terça-feira, 7 de outubro de 2025

 

Os animais e sua proteção aos olhos da juventude.

Dia Mundial dos Animais é comemorado com palestra.





 

No dia 4 de outubro foi comemorado o Dia Mundial dos Animais, instituído em 1931 durante um congresso internacional de proteção animal que ocorreu em Florença, Itália. 

A data que foi escolhida coincide com a festa em homenagem a São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da ecologia. 

Aqui em Brasilândia, o Dia Mundial dos Animais foi lembrado pelos alunos da Escola Municipal Paulo Simões Braga no dia 6 de outubro e aconteceu de uma forma diferente. 

Neste dia, 37 alunos dos 4º e 5º anos, acompanhados das professoras, Marislei Aparecida Ferreira Ramos e Rozilene Aparecida de Lima e duas auxiliares, saíram cedo da escola localizada no Bairro João Paulo da Silva, de onde foram transportados pelo ônibus escolar até a Biblioteca da Indústria do Conhecimento do SESI, no centro da cidade. 

Foi um dia muito especial, pois ali participaram de palestras sobre os cuidados e proteção dos animais. Ali ouviram os palestrantes Carlito Dutra, que é Secretário de Meio Ambiente e Turismo; o senhor Nilson de Oliveira, diretor presidente da Associação Brasilandense de Fiscalização Ambiental-ABAFA, e a senhora Helen de Souza de Oliveira, Coordenadora do Núcleo de Vigilância Sanitária, da Secretaria Municipal de Saúde. 

E lá se encontram eles. Com olhinhos atentos ouviam os palestrantes falar que os animais sentem dor, sentem medo, sentem fome, sentem frio, e por isso precisam de cuidados básicos, o que é chamado de Guarda Responsável. 

Foi inspirador ver as mãozinhas dos alunos, de pouco mais de 10 anos de idade, pedindo para falar e narrar suas experiências no contato com os animais: --eu tenho um gato; --eu tenho um cachorro; --eu não deixo ele preso na corrente; --eu gosto de passear com meu cachorro... e assim por diante, todos interagindo com o tema. 

Um problema técnico no aparelho de projeção impediu que as imagens preparadas pelo Secretário fossem mostradas, o que exigiu maior empenho do palestrante, mas a participação dos alunos era tão intensa que a palestra em nada foi prejudicada. Cada um continuou falando e fazendo a sua pergunta, o que permitiu a condução tranquila das palestras até o final. 

Depois do Secretário ter falado, o representante da ABAFA falou aos alunos sobre o assunto dos maus tratos aos animais e o que pode ser feito nestes casos. Orientou os alunos a terem cuidado com cães soltos na rua, pois podem transmitir doenças ou serem violentos. No caso de maus tratos, sobretudo de violência física e abandono, foi-lhes dito que tal conduta é crime. 

As palestras prosseguiram com a exposição da representante do Núcleo de Vigilância Sanitária que distribuiu um folder aos alunos e abordou o tema relacionado aos cuidados que devemos ter com os animais, sobretudo em relação à saúde, mantendo-os vacinados e castrados, e levando-os regularmente ao veterinário para evitar doenças, como as zoonoses, que são doenças transmitidas dos animais para os seres humanos. 

Finalizadas as palestras, os alunos, ao voltar para a sua escola, não portavam cadernos e livros em suas mochilas, mas suas mentes encontravam-se repletas de ideias e informações. Entre elas, uma que lhes fazia coçar a cabeça de tanta curiosidade:

A sugestão que o representante da ABAFA havia semeado no coraçãozinho de cada um deles: a possibilidade de formar um grupo juvenil de defesa animal, a Abafinha, como ele chamou. Ideia que foi acolhida pelos alunos com um sorriso de expectativa e esperança em cada um deles. 

Brasilândia/MS, 07 de outubro de 2025.

 Fonte: Com informações fornecidas pela Profª. Leila Datore Schio, Biblioteca da Indústria do Conhecimento do SESI.

 





sábado, 4 de outubro de 2025

 

Feliz natureza Fernando Brandão!

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 




Às vezes, situações adversas nos aproximam de pessoas que se tornam, depois, parceiras; quando não, amigas. Com o mestre geógrafo Fernando Brandão assim se sucedeu. 

Hoje passados mais de 35 anos, no dia do seu aniversário, surge a ocasião ideal para parabeniza-lo e repisar o caminho trilhado, cujo destino nos aproximou. 

E cá estávamos nós, às voltas com a Companhia Energética de São Paulo-CESP, cujo padrão e expertise no ramo da concessão de energia elétrica era referência e ideal a ser seguido. Porém, encontrávamo-nos em polos opostos. 

De um lado, Fernando Brandão, funcionário da estatal intermediando as relações da empresa com a população ribeirinha da margem sul mato-grossense do rio Paraná, notadamente a jusante e a montante do Porto João André, em Brasilândia/MS. 

Do outro lado, Carlito Dutra, agente de pastoral do Conselho Indigenista Missionário-CIMI, vinculado à Diocese de Três Lagoas, obstinado na defesa dos direitos do povo indígena Ofaié que nesta época habitava a barranca, nas cercanias da Fazenda Cisalpina. 

O rumor das águas, prenúncio do enchimento do reservatório da hidrelétrica de Porto Primavera e a inquietude e temor da população atingida foram aproximando as forças do lugar no sentido de construir caminhos em busca do diálogo e o entendimento. 

Afinal, vidas e propriedades, sobrevivência e sonhos estavam em jogo. E algo precisava ser feito. Todo o esclarecimento e mediação no decorrer do conflito era bem-vindo. 

Sindicatos, associações, pastorais e lideranças políticas locais e regionais neste tempo dedicaram atenção àquela realidade desafiadora resultando em dezenas de reuniões, audiências e posturas reivindicatórias em busca de um acordo nas negociações que se estenderam por anos. 

Em meio a tanta divergência nas concepções e interesses propalados nos discursos oficiais e pela mídia, sempre pautados em planilhas de custos, indenizações e remanejamentos em massa, lá se encontravam os ribeirinhos firmes na esperança de poder serem ouvidos. 

Eram oleiros, pescadores, indígenas, agricultores, pecuaristas, rancheiros, comerciantes, piloteiros, minhoqueiros, agentes de turismo, estudantes e cidadãos que na barranca viviam. Esquecidos, a espera de alguma palavra de ânimo na esperança de que aquilo tudo não passava de um sonho. 

Foi essa motivação velada que aproximou os ideais destes dois personagens, tendo como pauta o rumo de um horizonte maior. Enquanto o processo de cadastramento e remanejamento da população ribeirinha acontecia, orientado pelos técnicos da CESP, eis que uma preocupação holística se tornou linguagem comum. 

Postulado uníssono -- a preocupação com a preservação do meio ambiente --, este tema passou a integrar peremptoriamente a pauta das reivindicações. Abriu-se, assim, uma réstia de luz nas colunas de concreto da barragem dando espaço para a natureza que passou a integrar o discurso e propósitos da CESP. 

Estudos realizados pelo historiador Carlito Dutra deram visibilidade aos indígenas Ofaié, que receberam atenção especial da concessionária elétrica paulista que lhes garantiu uma área de 484 hectares de mata nativa, que foi adquirida em área contígua ao território imemorial desta etnia nativa do lugar. 

Igualmente, estudos realizados pelo mestre geógrafo Fernando Brandão garantiram ao meio ambiente, através da criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural-RPPN Cisalpina, com 3.857 hectares, inserido num um santuário ecológico de 17.395 hectares de mata atlântica, preservado desde 1950 por Luigi Cantone e ribeirinhos da margem do rio Paraná e Verde que ali viviam. 

O meio ambiente e o município de Brasilândia têm muito a agradecer pelo que foi realizado pelos pioneiros da ecologia. Em especial, pelos feitos realizados na educação ambiental nos tempos áureos do Instituto Cisalpina, este nosso aniversariante que recebe nesta data nossas homenagens e esta singela lembrança. Feliz natureza Fernando Brandão de Andrade! 

Brasilândia/MS, 04 de outubro de 2025.

 

 

 





 

 

 








sexta-feira, 3 de outubro de 2025

 Edson de Oliveira Ribeiro e sua luz.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


Houve um Edison que era o segundo nome de Tomás, aquele que tornou a luz artificial ao alcance todos. O nosso ÉDSON é o nome primeiro de um respeitado cidadão de nossa cidade. Com o diferencial maior de ter trilhado este caminho de forma imanente... com sua própria luz.

Luz de uma vida cheia de encantos, rebentos e flores, envolto sempre numa aura de acalanto, temperança e simpatia conquistada desde o dia que aqui chegou. Essa era a imagem que ele transmitiu ao longo dos anos, e no dia-a-dia por onde andava.

As poucas vezes que contemplei seu rosto, a distância, sentado em frente à sua casa, ao lado da esposa e amigos, a impressão que ele deixou foram suficientes para concluir que ali se encontrava um ser humano alegre e feliz que suportou também lágrimas com firmeza e esperança.

Rosto de artista de cinema, era um homem afeiçoado de onde imanava uma fisionomia de tenacidade e segurança e, ao mesmo tempo, fragilidade e bondade. Filhos e netos que o rodeavam nestas horas, devem ter sentido o maior orgulho em poder ter estado ao seu lado naquelas tardes nostálgicas de alegria que empurravam as horas para o declínio do dia.

E lá estava ele como que entoando uma canção em silêncio, vendo a vida passar no rodado dos carros a sua frente e que contornavam a praça, e dentro deles, rostos conhecidos de quem, aos poucos, ele via esmaecer com o tempo.

Agora não são mais os carros e aqueles amigos que passam por ele, como outrora, que acenam. Agora é ele que contempla mãos espalmadas de filhos, esposa e netos que acenam gestos que lembram a palavra adeus.

O carro iluminado que o conduz agora se encontra cercado de flores e um luzeiro à frente lhe aponta o caminho do Céu, plasmando o caminho com pétalas de beleza e esperança.

Adeus papai, esposo e vovô Edson de Oliveira Ribeiro que hoje celebra sua Páscoa definitiva e se reencontra com os braços de sua família celeste.

 

Brasilândia/MS, 03 de outubro de 2025.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Donival: de mãos dadas com a fé.

Carlos Alberto dos Santos Dutra



Busquei a etimologia nos dicionários. Não encontrei. Nome singular, sem dúvida. Assim como a pessoa a quem o nome foi dado, tornando-a única, especial, singular. E com rosto de mulher de fé. 

Não, não vou contar a biografia desta senhora que nos deixou hoje. Até mesmo porque tenho pouco conhecimento de sua história e de sua vida. A não ser o fato de que era mãe de três jovens, hoje adultos profissionalmente realizados, aos quais modestamente oferto essas linhas de condolências e agradecimento. 

Ao vê-la na igreja hoje, rosto sereno, parecia dizer: --fique tranquilo, eu estou bem. Não contive no peito o aperto. 

E a lembrança de uma experiência de fé vivenciada com essa senhora há alguns anos. Também o seu sorriso me veio à mente. 

Sim, Donival Assis de Alencar não viveu somente uma vida de fé para si. Semeou um rastro de esperança por toda uma comunidade. Na vida de minha família, em particular, em duas ocasiões ela se fez presente. E agradeço a Deus por isso. 

Graças ao ministério conferido por Deus a essa mulher, Mãe, missionária, amiga, irmã e evangelizadora... Posso não ter as palavras certas..., mas ela era capaz de adentrar os lares levando alívio aos corações atormentados. 

Sim, foi isso que ela fez ao adentrar minha casa, num momento em que somente o amor e a compaixão seriam capazes de nos abrandar a alma. Minha mãe estava ao lado e minha esposa também. Foram minutos de oração, meditação e a clara certeza de que estávamos ali com uma enviada de Deus, pregando a paz, através da Palavra e o testemunho de irmãos. 

E lá encontramos Donival, silenciosa e confiante, percorrendo casas e os meandros da alma humana buscando levar o amor de Deus aos necessitados. Foi isso que percebi, foi isso que senti, foi isso que ela manifestava, levando a todos o Espírito Santo de Deus. Sempre respeitosa e com um sorriso nos lábios, era capaz de acalentar os corações dos aflitos e semear esperança onde havia desespero. 

Sem dúvida, uma mulher de fé. Uma mulher que era mais que um nome singular. Depois de cumprir o dever materno, dedicou-se a Deus e aos irmãos, sem esforço. Isso porque Deus há muito já lhe seguia os passos. Mesmo quando sombras lhe cruzavam o caminho, lá estava ela, confiante na força do Alto, tocando a vida, tornando novo o desgastado cotidiano, sem jamais desanimar. 

O mundo evangélico, em especial, perde uma grande missionária da Palavra e do exemplo. Para além de todas as denominações confessionais que nos rodeia, ela conquistou o respeito e admiração de todos os cristãos. Por isso descansa em paz. E o encontro da comunidade na sua partida, apesar da dor, confortou a todos. No fundo, todos confiam que ela foi ao encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem dedicou a vida. 

No dia do seu passamento, os anjos do céu tiveram pouco trabalho para acompanhar seu cortejo pois seu espírito de luz, decerto, fluía em direção ao Pai celestial: E o seu perfume, com o brilho da Graça que havia semeado ao longo da vida, plasmou de inspiração ambas as margens do seu caminho. Caminho que ela mesma foi trilhando, com sorriso, paciência e seu jeito, sempre de mãos dadas com a fé, a esperança e a caridade. E com os olhos fixos no Senhor... 

Para Roberta, Katiuska e João Luiz. Parentes e amigos.

 

Fonte: Publicado originalmente em 02.Fev.2017, https://institutocisalpina.org/donival_de_maos_dadas_com_a_fe.html; e em https://www.carlitodutra/donival_de_maos_dadas_com_a_fe.html, publicado em Dutra, C.A.S. Quando eu me chamar saudade, Vol.1, 2021, pág. 48. Disponível em Quando eu me chamar saudade, por Carlos Alberto dos Santos Dutra - Clube de Autores