quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Donival: de mãos dadas com a fé.

Carlos Alberto dos Santos Dutra



Busquei a etimologia nos dicionários. Não encontrei. Nome singular, sem dúvida. Assim como a pessoa a quem o nome foi dado, tornando-a única, especial, singular. E com rosto de mulher de fé. 

Não, não vou contar a biografia desta senhora que nos deixou hoje. Até mesmo porque tenho pouco conhecimento de sua história e de sua vida. A não ser o fato de que era mãe de três jovens, hoje adultos profissionalmente realizados, aos quais modestamente oferto essas linhas de condolências e agradecimento. 

Ao vê-la na igreja hoje, rosto sereno, parecia dizer: --fique tranquilo, eu estou bem. Não contive no peito o aperto. 

E a lembrança de uma experiência de fé vivenciada com essa senhora há alguns anos. Também o seu sorriso me veio à mente. 

Sim, Donival Assis de Alencar não viveu somente uma vida de fé para si. Semeou um rastro de esperança por toda uma comunidade. Na vida de minha família, em particular, em duas ocasiões ela se fez presente. E agradeço a Deus por isso. 

Graças ao ministério conferido por Deus a essa mulher, Mãe, missionária, amiga, irmã e evangelizadora... Posso não ter as palavras certas..., mas ela era capaz de adentrar os lares levando alívio aos corações atormentados. 

Sim, foi isso que ela fez ao adentrar minha casa, num momento em que somente o amor e a compaixão seriam capazes de nos abrandar a alma. Minha mãe estava ao lado e minha esposa também. Foram minutos de oração, meditação e a clara certeza de que estávamos ali com uma enviada de Deus, pregando a paz, através da Palavra e o testemunho de irmãos. 

E lá encontramos Donival, silenciosa e confiante, percorrendo casas e os meandros da alma humana buscando levar o amor de Deus aos necessitados. Foi isso que percebi, foi isso que senti, foi isso que ela manifestava, levando a todos o Espírito Santo de Deus. Sempre respeitosa e com um sorriso nos lábios, era capaz de acalentar os corações dos aflitos e semear esperança onde havia desespero. 

Sem dúvida, uma mulher de fé. Uma mulher que era mais que um nome singular. Depois de cumprir o dever materno, dedicou-se a Deus e aos irmãos, sem esforço. Isso porque Deus há muito já lhe seguia os passos. Mesmo quando sombras lhe cruzavam o caminho, lá estava ela, confiante na força do Alto, tocando a vida, tornando novo o desgastado cotidiano, sem jamais desanimar. 

O mundo evangélico, em especial, perde uma grande missionária da Palavra e do exemplo. Para além de todas as denominações confessionais que nos rodeia, ela conquistou o respeito e admiração de todos os cristãos. Por isso descansa em paz. E o encontro da comunidade na sua partida, apesar da dor, confortou a todos. No fundo, todos confiam que ela foi ao encontro de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem dedicou a vida. 

No dia do seu passamento, os anjos do céu tiveram pouco trabalho para acompanhar seu cortejo pois seu espírito de luz, decerto, fluía em direção ao Pai celestial: E o seu perfume, com o brilho da Graça que havia semeado ao longo da vida, plasmou de inspiração ambas as margens do seu caminho. Caminho que ela mesma foi trilhando, com sorriso, paciência e seu jeito, sempre de mãos dadas com a fé, a esperança e a caridade. E com os olhos fixos no Senhor... 

Para Roberta, Katiuska e João Luiz. Parentes e amigos.

 

Fonte: Publicado originalmente em 02.Fev.2017, https://institutocisalpina.org/donival_de_maos_dadas_com_a_fe.html; e em https://www.carlitodutra/donival_de_maos_dadas_com_a_fe.html, publicado em Dutra, C.A.S. Quando eu me chamar saudade, Vol.1, 2021, pág. 48. Disponível em Quando eu me chamar saudade, por Carlos Alberto dos Santos Dutra - Clube de Autores

 

  

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