que administrou como se uma empresa o município fosse e primou por uma gestão hermética, com ajuste fiscal, e não deixando nada faltar. 

Os números do êxito alcançado por uma administração que nos últimos dois mandados conquistou níveis de excelência nunca vistos por estas bandas, garante à candidata majoritária à Prefeitura de Brasilândia, a filha da terra, Néia e ao Vice Dr. Jurandir, postularem o voto da assiduidade, confiante no trabalho realizado, com o lema: Agora é Néia: Juntos faremos mais!

Em síntese, na linguagem popular, ambos os candidatos venderam bem o seu peixe. Sem muito dourar a pílula, foram honestos e trabalharam com a verdade, pois afinal, os números não mentem e é preciso ter os pés no chão. Esmeraram-se, pois, em dizer o que farão se eleitos forem, dentro de critérios de razoabilidade, dotação orçamentária, e reta intenção do coração. 

Fiéis ao perfil democrático e participativo assegurado pela Constituição Federal, a chapa dos sonhos de cada corrente ideológica está sendo posta à prova. E seguem em frente, arrancando aplausos e incertezas por onde passam, imprimindo discursos que busquem ressonância positiva, dissipe dúvidas e encha os corações do povo de expectativas concretas.

(...)

É uma pena, entretanto, que a sociedade local não tenha alcançado nível de maturidade suficiente para democratizar a disputa através da promoção de um debate entre os candidatos, à semelhança de um já ocorrido em Brasilândia, promovido pelo SIMTED, anos atrás, o que contribuiria em muito para o aprofundamento de questões que, em ambas as candidaturas, permaneceram obscuras ou não foram abordadas o suficiente, e que fogem ao entendimento comum do povo. 

Povo, aliás, em grande parte dele, que se mantém como mero espectador, o que não é comum na democracia e tampouco recomendado para a cidadania dos tempos modernos atuais.

Maior engajamento e consciência crítica seriam salutares e positivos, pois permitiria aos eleitores -- mais do que acenar bandeiras ou trabalhar como cabos eleitorais --, manifestarem-se como protagonistas da decisão que irá escolher o caminho que a cidade irá tomar a partir do ano que vem. Sem um debate esclarecedor, de alto nível, a maioria ainda se encontra apática e desinteressada.

Desacostumada à participação, assim permanecerá até o dia da eleição. Restam 15 dias, pois, para o cidadão sacudir a poeira e dar a volta por cima e intimar os candidatos a dizer a que vieram, antes que a sábia decisão seja prolatada -- com responsabilidade --, por sua excelência o cidadão, através do voto.

Brasilândia/MS, 20 de setembro de 2024.
21º aniversário de fundação da ASSOBRAA.

 

Fonte: Com adaptações do original publicado em http://dutracarlito.com/bate-papo.html

em 07.Set.2016.

Foto: https://www.facebook.com/marciaamal

https://www.facebook.com/neiaassistentesocial

 

 

 





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