quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

 

Deputado Pedro Arley Caravina: Cidadão Brasilandense.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 



Receber títulos parece ser a sina de quase todos nós. Quando eles nos enobrecem, os acolhemos cheios de jubilo e gratidão, porque nos elevam. De sorte contrária, não raras vezes, alguns títulos não condizem com o que pensamos e em nada refletem o que realmente somos nos solapando a dignidade.

Os títulos que nos edificam, esses sim, são os que devem sempre nos interessar e devemos cultivar, colocar sobre eles todo nosso olhar benfazejo de gratidão pelo apreço e reconhecimento da honraria que nos é concedida.

Entre as diversas modalidade de títulos que podem ser conferidos a alguém, está o Título de Cidadão, título honorário concedido por uma instituição que o observou de longe e acompanhou de perto sua caminhada e o esforço realizado para chegar até ali.

Por isso o Título de Cidadão em um lugar distante de sua terra natal representa para o que recebe esta comenda um ato de extrema grandeza. E que traduz o quanto ele ali foi aceito e seu trabalho reconhecido.

Demonstra o quanto ele deixou-se envolver pelos sentimentos e aspirações locais, fazendo suas as bandeiras que flamejavam a sua volta tornando-se paladino das conquistas daquele lugar, tornando suas também as aspirações comuns.

Receber o Título de Cidadão de um lugar também enobrece quem o confere, pois revela de público aquilo que o sintoniza na esfera da grandiosidade que a trilha do homenageado acumulou e se dedicou àqueles que o aplaudem.

O recente evento de entrega de Título de Cidadão Brasilandense ao Deputado Estadual Pedro Arley Caravina, ocorrido na data de 08/12/2025 no plenário da Câmara Municipal de Brasilândia, representou muito mais do que a conferência de uma honraria.

Foi uma demonstração pública do reconhecimento do povo de Brasilândia a alguém que, mesmo não tendo aqui nascido, tem demonstrado, dia após dia, um respeito profundo, um compromisso verdadeiro e uma dedicação inquestionável ao desenvolvimento do município.

As palavras da Presidente da Câmara Municipal de Brasilândia, Maria Jovelina da Silva bem lembraram que as emendas parlamentares destinadas por este Deputado em atendimento às demandas que apresentamos não são apenas atos administrativos. São gestos de cuidado, de parceria e de responsabilidade com a nossa comunidade.

Cada recurso que chega, cada ação articulada, cada porta que se abre por sua intervenção representa avanço, representa oportunidade, representa uma cidade que cresce com dignidade. Tal comportamento e dedicação à Brasilândia, sem dúvida, o torna um paladino, um filho adotivo desta terra que passa a integrar o rol de membro ilustres da história deste lugar.

Sem dúvida, manifestou, igualmente a Prefeita de Brasilândia, Márcia Regina do Amaral Schio, hoje vivemos um daqueles momentos que marcam a história da nossa cidade. Um momento em que reconhecemos, com o coração cheio de gratidão, alguém que sempre olha para Brasilândia, como quem olha para aquilo que realmente importa: as pessoas.

Dono de uma trajetória exitosa que iniciou em 1990 quando ingressou na área da segurança pública com apenas 20 anos de idade ao prestar concurso para investigador de polícia, Pedro Arley Caravina, nasceu em 30 de junho de 1970, em Presidente Prudente/SP criando laços muito cedo com o Mato Grosso do Sul.

Filho de Miguel Antônio e Marina Boaro Caravina (in memoriam), é casado com Wanderleia Caravina, com quem tem duas filhas: Thais e Bruna. Depois de exercer o cargo de Delegado da Polícia Civil em Bataguassu/MS, onde consolidou seu trabalho junto à comunidade local, abraçou o apelo de seus habitantes lançando-se a um empreendimento maior.

Em 2012 foi eleito prefeito de Bataguassu e reeleito em 2016, cumprindo dois mandatos consecutivos. Sua atuação decisiva e de postura eloquente o fez presidir a Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) por duas gestões, fortalecendo o municipalismo e a articulação entre as cidades sul-mato-grossenses.

No seu currículo de vida pública consta ter assumido, em 2021, o cargo de secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), colaborando diretamente com o então secretário Eduardo Riedel na coordenação e execução de obras estruturantes em todo o Estado.

Deputado estadual eleito em 2022, pautou seu mandato no corpo a corpo das frequentes visitas que realizou a diversas cidades do interior onde pode ouvir de perto as necessidades de cada comunidade e buscar, através de seus projetos, soluções concretas para os desafios que lhe foram apresentados.

Mantendo um gabinete sempre de portas abertas, sempre garantiu os investimentos para as políticas públicas sempre na interlocução com os órgãos de governo do Estado e Federal. A sua lista de investimentos nos municípios é extensa e alcançou somente no ano de 2024, em 48 municípios a soma de 38 milhões.

Entre os municípios brindados, consta que Brasilândia recebeu neste período investimentos para o Hospital Municipal (recurso federal) na ordem de 500 mil; equipamento para a APAE, 50 mil, e veículo VAN para a AVCC, 281.336,00.

Membro titular de uma dezena de Comissões parlamentares, é um defensor do municipalismo que entende ser um instrumento para encurtar a distância entre os municípios e o Estado, contribuindo por meio de um mandato municipalista e receptivo as demandas individuais apresentadas pelos representantes do povo.

Para a prefeita de Brasilândia e a presidente da Câmara Municipal que o homenageou naquela noite, o sentimento era um só, partilhado pelo povo e as autoridades que ali se encontravam: Você estendeu a mão e mantém ela estendida todas as vezes que precisamos de seu apoio. Nos ouviu quando muitos não ouviram. Obrigado deputado Caravina. És um amigo. Alguém que caminha conosco, que faz  parte das conquistas, e que nos ajudou a conquistar e que compartilha das nossas esperanças. Brasilândia hoje lhe abraça porque o senhor sempre nos abraçou, concluiu a prefeita de Brasilândia sob o aplauso de todos. 

Brasilândia/MS, 11 de dezembro de 2025.

Autoridades citadas pelo cerimonial: Vereadores: Alexandre Rodrigues Carlos, Édson Pereira Costa, Joaquim Martos de Moraes, José Quintino de Souza, José Ricardo Martines Balbino, Juliane Aparecida da Silva Rodrigues, Sérgio de Lima Doo, Silvio Cézar Malta; Excelentíssimo Dr Aldrin de Oliveira Russi, Juiz da 41ª Comarca de Brasilândia; Excelentíssimo Dr Adriano Barroso da Silva, Promotor de Justiça do Município de Brasilândia; Excelentíssima Drª Sara Zam Segura Marçal, Defensora Pública do Município de Brasilândia; Secretários Municipais; Autoridades Eclesiástica; Autoridades policiais; Funcionários Públicos Municipais; Cidadãos e cidadãs de Brasilândia.

Fonte: Pronunciamento da Presidente da Câmara Municipal de Brasilândia, Maria Jovelina da Silva, e pronunciamento da Prefeita Municipal de Brasilândia, Márcia Regina do Amaral Schio. https://al.ms.gov.br/Deputados/Visualizar/3045

Foto: PMB/CMB, 08 de dezembro de 2025

sábado, 6 de dezembro de 2025

 

Encontro com o Deputado Geraldo Resende

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

 



Existem encontros que são gratificantes. No caso de audiências com parlamentares no campo da política, elas podem resultar no sucesso ou insucesso naquilo que se está pleiteando. Não foi o que aconteceu naquela manhã quando meus pés pisaram pela primeira vez no gabinete nº 304 da Câmara dos Deputados. 

As demandas apresentadas pela prefeita Márcia Regina do Amaral Schio àquele deputado, chegavam à Câmara Federal em Brasília-DF vindas da longínqua Brasilândia, no Mato Grosso do Sul, carregadas de esperança e a firme convicção de que seriam acolhidas. E realmente o foram. 

Antes, porém, impossível não descrever o contexto que aquele momento nos envolveu. Os assessores e técnicos que compunham o gabinete daquele parlamentar davam vigor e dinamismo àquele Anexo IV que, em meio a um contingente de profissionais e servidores equivalente, em número, à população da minúscula urbe de onde vínhamos, era contagiante. 

Prestimosas pela presteza com que recepcionaram a prefeita de Brasilândia, demonstraram aqueles servidores tratar-se a senhora que os visitava, de uma antiga amiga, cuja familiaridade com os corredores daquela Casa Legislativa era evidente. 

Ao adentrar o gabinete, lá estava o deputado federal estendendo a mão aos visitantes numa saudação cordial e com um sorriso discreto, mas sem disfarçar a surpresa diante da presença de um rosto não de todo desconhecido, mas que ainda não o tinha visto pelos corredores do Planalto Central. 

De fato, era a primeira vez que o secretário de Meio Ambiente e Turismo, de Brasilândia, fazia um tour pelos gabinetes, tanto do Senado como da Câmara e Ministérios, tendo o privilégio de ser apresentado por uma conhecida e aliada do deputado anfitrião. 

Cabelos grisalhos, barba cobrindo-lhe parte do rosto, não escondia o interesse no neófito visitante. Ao estender a mão, deitou o olhar sobre ele como se estivesse buscando na memória onde já o tinha visto. 

Depois de recepcionar a prefeita com um caloroso abraço de acolhida, disse olhando para este escrevinhador: 

-- O senhor é.... o Carlito.

-- Estou lembrando de você. Observou. 

As palavras de apresentação que se seguiram foram pronunciadas pela prefeita carregadas de satisfação por estar ali, falando também um pouco sobre a biografia do secretário, que é escritor e indigenista, e lhe acompanhava. Suas palavras ainda ecoavam na sala, quando o deputado mais uma vez voltou seu interesse ao novel visitante. 

Naquele momento era como se o parlamentar tivesse encontrado um velho e distante conhecido. E que sentia satisfação em relembrar, não estando ainda muito seguro ou encontrando um ponto de partida para iniciar o seu diálogo. 

Lembrou os idos tempos de sua militância, começando por Dourados até sua atuação mais recente como parlamentar, integrando diversas comissões e dedicando especial atenção à Saúde e a Educação, e também aos quilombolas e povos indígenas. 

Parecia ter encontrado ali o liame, ainda que tênue, que unia a atuação do parlamentar àquele visitante, ainda que por caminhos diversos, na busca de um mundo mais justo e solidário. 

-- O senhor foi... candidato a Governador, não é mesmo? Perguntou.

-- Corajoso. Brincou. 

Lembrou da luta do povo Ofaié e a ação desenvolvida por aquele, outrora indigenista, que naquele ato lhe visitava. 

Nesta altura do texto, o leitor desatento da foto inserida no frontispício desta crônica, poderá estar se perguntando de que deputado estamos falando? Pelas pautas e bandeiras deste parlamentar eleito pelo PSDB de Mato Grosso do Sul e que vive em Dourados/MS, onde construiu família e toda a sua trajetória política, não será difícil saber o seu nome. 

Nascido em Córrego Danta/MG, no dia 20 de abril de 1955, o nosso anfitrião é Geraldo Resende Pereira. Filho de Mario Batista Pereira (in memoriam) e Hermenegilda Resende Pereira. Ele veio para Dourados com sua família quando ainda era criança. Frequentou a Escola Presidente Vargas, conciliando estudo e trabalho como engraxate, vendedor de picolé e frutas, e prestador de serviços gráficos. Depois de concluir o antigo Científico mudou-se para Fortaleza, no Ceará.

Na capital cearense formou-se médico em 1982 na Universidade Federal do Ceará, tendo feito especialização em Ginecologia-Obstetrícia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Rio Preto, extensão da USP, em 1988. Três anos depois, aos 36 anos de idade, decidiu concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores de Dourados/MS, elegendo-se vereador pelo PSDB em 1992, sendo reeleito em 1996.

Dois anos depois, em 1998, foi eleito Deputado Estadual pelo PPS, e no ano de 2000, atendendo um chamado do então governador José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT), assumiu o cargo de Secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Em 2003, Geraldo foi eleito Deputado Federal, ocasião em que integrou a Frente Parlamentar da Saúde e ajudou aprovar a Emenda Constitucional n.º 29, que assegurou o financiamento mínimo para as ações e serviços públicos de saúde.

De 2015 a 2019, no seu retorno ao PSDB, após passagem pelo PMDB, ocupou cadeira na Câmara dos Deputados. Em 2019 no governo Reinaldo Azambuja, voltou a assumiu o cargo de Secretário de Estado de Saúde em Mato Grosso do Sul. 

No tempo presente, sua atuação no parlamento tem como bandeira de luta a Saúde e a Educação. Num rápido levantamento de suas proposições, discursos em plenário e participação em Comissões, só neste ano de 2025 os números de sua atuação são impressionantes: 381 propostas votadas em plenário; 22 discursos; participou de 144 reuniões como titular de Comissões como: 

Comissão Externa sobre Propostas para Análise do Enfrentamento da Tuberculose; Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna; Comissão Especial sobre Prevenção e Combate ao Câncer, AVC e Doenças do Coração; Comissão de Saúde; Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa; Comissão Especial sobre Agentes de Saúde e de Combate às Endemias (PEC 014/21). 

Integrou ainda a Comissão Especial sobre a 1ª Infância Direitos Garantias Constitucionais (PEC 034/24); Comissão Especial sobre o Fundo Nacional da Igualdade Racial (PEC 027/24); Comissão Especial da Política Nacional para Pessoas com Autismo (PL 3080/20), entre outras. 

No campo dos recursos orçamentários e emendas parlamentares, neste ano de 2025, o Deputado Geraldo Resende aprovou no Orçamento da União para o Mato Grosso do Sul: estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde, valor autorizado de R$ 26 milhões; Transferências Especiais, valor autorizado de R$ 3,1 milhões; Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, valor autorizado e empenhado: R$ 3 milhões, entre outras tantas emendas. 

Só quem convive com este cidadão no dia a dia e observa o semblante deste parlamentar cujo temperamento humano é o reflexo de sua luta, é que poderá entender o quanto significa trilhar os dificultosos meandros e escaninhos da Câmara Federal e Congresso para fazer suas vitórias chegar até os braços do povo. 

À primeira vista, este operário das leis pode transparecer uma imagem taciturna de obstinada justeza e precisão nas ações que desenvolve, exigindo dos demais à sua volta semelhante tratamento em relação a seus eleitores e às demandas que lhe são apresentadas. 

Mas, no íntimo ele guarda a práxis de um ser humano consciente e combatente das causas impossíveis, o que me faz lembrar do poeta Jean Cocteau que disse: Não sabendo que era impossível, foi lá e fez. Ou seja, por baixo de uma metafórica capa cinza que lhe colocaram sobre os ombros, revela-se um homem translucido, simples e direto, dedicado à causa do povo. 

Para além das siglas partidária, pareceu-me ter ele sempre honrado o mandato que lhe foi confiado ao longo do tempo, o que o permite dormir em paz e com a consciência tranquila. 

Ao final da audiência, depois de garantir ao povo de Brasilândia os recursos pleiteados pela prefeita, para revitalização de três unidades de saúde, com reparos e pintura, o deputado autografa o livro de sua lavra 20 anos UFGD, onde narra a história da criação da UFGD que não foi um acontecimento isolado, mas o resultado de um sonho compartilhado por professores, estudantes, gestores, lideranças políticas e sociedade, com a participação direta deste parlamentar. 

Ao me entregar um exemplar deste livro, declina de próprio punho sobre a folha de rosto uma singela dedicatória: --Ao Carlito, para que os sonhos  do passado sejam sua realidade no presente. 

Na despedida saímos dali com a certeza de ter encontrado naquele lugar, para além das disputas partidárias que cismam e dividem os interesses e sonhos do povo,  um cidadão, um operário da causa do bem comum...   

Brasilândia/MS, 05 de dezembro de 2025.

Foto: Alessandro Zioti, Brasília/DF, 05/nov.2025

Fonte: https://www.facebook.com/share/v/19igJJHAzT/?mibextid=wwXIfr

Deputado Federal Geraldo Resende - Portal da Câmara dos Deputados

dep.geraldoresende@camara.leg.br




 

 

 

domingo, 30 de novembro de 2025

 

Salve Nossa Senhora das Graças.












27 de novembro

Dia de Nossa Senhora das Graças

Hoje o povo lhe abraça

Ó pura Virgem Maria

Lembremos daquele dia

Catarina Laboré

Aparição pela fé

Noviça tão prestimosa

Com a medalha milagrosa

Entregou seu coração

Símbolo da devoção

Das Irmãs da Caridade

Capela da irmandade

Do humilde São Vicente

De Paulo, com sua luz

Tão pobre como Jesus

Graças a Nossa Senhora

Mãe para todas as horas

Medianeira intercessora

Nossa Santa Redentora

Pois hoje nós vos saudamos

Aos céus por ti clamamos

Mostrando o nosso carinho

Ainda somos ribeirinhos

Navegando pelo rio

Com a vida por um fio

Senhora de todas as Graças

Proteja-nos da desgraça

Infortúnio e o pecado

Permaneça ao nosso lado

Ainda somos oleiros

Aprendiz de marinheiros

Pelos mares desta vida

Nos dê paz, nos dê guarida

Livre-nos da dor e tristeza

Onde quer que tu estejas

Olhe por nós todo o dia

Em troca, com alegria

Prometemos de Ti lembrar

E uma rosa depositar

Junto ao teu Filho agora

Confessar-te sem demora

Contigo queremos estar. 

Salve Nossa Senhora das Graças.

Para a comunidade da Capela Nossa Senhora das Graças do Reassentamento Novo Porto João André. Diác. Carlito Dutra,  27/11/2025

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

 

A Prefeita, a Funai e o sonho do povo Ofaié

Carlos Alberto dos Santos Dutra






Existem sonhos que sonhamos sós; eles são apenas sonhos que sonhamos sós. Não obstante, existem sonhos que, quando sonhamos juntos, se tornam realidade. A frase cunhada, salvo engano, pelo saudoso Raul Seixas, pode ser aplicada ipsis litteris àquela viagem que realizamos ao Planalto Central, no coração do Brasil.  

Entre as diversas audiências que a Prefeita de Brasilândia, Márcia Regina do Amaral Schio, participou, entre os dias 4, 5 e 6 de novembro de 2025 em Brasília/DF, uma delas foi por demais significativa para este escrevinhador que a acompanhou.

Foi quando deu-se a oportunidade de estabelecer um diálogo producente e respeitoso com o Diretor de Demarcação de Terras Indígenas, doutor em direito e mestre em história, Manoel Batista do Prado Júnior, que nos recebeu em seu gabinete em nome da Presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, a advogada e ex-deputada Joênia Batista de Carvalho, indígena Wapichana, que não pode nos receber pois havia viajado naquele dia para Belém/PA para participar da Conferência do Clima COP30. 

E lá estavam reunidos a Prefeita de Brasilândia, que se fazia acompanhada do Secretário Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Brasilândia, Carlos Alberto dos Santos Dutra, Carlito; o assessor do gabinete do Deputado Federal Geraldo Rezende, Daniel das Neves Gomes, que na ocasião externou a total boa vontade e compromisso do parlamentar pelo Mato Grosso do Sul Geraldo Rezende em intermediar no que for necessário em favor desta demanda do povo indígena Ofaié.

Também participaram da mesa, o assessor técnico do Departamento de Demarcação de Terras Indígenas, indigenista e mestre em direito Luís Filipe Trois Bueno e Silva e o assessor de Comunicação da Prefeita de Brasilândia, Alessandro Zioti. 

A audiência foi proveitosa e culminou com a entrega de um documento onde a Administração Municipal de Brasilândia formalizou sua solicitação para que houvesse o prosseguimento do processo de demarcação e posterior homologação da Terra Indígena Ofaié, cuja área de 1.937 hectares declarada como de posse permanente indígena pela portaria nº 264 do Ministério da Justiça ainda em 1992, fosse retomada a sua tramitação. 

Segundo o Secretário de Meio Ambiente de Brasilândia, Carlito Dutra, que é advogado, mestre em história e indigenista, e tem acompanhado a trajetória de luta do povo Ofaié há mais de 30 anos, o processo administrativo retomado pela Funai no ano de 2018 não obteve êxito em nível local, situação que foi agravada pela pandemia que inviabilizou muitos projetos no Brasil, entre eles o da demarcação deste povo. 

Com este gesto da nova Administração municipal de Brasilândia, numa clara demonstração de seu interesse em apoiar a regularização fundiária e demarcação administrativa da Aldeia Anodhi Ofaié, eis que agora renasce nova esperança para esta comunidade.

O compromisso assumido entre a Prefeita Márcia Regina do Amaral Schio, pelo município, e o Diretor Manoel Batista do Prado Júnior, pela Funai, foi de mútua cooperação. Sendo que o Município colocou-se a disposição do órgão federal oferecendo apoio logístico e técnico para o prosseguimento do processo de demarcação do território Ofaié.

Manifestando solidariedade à Cacica Ramona Coimbra Pereira, que tem o nome indígena Fokoi-Fuara Ofaié, e foi recentemente confirmada e eleita para o cargo de liderança máxima daquela comunidade indígena, o Município reconhece o protagonismo e a importância da expressão cultural e cidadã desta etnia primi ocupandi de Brasilândia e o muito que ela representa para a etnohistória local. 

Ao final da audiência a Prefeita e o Secretário de Meio Ambiente e Turismo de Brasilândia entregaram o livro "Ofaié, pelos caminhos da história" ao representante da Funai que comprometeu-se inteirar-se da questão retomando o processo de demarcação da terra Ofaié, garantindo a realização definitiva deste seu sonho.


Brasilândia/MS, 17 de novembro de 2025. 

Foto: Alessandro Zioti, Brasília/DF, 05/nov.2025



terça-feira, 7 de outubro de 2025

 

Os animais e sua proteção aos olhos da juventude.

Dia Mundial dos Animais é comemorado com palestra.





 

No dia 4 de outubro foi comemorado o Dia Mundial dos Animais, instituído em 1931 durante um congresso internacional de proteção animal que ocorreu em Florença, Itália. 

A data que foi escolhida coincide com a festa em homenagem a São Francisco de Assis, padroeiro dos animais e da ecologia. 

Aqui em Brasilândia, o Dia Mundial dos Animais foi lembrado pelos alunos da Escola Municipal Paulo Simões Braga no dia 6 de outubro e aconteceu de uma forma diferente. 

Neste dia, 37 alunos dos 4º e 5º anos, acompanhados das professoras, Marislei Aparecida Ferreira Ramos e Rozilene Aparecida de Lima e duas auxiliares, saíram cedo da escola localizada no Bairro João Paulo da Silva, de onde foram transportados pelo ônibus escolar até a Biblioteca da Indústria do Conhecimento do SESI, no centro da cidade. 

Foi um dia muito especial, pois ali participaram de palestras sobre os cuidados e proteção dos animais. Ali ouviram os palestrantes Carlito Dutra, que é Secretário de Meio Ambiente e Turismo; o senhor Nilson de Oliveira, diretor presidente da Associação Brasilandense de Fiscalização Ambiental-ABAFA, e a senhora Helen de Souza de Oliveira, Coordenadora do Núcleo de Vigilância Sanitária, da Secretaria Municipal de Saúde. 

E lá se encontram eles. Com olhinhos atentos ouviam os palestrantes falar que os animais sentem dor, sentem medo, sentem fome, sentem frio, e por isso precisam de cuidados básicos, o que é chamado de Guarda Responsável. 

Foi inspirador ver as mãozinhas dos alunos, de pouco mais de 10 anos de idade, pedindo para falar e narrar suas experiências no contato com os animais: --eu tenho um gato; --eu tenho um cachorro; --eu não deixo ele preso na corrente; --eu gosto de passear com meu cachorro... e assim por diante, todos interagindo com o tema. 

Um problema técnico no aparelho de projeção impediu que as imagens preparadas pelo Secretário fossem mostradas, o que exigiu maior empenho do palestrante, mas a participação dos alunos era tão intensa que a palestra em nada foi prejudicada. Cada um continuou falando e fazendo a sua pergunta, o que permitiu a condução tranquila das palestras até o final. 

Depois do Secretário ter falado, o representante da ABAFA falou aos alunos sobre o assunto dos maus tratos aos animais e o que pode ser feito nestes casos. Orientou os alunos a terem cuidado com cães soltos na rua, pois podem transmitir doenças ou serem violentos. No caso de maus tratos, sobretudo de violência física e abandono, foi-lhes dito que tal conduta é crime. 

As palestras prosseguiram com a exposição da representante do Núcleo de Vigilância Sanitária que distribuiu um folder aos alunos e abordou o tema relacionado aos cuidados que devemos ter com os animais, sobretudo em relação à saúde, mantendo-os vacinados e castrados, e levando-os regularmente ao veterinário para evitar doenças, como as zoonoses, que são doenças transmitidas dos animais para os seres humanos. 

Finalizadas as palestras, os alunos, ao voltar para a sua escola, não portavam cadernos e livros em suas mochilas, mas suas mentes encontravam-se repletas de ideias e informações. Entre elas, uma que lhes fazia coçar a cabeça de tanta curiosidade:

A sugestão que o representante da ABAFA havia semeado no coraçãozinho de cada um deles: a possibilidade de formar um grupo juvenil de defesa animal, a Abafinha, como ele chamou. Ideia que foi acolhida pelos alunos com um sorriso de expectativa e esperança em cada um deles. 

Brasilândia/MS, 07 de outubro de 2025.

 Fonte: Com informações fornecidas pela Profª. Leila Datore Schio, Biblioteca da Indústria do Conhecimento do SESI.

 





sábado, 4 de outubro de 2025

 

Feliz natureza Fernando Brandão!

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 




Às vezes, situações adversas nos aproximam de pessoas que se tornam, depois, parceiras; quando não, amigas. Com o mestre geógrafo Fernando Brandão assim se sucedeu. 

Hoje passados mais de 35 anos, no dia do seu aniversário, surge a ocasião ideal para parabeniza-lo e repisar o caminho trilhado, cujo destino nos aproximou. 

E cá estávamos nós, às voltas com a Companhia Energética de São Paulo-CESP, cujo padrão e expertise no ramo da concessão de energia elétrica era referência e ideal a ser seguido. Porém, encontrávamo-nos em polos opostos. 

De um lado, Fernando Brandão, funcionário da estatal intermediando as relações da empresa com a população ribeirinha da margem sul mato-grossense do rio Paraná, notadamente a jusante e a montante do Porto João André, em Brasilândia/MS. 

Do outro lado, Carlito Dutra, agente de pastoral do Conselho Indigenista Missionário-CIMI, vinculado à Diocese de Três Lagoas, obstinado na defesa dos direitos do povo indígena Ofaié que nesta época habitava a barranca, nas cercanias da Fazenda Cisalpina. 

O rumor das águas, prenúncio do enchimento do reservatório da hidrelétrica de Porto Primavera e a inquietude e temor da população atingida foram aproximando as forças do lugar no sentido de construir caminhos em busca do diálogo e o entendimento. 

Afinal, vidas e propriedades, sobrevivência e sonhos estavam em jogo. E algo precisava ser feito. Todo o esclarecimento e mediação no decorrer do conflito era bem-vindo. 

Sindicatos, associações, pastorais e lideranças políticas locais e regionais neste tempo dedicaram atenção àquela realidade desafiadora resultando em dezenas de reuniões, audiências e posturas reivindicatórias em busca de um acordo nas negociações que se estenderam por anos. 

Em meio a tanta divergência nas concepções e interesses propalados nos discursos oficiais e pela mídia, sempre pautados em planilhas de custos, indenizações e remanejamentos em massa, lá se encontravam os ribeirinhos firmes na esperança de poder serem ouvidos. 

Eram oleiros, pescadores, indígenas, agricultores, pecuaristas, rancheiros, comerciantes, piloteiros, minhoqueiros, agentes de turismo, estudantes e cidadãos que na barranca viviam. Esquecidos, a espera de alguma palavra de ânimo na esperança de que aquilo tudo não passava de um sonho. 

Foi essa motivação velada que aproximou os ideais destes dois personagens, tendo como pauta o rumo de um horizonte maior. Enquanto o processo de cadastramento e remanejamento da população ribeirinha acontecia, orientado pelos técnicos da CESP, eis que uma preocupação holística se tornou linguagem comum. 

Postulado uníssono -- a preocupação com a preservação do meio ambiente --, este tema passou a integrar peremptoriamente a pauta das reivindicações. Abriu-se, assim, uma réstia de luz nas colunas de concreto da barragem dando espaço para a natureza que passou a integrar o discurso e propósitos da CESP. 

Estudos realizados pelo historiador Carlito Dutra deram visibilidade aos indígenas Ofaié, que receberam atenção especial da concessionária elétrica paulista que lhes garantiu uma área de 484 hectares de mata nativa, que foi adquirida em área contígua ao território imemorial desta etnia nativa do lugar. 

Igualmente, estudos realizados pelo mestre geógrafo Fernando Brandão garantiram ao meio ambiente, através da criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural-RPPN Cisalpina, com 3.857 hectares, inserido num um santuário ecológico de 17.395 hectares de mata atlântica, preservado desde 1950 por Luigi Cantone e ribeirinhos da margem do rio Paraná e Verde que ali viviam. 

O meio ambiente e o município de Brasilândia têm muito a agradecer pelo que foi realizado pelos pioneiros da ecologia. Em especial, pelos feitos realizados na educação ambiental nos tempos áureos do Instituto Cisalpina, este nosso aniversariante que recebe nesta data nossas homenagens e esta singela lembrança. Feliz natureza Fernando Brandão de Andrade! 

Brasilândia/MS, 04 de outubro de 2025.

 

 

 





 

 

 








sexta-feira, 3 de outubro de 2025

 Edson de Oliveira Ribeiro e sua luz.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


Houve um Edison que era o segundo nome de Tomás, aquele que tornou a luz artificial ao alcance todos. O nosso ÉDSON é o nome primeiro de um respeitado cidadão de nossa cidade. Com o diferencial maior de ter trilhado este caminho de forma imanente... com sua própria luz.

Luz de uma vida cheia de encantos, rebentos e flores, envolto sempre numa aura de acalanto, temperança e simpatia conquistada desde o dia que aqui chegou. Essa era a imagem que ele transmitiu ao longo dos anos, e no dia-a-dia por onde andava.

As poucas vezes que contemplei seu rosto, a distância, sentado em frente à sua casa, ao lado da esposa e amigos, a impressão que ele deixou foram suficientes para concluir que ali se encontrava um ser humano alegre e feliz que suportou também lágrimas com firmeza e esperança.

Rosto de artista de cinema, era um homem afeiçoado de onde imanava uma fisionomia de tenacidade e segurança e, ao mesmo tempo, fragilidade e bondade. Filhos e netos que o rodeavam nestas horas, devem ter sentido o maior orgulho em poder ter estado ao seu lado naquelas tardes nostálgicas de alegria que empurravam as horas para o declínio do dia.

E lá estava ele como que entoando uma canção em silêncio, vendo a vida passar no rodado dos carros a sua frente e que contornavam a praça, e dentro deles, rostos conhecidos de quem, aos poucos, ele via esmaecer com o tempo.

Agora não são mais os carros e aqueles amigos que passam por ele, como outrora, que acenam. Agora é ele que contempla mãos espalmadas de filhos, esposa e netos que acenam gestos que lembram a palavra adeus.

O carro iluminado que o conduz agora se encontra cercado de flores e um luzeiro à frente lhe aponta o caminho do Céu, plasmando o caminho com pétalas de beleza e esperança.

Adeus papai, esposo e vovô Edson de Oliveira Ribeiro que hoje celebra sua Páscoa definitiva e se reencontra com os braços de sua família celeste.

 

Brasilândia/MS, 03 de outubro de 2025.