quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

 

Debrasa: a esperança tem rosto e nome.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


Que lugar é esse onde meus olhos repousam?

Lugar que ainda desejo caminhar pelas ruas, cumprimentando vizinhos e amigos de outrora, e de um tempo que não volta mais.

Tempo de fartura, onde o burburinho das ruas e dos bares adormecia com a bulha da noite e acordava pela manhã com o ruído dos tratores e bi trens, e a maestria do manejo pelos trabalhadores de seus facões e podões.

Povo dedicado e obreiro sempre atento ao chamado  daquela máquina gigante, fumegante, sempre moendo e moendo a cana verde dos campos que garantia o sustento de toda gente.

Para onde foi aquele lugar que meus olhos já não veem mais e minhas mãos já não alcançam? 

Olho a minha volta e o que vejo é somente solidão e saudade. 

E uma vontade imensa de sair por aí, empurrando minha cadeira de rodas e ir ao encontro do povo, meus amigos e cidadãos, conclamando-os a sair de seus refúgios e desesperança, partilhando com eles uma réstia de luz e otimismo.

Sim a esperança tem nome, tem rosto e seu coração pulsa no sorriso da simplicidade de quem chega, nos saúda e estende a mão. 

Mais que isso: deita o coração e ouvido sobre nós, nos devolvendo a voz do direito e a dignidade esquecida. Nos colocando novamente no centro da história e de sonhos possíveis, sonhos que podem ser realizados.

Ah! Debrasa querida, como somos descuidados com o ser humano e o patrimônio público.

Sob as cinzas, entretanto, ainda pulsa uma centelha de vida no novo tempo que se vislumbra e emerge. 

Vida que está disposta a avançar em direção a um futuro novo onde todos possam caminhar de mãos dadas com quem vai no mesmo rumo, mesmo que distante ainda esteja de aprender a conjugar o verbo amar.  

Avante minha gente!

Brasilândia/MS, 16 de janeiro de 2025.



Um comentário: