A figueira, o vinhateiro e os frutos
agradáveis a Deus
Carlos Alberto dos Santos Dutra
O 3º Domingo da Quaresma nos
apresenta a passagem de Lucas 13,1-9 que nos fala da figueira estéril. Em
síntese, Jesus nos diz que, assim como a figueira criada por Deus, nós também devemos produzir frutos; somos
convidados em nossa vida a produzir bons frutos e obras. Não quaisquer frutos ou obras, mas frutos e obras especiais, personalizadas, com nome e sobrenome de Jesus Cristo. Ou seja, frutos de santidade, de amor e de salvação.
Sim, frutos de amor ao próximo, amor
à vida, amor à família, à comunidade, ao meio ambiente, enfim, frutos traduzidos em obras que revelem
o amor grandioso de Deus e que sentimos por tudo aquilo que Ele criou, revelador de seu infinito amor pela humanidade e por nós mesmos.
Mas por que produzir tais frutos de
amor e santidade? Por que não somente gozar a vida, aproveitá-la ao máximo,
explorar os seus limites, seus recursos naturais e desfrutar da felicidade e vantagens que está
ao alcance na medida certa para cada um?
Devemos produzir frutos de amor e santidade porque assim deseja o Senhor, autor da vida. O mesmo Senhor que nos dirige as palavras: “Já faz três anos que venho procurando figos e não encontro”, e que nos fala hoje ao coração.
Já faz três anos, dez anos, cinquenta
anos, uma vida inteira que Ele vem procurando encontrar frutos na nossa vida e não encontra. Que tristeza se Jesus pensasse assim de todos nós.
Porque o desejo de Jesus é
encontrar fartura de frutos e bênçãos em nós. Seu desejo é que produzamos frutos
saborosos, cheios de graça e que alimentem a vida que segue o seu curso. Não frutos somente para
o mundo, mas também para Deus, frutos que nos levem ao Reino de Deus.
Mas, a que frutos Jesus se
refere? A julgar pela parábola, Jesus fala de frutos doces, saborosos, à semelhança da uva, que
mostre que aquela planta, que também é sua obra, a figueira, não é estéril. Jesus quer nos mostrar que a
obra do Pai é perfeita e maravilhosa, que é fértil e capaz de produzir as
melhores bênçãos em nossa vida.
Só que o nosso Deus não é imediatista
e tampouco rancoroso. Ele é paciente. Neste tempo propício onde experimentamos a via crucis da Quaresma, o Senhor Jesus acata o sugestão do vinhateiro que deseja adubar a
figueira, acreditando que pode recuperá-la, acredita que ela vai ser capaz de
superar e vencer o desafio da morte.
Ainda que seja uma figueira plantada no meio de uma vinha, ela não foi excluída e banida do lugar. Seu lugar foi preservado. O vinhateiro deu-lhe uma oportunidade.
Assim Deus. Mesmo que estejamos em meio a uma realidade adversa e sombria, sempre há uma chance e uma esperança para todos que acreditam nos frutos da santidade e do amor que é capaz de produzir.
Deus está sempre atento àqueles que acreditam no milagre da Salvação que passa irremediavelmente pelo perdão e a conversão. “Se vós não vos converterdes,
ireis morrer todos do mesmo modo”, disse Jesus.
Que Jesus nunca nos diga, como disse para à figueira: “Por que está ela inutilizando a terra?” Ó que palavras duras. Não frutificar, não fazer o bem é um mal insuportável para Deus.
Mas sempre há a providência de Deus na nossa vida: “Vou cavar em
volta dela e colocar adubo”. Deus sempre dá um jeito de colocar pessoas-anjos junto de nós que nos ajudam a cavar em volta, fazer a coroa ao redor da planta,
removendo as ervas daninhas, os maus pensamentos, más influências e amizades
que não promovem o bem, a justiça e a paz que Jesus nos pede.
Deus coloca adubo, ideias novas, luz, esperança e fé em nossos corações, que brotam do Verbo de Deus, de seu Filho e de seu Santo Espírito para que a vida em nós renasça. Sim, a nossa salvação passa pelo perdão, pelos frutos e a conversão.
Louvado seja Nosso
Senhor Jesus Cristo. Para sempre seja Louvado.
Brasilândia/MS, 23 de março de 2025.
Fonte: Deus Conosco, Dia a Dia,
Ano Litúrgico C, março de 2025, Dia 23, 3º Domingo da Quaresma; Liturgia
Diária, 23 de março, 3º Domingo da Quaresma, Homilia, Pe. Edison Oliveira.
Foto: https://i.pinimg.com/736x/a7/27/00/a727004bfda07c99f0f0ffcf49f3ba2b.jpg
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