Senhoras e Senhores. Familiares,
Autoridades. Cidadãos e Cidadãs de Brasilândia.
Em razão do meu ofício
e formação, peço vênia para dedicar aqui algumas singelas palavras e
convidá-los a fazer uma pequena viagem no tempo e as circunstâncias que nos
trazem aqui hoje.
“Placas de honra ao
mérito em homenagens”, está escrito no Decreto Legislativo publicado por esta
Casa Legislativa, e que confere “Títulos de Honra ao Mérito” a cidadãos desta
cidade.
Com efeito, é uma das
atribuições do Legislativo conferir tais comendas a cidadãos que se destacaram
no âmbito de suas funções e atribuições em prol do município.
É por isso que estamos
aqui hoje. Para receber tal condecoração, uma distinção honorífica conquistada
pelo trabalho e influência social que cada um dos homenageados vem
desenvolvendo ao longo dos anos nesta cidade.
Permita-me aqui
mencionar, inicialmente, o nome do Delegado de Polícia Civil de Brasilândia, Dr.
Thiago José Passos da Silva e a difícil tarefa de comandar a labuta pela
segurança pública de nossa cidade.
Num tempo de
liberdades estremadas e de afrouxamento das condutas morais, cada vez mais se
torna difícil o enfrentamento ao ilícito penal, a contravenção rotineira, a
violência doméstica, o tráfico de drogas, o latrocínio, a corrupção, o
homicídio, e por aí vai.
Não fosse o apoio e
dedicação do aparato e corporação que integra a instituição mais antiga do
Brasil em prol da segurança dos cidadãos, a Polícia Civil, este trabalho seria
impossível de ser realizado.
E aqui peço permitam-me
nominar os Investigadores de Polícia Judiciária, Francisco Félix de Souza
Filho, Sérgio Mauro Estevão de Almeida, Douglas Tavares Baptista de Souza,
Alexandre de Souza Martins e Emely Stefanello Peruzo Oliveira, de ambas as
classes, aqui justamente homenageados.
Por essa e outras razões
é que a homenagem aqui prestada a essas pessoas têm alcance e importância: Por
conferir e manifestar a esses cidadãos e cidadã que agem na defesa da sociedade
e preservação da ordem pública, o merecido apreço e respeito, a justa admiração
e solidariedade.
Mais que isso,
registra nos anais desta Casa de Leis o reconhecimento pelo trabalho realizado
de proteção à sociedade e ao indivíduo, no mais das vezes, de forma silenciosas
e anônima, exercendo com excelência as atribuições que lhe são devidas.
Trabalho árduo, sim.
Conduta tantas vezes
discriminada e mal entendida, porque zelosos do seu dever, sentem na pele a
urgência e ultimam resultados, resultados esperados pela sociedade.
E lá vão eles na
trilha da investigação buscando descobrir os crimes que não puderam ser
evitados; colhendo e transmitindo às autoridades competentes, os indícios e
provas, diligentemente colhidos por eles, os Investigadores de Polícia
Judiciária.
Tantas vezes com
parcos recursos, instrumentais e efetivos tíbios, fazendo das tripas coração
para responder as demandas a contento aos reclames da sociedade.
Ao serem homenageados
pelo Legislativo Municipal de Brasilândia, que traduz em última instância, a
voz da comunidade local, o Delegado de Polícia e seus Investigadores, obtém,
igualmente, a confirmação de estarem agindo certo e no rumo dos ideais e
objetivos que norteiam a missão da Polícia Civil no Estado de Mato Grosso do
Sul.
E com certeza, cada um
deles aqui, firma convicção, cada policial, cada chefe de família, cada cidadão
que igualmente merece a proteção do Estado, que os esforços devam avançar para
além das palavras.
E que este mesmo
Estado e seu Governo envide todos os esforços institucionais e públicos para
que a Justiça não os desampare e sempre os valorizem.
Que o Estado os acolha
em seus pleitos e reivindicações, bem como os referende e os defenda, quando bandidos
- autores e cúmplices capturados - forem apresentados e levados aos tribunais,
não os absolvendo.
Em meio ao trabalho
destes servidores Policiais Civis, que nunca lhes falte também o apoio do
Município e instituições locais para este serviço que é exercido de uma forma
distinta dos demais servidores públicos;
Em meio a complexidade
e especificidade de suas ações que exige estremada discrição, que nunca lhes falte a perspicácia,
para com esta atividade de risco que exige sempre pronta decisão;
Em meio à pressão
social e emocional que diuturnamente estão submetidos, que os faz estar sempre
alerta e em prontidão, tudo faz desta atividade policial, sim, merecedora de todo
cuidado e atenção. Motivo suficiente para tais homenagens e congratulações.
Homenagem que esta
Casa de Leis, numa feliz iniciativa da Presidente Maria Jovelina da Silva, sua
mesa diretoria e demais pares, servidores e municipalidade, conferem aos
senhores e senhora.
Parabéns Delegado da
Polícia Civil, Dr. Thiago. Parabéns Investigadores de Policia Judiciária de
Brasilândia: Francisco Felix, Sérgio
Mauro, Douglas Tavares, Alexandre de Souza e Emely Stefanello.
Mas, entre os homenageados desta noite, também se
encontram outros dois nomes que, num rápido olhar, pode-se pensar que destoam dos
demais.
Diante de uma
atividade tão séria e necessária desenvolvida por quem garante a segurança
pública de uma cidade, exercida pelos policiais civis, pode parecer que falar
de literatura, filosofia, arte e música, seja um despropósito, algo secundário
e desnecessário.
Mas isso não é
verdade.
Isso porque na base de
uma sociedade e na conduta dos homens, todos são norteados por ideias, ideais,
ideologias que sedimentam a nossa cultura.
Ou seja, todos somos
produtos de uma ou outra forma de pensar e agir. E nisso manifestamos e
revelamos quem somos, o que pensamos e o que queremos, através do pensamento, da
linguagem, da escrita e da música.
Ah, a música...
E quando falamos de
música, o universo aqui é imenso. Assim como a literatura, a música encerra
tons, gêneros, instrumentos, vozes, corações e sentimento que embalam e são
motor da vida.
Sentimento que nos
torna semelhantes diante da alegria e da dor, que nos faz reagir diante da
violência e do medo; sentimento que acomete a todos, desde o policial
especializado até o cidadão comum.
É por isso, talvez,
que nos eventos, por mais sérios que sejam, eles são precedidos por um momento
cultural: uma apresentação artística, uma roda de viola, uma encenação teatral,
um canto, uma poesia.
Isso nos eleva o
espírito e nos diferencia das coisas inanimadas.
Nos diz e nos mostra
que somos pessoas, seres humanos, capazes de dar o salto qualitativo sobre a
natureza e sobre nós mesmos.
E nos torna capaz de aprimorar
nossa conduta, tornando-a mais sociável e condizente com a convivência e a
urbanidade, uma exigência do mundo civilizado.
Por isso, o maior violeiro
na atualidade de Brasilândia, a prata da casa que mais brilha, é um dos
homenageados aqui.
Isso para nos elevar a
alma e o espírito. Para nos falar de um novo alvorecer, de coisas que o tempo
nos faz esquecer. Para nos lembrar que também somos coração e sentimento, e
precisamos do lúdico, de quando em vez para nos humanizar
A musica apresentada
nos palcos, seja para protestar, seja para saudar e cantar o mundo que
queremos, tem o poder de nos motivar a estender a mão e caminhar de mão dada
com quem vai no mesmo rumo, mesmo que distante ainda esteja de aprender a conjugar
o verbo amar, como escreveu o poeta amazonense Thiago de Mello.
Esse é o Tony Carrero,
o Sr. Alcides da Silva, conhecido como Cidão da Viola. Que nos encanta o
coração com suas canções. Canções que falam de vida e saudade, tristeza e
esperança.
Porque a canção, se
por um lado denuncia a dor do corpo, a dor das matas e da natureza, e a conduta
hostil dos homens, por outro lado, embala os corações, realinha os destinos,
semeia paz na alma e ilumina a escuridão.
Por isso seu Alcides e
sua viola e violão estão aqui. Para cantar a vida que brota das cinzas e dos
corações. Narrando coisas que um dia nos alegraram e são eternas em nossas recordações.
Em especial, a lembrança os mais antigos que por aqui aportaram e construíram a
história deste lugar.
Parabéns Cidão da
Viola. Brasilândia deve muito a você. Te amamos Cidão.
E ao concluir minha fala, observo, ainda, que meu nome
consta lista dos homenageados. O que sinceramente agradeço.
Não, não vou dizer que
não sou merecedor. Pois todos nós temos de assumir nossas ações e as consequências
de nossos atos. Bons ou ruins.
Aqui, felizmente,
estamos exaltando o que de melhor cada um de nós está deixando como legado. E
com muita honra posso dizer, sem falsa modéstia: agradeço pela homenagem.
Sinto-me ainda mais
gratificado pelo fato desta Casa de Leis, um dia, também já ter a mim prestado
a maior homenagem.
Foi quando, entre os
anos 2005 a 2008, estive Vereador e primeiro secretário da mesa diretora ao
lado dos presidentes desta Câmara, na época, José Cândido da Silva e Jorge
Daniel Silva de Oliveira, o nosso Jorge Madeira.
Legislatura que
construiu a primeira e atual sede própria deste Legislativo Municipal graças ao
empenho e esforço financeiro dos dirigentes desta casa na época.
Brasilândia me
homenageou com um mandato de Vereador, o primeiro eleito pelo PT, partido que
me desfilei para ingressar no PSOL e
concorrer com outros cinco candidatos a Governador do Estado em 2006 tendo
ficado em 3º lugar com expressiva votação no Estado e Brasilândia.
Importante recordar,
hoje, quando retorno a esta Tribuna como simples cidadão, como me senti honrado
naquela legislatura por ter apresentado mais de 280 proposições legislativas,
vendo 16 projetos de leis de minha lavra ser aprovados e sancionados pelo
prefeito da época, o atual Dr Antônio de Pádua Thiago contribuindo para o
arcabouço jurídico sobre importantes temas para o município.
A comenda hoje a mim
ofertada, mais do que o reconhecimento aos serviços prestados a esta cidade, reforça
a responsabilidade de quem chegou em Brasilândia a mais de 30 anos e buscou
trabalhar pelo engrandecimento desta cidade:
Compôs um hino para
ela; cuidou de seus índios esquecidos, apoiou suas associações, celebrando em
suas capelas, servindo a municipalidade como funcionário concursado,
Enfim, conclamando e
protegendo esse cerrado que serviu de pauta para seus livros e as histórias que
escreveu e também viveu.
Hoje tenho mais tempo
de Brasilândia do que o tempo que vivi no meu estado natal, o Rio Grande do
Sul. E isso me torna um brasilandense de coração, mais que sangue, é sentimento
e responsabilidade.
Obrigado Brasilândia
pela acolhida. Obrigado a minha família que sempre me apoiou nas minhas lutas,
entendidas como quixotescas, para uns e altruístas, para outros.
Obrigado aos amigos
que souberam tolerar e ajudar a moldar o perfil deste gaudério pelo-duro parido lá na pampa gaúcha, que
um dia chegou de longe, por essas plagas e por aqui se aquerenciou.
Obrigado a todos. Parabéns
a todos nós. Obrigado.
Carlos
Alberto dos Santos Dutra, 30 de setembro de 2019.
Sessão
Solene da Câmara Municipal de Brasilândia de Entrega de Títulos de Honra ao Mérito.
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