quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

 

A longevidade de Dona Idalina Ferreira

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 








O nome Idalina não é um nome comum. Logo algum familiar mais antigo há de lembrar uma parenta ou conhecida chamada Idalina. Entre os moradores desta cidade, um dia também viveu nestas terras uma pioneira com este nome. E com o diferencial de ter sido centenária.

A lembrança nos leva ao dia em que esta Idalina Ferreira, comemorava o transcurso de seu aniversário, que ocorria naquele dia 24 de setembro de 2005. Ocasião em que a Câmara Municipal de Brasilândia conferia uma Moção de Congratulações a esta senhora pela passagem de seus 103 anos de idade, honraria que foi entregue ao seu filho, Sr. Jesulino Ferreira numa sessão ordinária do dia 26 de setembro de 2005.  

Dona Idalina Ferreira nasceu no dia 24 de setembro de 1902, no interior de Guanambi, pequeno município encravado na Serra Geral do estado da Bahia. Filha de Manuel Ferreira e Maria de Jesus foi mãe de oito filhos: Jesulino, Manuel, Darci, Iraci, Edivaldo, Florisvaldo, Maria e Gessi 

Avó de uma centena de netos, dezenas de bisnetos e alguns tataranetos, ela e o marido, Sr. Simplício Rodrigues, falecido em 2004, aos 104 anos de idade, aqui chegaram nesse município, depois de passar por Mogiano e Marília, pela Sorocabana, com os cinco filhos mais velhos ainda rapazes.  

Como ela mesma havia nos confidenciado: Chegaram aqui onde era um batidão e não tinha estrada, não; de Três Lagoas para cá. E instalaram-se inicialmente na Fazenda Califórnia, onde trabalharam tocando lavoura, de milho, de arroz e de feijão. O dono da fazenda era um homem de nome Marco, um fazendeiro velho, depois vendeu para o seu Ozardino, recorda.  

De lá seus filhos foram esparramando cada um para um canto. Morou também na banda do rio Taquaruçu, no lugar chamado Pororoca, fazenda Barreiro. Depois mudaram para a fazenda dos Mundin. Conviveram muitos anos na Aldeia dos Índios. Ali plantaram arroz e algodão. Os filhos rapazes já trabalhavam, junto dos outros mais miudinhos. Todos trabalhavam catando algodão.  

Na data em que foi homenageada (2005), dona Idalina Ferreira vivia na residência do casal Vicente e Luzia, hoje saudosos, na Rua Elviro Mancini, n° 834. Já com escassa visão e caminhando com dificuldade, ao completar 103 anos de idade, no dia do seu aniversário fez questão de perfilar-se e assoprar com vigor a velinha do bolo que os parentes e amigos lhe brindaram naquela data inesquecível e tão significativa.  

Para seus familiares foi a maior bênção terem ao seu lado a presença daquela matriarca de olhar suave que inspirava confiança e paz a todos. Para Brasilândia também foi motivo de alegria poder honrá-la e homenageá-la por ser, com certeza, a moradora com mais idade do município.  

Dona Idalina Ferreira, depois de festejar aquele aniversário, ainda viveu quatro anos, rodeada de carinho e amigos, participando de círculos bíblicos e se manifestando carinhosamente disposta.  

No dia 19 de abril de 2010, quando os anjos vieram buscá-la, a encontram em paz e sorrindo. Depois de percorrer uma longa estrada, durante os 107 anos de vida que Deus lhe deu, ela estava pronta para partir. Pois já havia descoberto o caminho e o endereço certo da felicidade... no Céu. 

 

Foto: Dona Idalina Ferreira festeja 103 anos de idade em sua casa com a família e amigos Fonte: História e Memória de Brasilândia/MS, Volume 1-Pioneiros, página 194.















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