sábado, 5 de outubro de 2019

Homenagem aos Agentes de Endemias Gerson Paulo da Silva e João Francisco dos Santos.



Amigos me dão licença
Um minuto vou falar
Quero aqui homenagear
Uma pessoa querida
Que pelas canhadas da vida
Fez historia na saúde
Peço que Deus o ajude
Nesta sua caminhada
Estrada longa trilhada
Com muita dedicação
Fez das tripas coração
Como agente de endemias
No tempo, naqueles dias
Tão difíceis de outrora
Falo agora sem demora
De Gerson Paulo, irmão
Com aperto no coração
Agora aposentado
Por nós todos estimado
Desde que aqui chegou
De Andradina de onde veio
10 irmãos, sem aperreio
Nascido em 53
20 de outubro era o mês
Chegando no Mato Grosso
Devagar, sem alvorosso
No ano 63
O filho de camponês
Se achegou na Brasilândia
Conhecida Arturlândia
Pertencia a Xavantina
Sem prefeito, na campina
E, olha lá o moleque
Colocando o pé no breque
Diante do cavaleiro
Não, não era um pistoleiro
Era o Joaquim, candidato
Pedindo voto, mandato
Prá prefeito, eleição.
Depois o Zé Marques, de então
Assumiu o patronato.

Seu Gerson todo é memória
Um homem que conta história
Daquilo que já viveu
Soube lutar e venceu
Desde o tempo do Nicola
Colega que fez escola
Chamado de cuiabano
Da SUCAM um veterano
E o Cido da malária
Percorrendo a braquiária
Gerson Paulo de mochila
Brasilândia era vila
Mas a região era enorme
Muito rigor no uniforme
A barba bem aparada
Toda ação fiscalizada
Pelo tal supervisor
Que não via com amor
O peso daquela bomba
Aspersora, uma tromba
Pesada de inseticida
Que era oferecida
X-Pert da Hudson era a marca
Mas quando a chuva encharca
O corpo e alma do agente
Lá vai seu Gerson valente
Vencer outro desafio
Cruzar a distância e o rio
Com a sua bicicleta
E lá vai o nosso atleta
Sem medo pelas encostas
Com a vida sempre exposta
Ao veneno e a intempérie
E nesta vida paupérie
Foi superando a morte
Com a ajuda de Deus teve sorte
Quando veio a condução
Veículo a disposição
Coisa rara uma carona
A comida, amigona
Era o empacotado
Farofa, assim ensacado
Que levava no bornal
Com carinho maternal
Pela patroa preparado.

E lá vai o nosso Gerson
Dormindo em uma rede
Pendurada na parede
Do galpão ou galinheiro
Tendo o céu por companheiro
Ou no galho de um arbusto
Às vezes levava um susto
Com medo de algum bicho
Onça, formiga, capincho
Mas logo adormecia
Ver logo chegar o dia
Longa noite de ousadia
Deste herói da Endemias
DENERU assim chamada
Que estava programada
Para cuidar da malária
Febre amarela fundiária
A peste e o mal de chagas
Enfermeiro destas plagas
Lá no fundão das fazendas
O povo de baixa renda
Sem acesso a prevenção
Aplicava injeção
Técnico em laboratório
Verdadeiro ambulatório
Coletava sangue, fazia
Lâminas, mais de cem, produzia.
E lá vai o nosso irmão
Educação em Saúde
Com palavras simples, amiúde
Gerson dá os seus conselhos
Sua vida é um espelho
Um livro que está aberto
Mostra prá longe e pra perto
O gosto pelo trabalho
Desculpe se me atrapalho
Na rima, do pajador
Foste nosso professor
De história e procedimentos
Prevenção, acompanhamento
Aos trabalhos realizados
Traz lembranças do passado
Que ilustram dias atuais
Alimenta os ideais
Dos agentes de endemias
Que também não veem o dia
Bicicleta, deixar de lado
A mochila e o legado
Que fica cá na Saúde
Pedido a Deus que ajude
Ao Gerson e sua família
Pois estamos em vigília
Por sua felicidade
E já sentindo saudade
De vê-lo assim, e gozar
O descanso acalentar
Enquanto aqui esperamos
Velhos e crianças sonhamos
Um dia se aposentar...


Com o agradecimento e as homenagens dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde ao servidor Guarda de Endemias, Gerson Paulo da Silva, e ao Agente de Saúde João Francisco dos Santos, pelos serviços prestados ao Núcleo de Combate a Endemias de Brasilândia/MS.
Brasilândia/MS, 4 de outubro de 2019.

Carlos Alberto dos Santos Dutra (Carlito).

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