quarta-feira, 1 de maio de 2019


Dona Ezilda de Souza: a saudade e o gesto de acolhida.
Carlos Alberto dos Santos Dutra




Perder amigos, todos nós sentimos. Agora perder amigos especiais, a dor é sempre maior. 


É assim que nos sentimos em relação a dona Zilda (Ezilda) que há dois anos nos deixou.

 
Não, não sou da família e sequer amigo íntimo. Mas era como se fosse.


Uma rápida olhada pelas ruas, na paróquia, e  lá estava aquela senhora regendo a orquestra daquela  grande família.


E isso nos faz pensar.


Passando pelos revezes da vida, ela sempre se apresentou disposta e de bem com o rumo da graça que Deus lhe deu. 


Sempre vencendo as dificuldades inerentes da natureza humana e familiar com otimismo e fé.

 
E ainda encontrava tempo para inspirar a todos, apontando com um sorriso no rosto, o norte que todos esperavam.


Mas o que mais chamava a atenção, e alguns até nem sabiam, o quanto ela dedicava-se aos pobres.


Houve um tempo em que ela fornecia uma tradicional e suculenta sopa de legumes na praça, juntamente com outras senhoras, zelando pela caridade aos desvalidos. 


Dedicada à sua família, também arranjava tempo para dedicar-se às famílias daqueles que não tinha com quem contar.


Isso a diferenciava das demais pessoas comuns de nossa cidade.


E andava com elegância e jovialidade; alegria e simplicidade.


Exemplo e orgulho para toda sua família, diga-se numerosa, de nossa cidade, ligada pelos laços de sangue e de afeto, carinho e respeito, que a cidade aprendeu nutrir por ela.


Até mesmo aqueles que pouco a conheciam, ainda que de passagem, podem se sentir felizes por tê-la visto pelo menos uma vez.


Por essa razão, todos temos razões de sobra para externar nossos sentimentos a seus familiares que viram partir a sua matriarca.


Mulher que soube tornar a vida mais leve a partir de seus passos lentos, porém decididos, no rumo do amor e da felicidade. 


Os dias passam e a amiga Ezilda de Souza, com certeza, descansa em paz. Que os céus brindem a sua chegada com a acolhida fraterna dos manos Amélia, Tunicão, Helena, Onofre e outros que te saúdam, pois tu fizestes por merecer. 


Nossa saudade e sentimentos eternos a seus familiares e amigos.


Publicado em DUTRA, C.A.S. Diálogos impertinentes e crônicas de adeus, Brasilândia: Edição do Autor, 2020, p. 292. Disponível para compra em: https://clubedeautores.com.br/livro/dialogos-impertinentes-e-cronicas-de-adeus


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