sexta-feira, 19 de junho de 2020



O Auxílio Emergencial e a Mumunha
Carlos Alberto dos Santos Dutra


Vivemos num país cujo emprego de meios ilegais para benefício próprio campeia. Vira e mexe e nos deparamos com algum negócio ilícito, uma artimanha, uma mutreta. Desde aquelas que circulam pelos escaninhos palacianos do planalto central, até o lugar mais ermo e recôndito. A corrupção não faz distinção: ela se faz sentir entre homens e mulheres, velhos e moços, ricos e pobres.

A divulgação pela Imprensa nos últimos dias, da lista das pessoas beneficiadas com o auxílio emergencial, do governo federal, destinado àqueles informais e/ou desempregados, que faziam jus à ajuda financeira, oportunizou conhecer melhor também o perfil moral das pessoas.

Para alguns, isso só serviu para confirmar o que muitos já sabiam desde os tempos bíblicos: Em meio ao trigo há também o joio, a erva daninha. E como é difícil extirpá-la sem o recurso da educação e da leitura.

Já foi dito: "Quem não lê, mal fala, mal ouve, mal vê". E, por assim dizer, pratica barbaridades. Não que a instrução lhe isente da maldade, mas porque ela lhe fornece critérios para não errar. E, se errar (como se aproveitar da miséria humana para tirar proveito próprio), possa ser julgado sem piedade, com o rigor da lei.

Por aqui, isso também não poderia ser diferente. É o que se depreende ao deitar os olhos pela longa lista de 2.748 pessoas que foram beneficiadas com a ajuda emergencial em Brasilândia, lista essa publicada pelo Jornal Midia Max que pode ser acessado AQUI

É possível encontrar ali nomes conhecidos de nossa cidade, nomes que nem de longe careceriam receber tal ajuda. Há de fazer a ressalva, entretanto, sobre alguns nomes e CPFs que poderão ter sido inseridos por terceiros ou equivocadamente, sem o conhecimento dos titulares, portanto inocentes. Desde que, convenhamos, não tenham ido até o banco retirar a quantia injustamente depositada na sua conta. 

A maior parte dos beneficiados, todos sabemos, são pessoas que notadamente são carecedoras desta ajuda emergencial, auxílio que lhe representa a própria subsistência nestes tempos de isolamento social e pandemia. Porém, ver ao lado desses mais necessitados, cidadãos, assim chamados "de bem", partilhando desses valores, usufruindo dessas migalhas é muito triste. É tirar o pão da boca do pobre; é desprezar a humanidade; é tiranizar a justiça, é debochar da imagem de Deus (Eclesiástico 34,25).

O Site do Jornal Midia Max, mencionando que as informações publicadas são todas oficiais, disponibilizadas pelo Portal da Transparência do Governo Federal, mantido pela Controladoria-Geral da União-CGU, incentiva e sugere que o ‘controle social’ seja exercido com a participação ativa da população no combate à corrupção com a devida denúncia sobre suspeitas e fraudes no pagamento do Auxílio Emergencial.

Brasilândia/MS, 19 de junho de 2020

Nenhum comentário:

Postar um comentário