terça-feira, 1 de outubro de 2019

Homenagem às Personalidades de Brasilândia.













Senhoras e Senhores. Familiares, Autoridades. Cidadãos e Cidadãs de Brasilândia.
Em razão do meu ofício e formação, peço vênia para dedicar aqui algumas singelas palavras e convidá-los a fazer uma pequena viagem no tempo e as circunstâncias que nos trazem aqui hoje.
“Placas de honra ao mérito em homenagens”, está escrito no Decreto Legislativo publicado por esta Casa Legislativa, e que confere “Títulos de Honra ao Mérito” a cidadãos desta cidade.
Com efeito, é uma das atribuições do Legislativo conferir tais comendas a cidadãos que se destacaram no âmbito de suas funções e atribuições em prol do município.
É por isso que estamos aqui hoje. Para receber tal condecoração, uma distinção honorífica conquistada pelo trabalho e influência social que cada um dos homenageados vem desenvolvendo ao longo dos anos nesta cidade.
Permita-me aqui mencionar, inicialmente, o nome do Delegado de Polícia Civil de Brasilândia, Dr. Thiago José Passos da Silva e a difícil tarefa de comandar a labuta pela segurança pública de nossa cidade.
Num tempo de liberdades estremadas e de afrouxamento das condutas morais, cada vez mais se torna difícil o enfrentamento ao ilícito penal, a contravenção rotineira, a violência doméstica, o tráfico de drogas, o latrocínio, a corrupção, o homicídio, e por aí vai.
Não fosse o apoio e dedicação do aparato e corporação que integra a instituição mais antiga do Brasil em prol da segurança dos cidadãos, a Polícia Civil, este trabalho seria impossível de ser realizado.
E aqui peço permitam-me nominar os Investigadores de Polícia Judiciária, Francisco Félix de Souza Filho, Sérgio Mauro Estevão de Almeida, Douglas Tavares Baptista de Souza, Alexandre de Souza Martins e Emely Stefanello Peruzo Oliveira, de ambas as classes, aqui justamente homenageados.
Por essa e outras razões é que a homenagem aqui prestada a essas pessoas têm alcance e importância: Por conferir e manifestar a esses cidadãos e cidadã que agem na defesa da sociedade e preservação da ordem pública, o merecido apreço e respeito, a justa admiração e solidariedade.
Mais que isso, registra nos anais desta Casa de Leis o reconhecimento pelo trabalho realizado de proteção à sociedade e ao indivíduo, no mais das vezes, de forma silenciosas e anônima, exercendo com excelência as atribuições que lhe são devidas.
Trabalho árduo, sim.
Conduta tantas vezes discriminada e mal entendida, porque zelosos do seu dever, sentem na pele a urgência e ultimam resultados, resultados esperados pela sociedade.
E lá vão eles na trilha da investigação buscando descobrir os crimes que não puderam ser evitados; colhendo e transmitindo às autoridades competentes, os indícios e provas, diligentemente colhidos por eles, os Investigadores de Polícia Judiciária.
Tantas vezes com parcos recursos, instrumentais e efetivos tíbios, fazendo das tripas coração para responder as demandas a contento aos reclames da sociedade.
Ao serem homenageados pelo Legislativo Municipal de Brasilândia, que traduz em última instância, a voz da comunidade local, o Delegado de Polícia e seus Investigadores, obtém, igualmente, a confirmação de estarem agindo certo e no rumo dos ideais e objetivos que norteiam a missão da Polícia Civil no Estado de Mato Grosso do Sul.
E com certeza, cada um deles aqui, firma convicção, cada policial, cada chefe de família, cada cidadão que igualmente merece a proteção do Estado, que os esforços devam avançar para além das palavras.
E que este mesmo Estado e seu Governo envide todos os esforços institucionais e públicos para que a Justiça não os desampare e sempre os valorizem.
Que o Estado os acolha em seus pleitos e reivindicações, bem como os referende e os defenda, quando bandidos - autores e cúmplices capturados - forem apresentados e levados aos tribunais, não os absolvendo.
Em meio ao trabalho destes servidores Policiais Civis, que nunca lhes falte também o apoio do Município e instituições locais para este serviço que é exercido de uma forma distinta dos demais servidores públicos;
Em meio a complexidade e especificidade de suas ações que exige estremada  discrição, que nunca lhes falte a perspicácia, para com esta atividade de risco que exige sempre pronta decisão;
Em meio à pressão social e emocional que diuturnamente estão submetidos, que os faz estar sempre alerta e em prontidão, tudo faz desta atividade policial, sim, merecedora de todo cuidado e atenção. Motivo suficiente para tais homenagens e congratulações.
Homenagem que esta Casa de Leis, numa feliz iniciativa da Presidente Maria Jovelina da Silva, sua mesa diretoria e demais pares, servidores e municipalidade, conferem aos senhores e senhora.
Parabéns Delegado da Polícia Civil, Dr. Thiago. Parabéns Investigadores de Policia Judiciária de Brasilândia: Francisco Felix,  Sérgio Mauro,  Douglas Tavares,  Alexandre de Souza e  Emely Stefanello.
Mas, entre os homenageados desta noite, também se encontram outros dois nomes que, num rápido olhar, pode-se pensar que destoam dos demais.
Diante de uma atividade tão séria e necessária desenvolvida por quem garante a segurança pública de uma cidade, exercida pelos policiais civis, pode parecer que falar de literatura, filosofia, arte e música, seja um despropósito, algo secundário e desnecessário.
Mas isso não é verdade.
Isso porque na base de uma sociedade e na conduta dos homens, todos são norteados por ideias, ideais, ideologias que sedimentam a nossa cultura.
Ou seja, todos somos produtos de uma ou outra forma de pensar e agir. E nisso manifestamos e revelamos quem somos, o que pensamos e o que queremos, através do pensamento, da linguagem, da escrita e da música.
Ah, a música...
E quando falamos de música, o universo aqui é imenso. Assim como a literatura, a música encerra tons, gêneros, instrumentos, vozes, corações e sentimento que embalam e são motor da vida.
Sentimento que nos torna semelhantes diante da alegria e da dor, que nos faz reagir diante da violência e do medo; sentimento que acomete a todos, desde o policial especializado até o cidadão comum.
É por isso, talvez, que nos eventos, por mais sérios que sejam, eles são precedidos por um momento cultural: uma apresentação artística, uma roda de viola, uma encenação teatral, um canto, uma poesia.
Isso nos eleva o espírito e nos diferencia das coisas inanimadas.
Nos diz e nos mostra que somos pessoas, seres humanos, capazes de dar o salto qualitativo sobre a natureza e sobre nós mesmos.
E nos torna capaz de aprimorar nossa conduta, tornando-a mais sociável e condizente com a convivência e a urbanidade, uma exigência do mundo civilizado.
Por isso, o maior violeiro na atualidade de Brasilândia, a prata da casa que mais brilha, é um dos homenageados aqui.
Isso para nos elevar a alma e o espírito. Para nos falar de um novo alvorecer, de coisas que o tempo nos faz esquecer. Para nos lembrar que também somos coração e sentimento, e precisamos do lúdico, de quando em vez para nos humanizar
A musica apresentada nos palcos, seja para protestar, seja para saudar e cantar o mundo que queremos, tem o poder de nos motivar a estender a mão e caminhar de mão dada com quem vai no mesmo rumo, mesmo que distante ainda esteja de aprender a conjugar o verbo amar, como escreveu o poeta amazonense Thiago de Mello.
Esse é o Tony Carrero, o Sr. Alcides da Silva, conhecido como Cidão da Viola. Que nos encanta o coração com suas canções. Canções que falam de vida e saudade, tristeza e esperança.
Porque a canção, se por um lado denuncia a dor do corpo, a dor das matas e da natureza, e a conduta hostil dos homens, por outro lado, embala os corações, realinha os destinos, semeia paz na alma e ilumina a escuridão.
Por isso seu Alcides e sua viola e violão estão aqui. Para cantar a vida que brota das cinzas e dos corações. Narrando coisas que um dia nos alegraram e são eternas em nossas recordações. Em especial, a lembrança os mais antigos que por aqui aportaram e construíram a história deste lugar.
Parabéns Cidão da Viola. Brasilândia deve muito a você. Te amamos Cidão.
E ao concluir minha fala, observo, ainda, que meu nome consta lista dos homenageados. O que sinceramente agradeço.
Não, não vou dizer que não sou merecedor. Pois todos nós temos de assumir nossas ações e as consequências de nossos atos. Bons ou ruins.
Aqui, felizmente, estamos exaltando o que de melhor cada um de nós está deixando como legado. E com muita honra posso dizer, sem falsa modéstia: agradeço pela homenagem.
Sinto-me ainda mais gratificado pelo fato desta Casa de Leis, um dia, também já ter a mim prestado a maior homenagem.
Foi quando, entre os anos 2005 a 2008, estive Vereador e primeiro secretário da mesa diretora ao lado dos presidentes desta Câmara, na época, José Cândido da Silva e Jorge Daniel Silva de Oliveira, o nosso Jorge Madeira.
Legislatura que construiu a primeira e atual sede própria deste Legislativo Municipal graças ao empenho e esforço financeiro dos dirigentes desta casa na época.
Brasilândia me homenageou com um mandato de Vereador, o primeiro eleito pelo PT, partido que me desfilei para ingressar no PSOL  e concorrer com outros cinco candidatos a Governador do Estado em 2006 tendo ficado em 3º lugar com expressiva votação no Estado e Brasilândia.
Importante recordar, hoje, quando retorno a esta Tribuna como simples cidadão, como me senti honrado naquela legislatura por ter apresentado mais de 280 proposições legislativas, vendo 16 projetos de leis de minha lavra ser aprovados e sancionados pelo prefeito da época, o atual Dr Antônio de Pádua Thiago contribuindo para o arcabouço jurídico sobre importantes temas para o município.
A comenda hoje a mim ofertada, mais do que o reconhecimento aos serviços prestados a esta cidade, reforça a responsabilidade de quem chegou em Brasilândia a mais de 30 anos e buscou trabalhar pelo engrandecimento desta cidade:
Compôs um hino para ela; cuidou de seus índios esquecidos, apoiou suas associações, celebrando em suas capelas, servindo a municipalidade como funcionário concursado,
Enfim, conclamando e protegendo esse cerrado que serviu de pauta para seus livros e as histórias que escreveu e também viveu.
Hoje tenho mais tempo de Brasilândia do que o tempo que vivi no meu estado natal, o Rio Grande do Sul. E isso me torna um brasilandense de coração, mais que sangue, é sentimento e responsabilidade.
Obrigado Brasilândia pela acolhida. Obrigado a minha família que sempre me apoiou nas minhas lutas, entendidas como quixotescas, para uns e altruístas, para outros.
Obrigado aos amigos que souberam tolerar e ajudar a moldar o perfil deste gaudério pelo-duro parido lá na pampa gaúcha, que um dia chegou de longe, por essas plagas e por aqui se aquerenciou.
Obrigado a todos. Parabéns a todos nós. Obrigado.

Carlos Alberto dos Santos Dutra, 30 de setembro de 2019.
Sessão Solene da Câmara Municipal de Brasilândia  de Entrega de Títulos de Honra ao Mérito.

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