terça-feira, 31 de dezembro de 2024

 

Como será o Novo Ano que ora inicia?

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

As luzes e o badalar dos sinos do Natal envolveram os corações e mentes de boa parte da humanidade. O mundo inteiro viu-se então preparado e motivado para pisar com confiança o Novo Ano que inicia.

O Ano Novo, entretanto, depende de como o Natal foi encarado e vivido na festa a ele dedicado seis dias antes. O Ano que ora inicia depende das preces e motivações que depositamos aos pés do Menino Jesus, o aniversariante.

O Ano só será Novo se os propósitos que firmamos revelarem distância das velhas práticas de convivência do passado e que em nada nos ajudaram a concretizar nossos sonhos para encontrar a felicidade almejada.

Se o Menino Jesus de nosso presépio revelou o rosto daqueles que se assemelham ao menino pobre, filho de mãe solteira e um pai adotivo da história, que perambula pelas margens das rodovias numa atitude de flagrante e inocente subversão...

Com certeza nossa motivação cristã nos levará a deitar o olhar com mais compaixão para esta realidade, buscando alcança-la e socorrê-la devolvendo-lhe dignidade.

Se o Menino Jesus de nosso presépio, entretanto, revelou somente o brilho das cores e apelos do mercado das luzes e dos presentes trazidos do ártico de neon pelo bom velhinho, o lendário Santa Cláus, num ato mágico, onde o aniversariante do dia sequer foi lembrado...

Aí, com certeza essa motivação o levará a um mundo de ilusão, projetando-o no coração um Ano Novo com feições velhas e já conhecidas de todos os que lutam e pouco conseguem avançar além do ódio e desesperança.

Colocar os pés no chão do Ano Novo, é, antes de tudo, ter os olhos bem abertos, focados na realidade que a todos cerca. E movidos pelo otimismo que nos alimenta a todos.

Desde as relações familiares entre pais e filhos, que devem ser respeitosas, gentis e responsáveis, até a relação com o mundo, o meio ambiente e a sociedade. Sendo tudo exercido com zelo, cuidado e afeto, pois dependemos uns dos outros para sobreviver.

A violência das forças da natureza e as mudanças climáticas que estão na ordem do dia são eventos que se tornam cada vez mais frequentes e desafiadores. Por uma questão de ética e solidariedade, torna-se ignorante e irresponsável todo aquele que não se juntar àqueles que buscam garantir a sobrevivência do planeta. A começar pelos pequenos gestos até chegar às grandes realizações.

Devaneio e loucura é persistir insistindo na luta armada, onde irmãos e países disputam poder e força, enquanto seres humanos sequer têm água e alimento para sobreviver. A hipocrisia das luzes do Natal transformam-se, assim, em espadas e tanques que ceifam vidas, destroem patrimônios e fazem correr rios de sangue a luz do dia.

Colocar os pés no Ano Novo, para a grande maioria do povo, é apenas mais um dia no calendário, pois o tempo não para e as exigências do cotidiano os impele a continuar caminhando em meio aos apelos de consumo do tempo sempre ávido que se chama hoje.

Para uma parcela privilegiada da humanidade, que se dispôs a abrir o coração para receber e colher aquele Menino Jesus que foi rejeitado e perseguido pelos poderosos do seu tempo, o Ano Novo se apresenta como uma feliz possibilidade, um campo aberto de oportunidade para que bênçãos divinas possam desprender do Céu sobre suas cabeças, corações e braços para levar a diante os dias de luz, paz e prosperidade que lhe esperam.

Que o Ano Novo que ora inicia seja para cada um de nós um tempo de realizações e conquistas pautadas no amor, no acolhimento, na justiça e na paz, nunca perdendo de vista o lugar social onde cada um se encontra. Pois é sempre possível revelar o Amor de Deus a quem está ao nosso lado, se o nosso coração assim o desejar, a começar por aqueles a quem queremos bem.

Feliz Ano Novo. Gratidão à minha família, colegas e a cada um dos amigos [pessoais e das redes sociais] pelo carinho, respeito e admiração manifestados durante o ano que ora finda. Deus seja Louvado!


Brasilândia/MS, 31 de dezembro de 2024.


segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Atividades Litúrgicas e Pastorais do Diác. Carlito no Ano de 2024

 





























Brasilândia/MS, 31 de dezembro de 2024.

FELIZ ANO NOVO!

Obrigado Comunidades e que Deus os abençoe:

Nossa Senhora Aparecida (Pedra Bonita)
Nossa Senhora das Graças (Porto João André)
São Francisco de Assis (Fazenda Córrego Azul)
São José dos Jesuítas (Fazenda Jesuíta)
São José Operário (Distrito Debrasa)
São Vicente de Paulo (Bairro João Paulo da Silva)
Igreja Matriz (Paróquia Cristo Bom Pastor)

 

Mamãe peixa e a conservação da ictiofauna

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

 

É tempo de piracema. É um tempo de sossego e segurança para a fauna que corre livre pelas águas e a margem dos rios. Sobretudo pelos afluentes, o curso das águas que são berçários, que renovam a vida de milhares de peixes e espécies aquáticas que circundam o entorno daquilo que chamamos meio ambiente. 

Mas lá, sob o reflexo das águas, a mamãe peixa observa, não mais o anzol brilhante, cativante, que lhe espreita sob a vara ou molinete. Não mais o casco do barco, e a linha de nylon em forma de rede que lhe obstaculiza a passagem impedindo-a de chegar até o ninho e poder procriar. 

Naquele dezembro de 2024, eis que as margens dos rios Paraná e Paranapanema, amanheceram agitadas. Era possível somente de longe ouvir o rebojo das águas numa manifestação de festa e alegria. 

Aquela rebuliço, entretanto, não era motivo de apreensão. Era a soltura de 550 mil peixes das espécies pacu guaçu, curimbatá, piapara e piracanjuba que alcançavam os reservatórios das Usinas Hidrelétricas Ilha Solteira e Jupiá, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul. 

Ainda que a intenção era a de também fortalecer o estoque pesqueiro, a ação que promovia o manejo e a conservação da ictiofauna da região, garantia o equilíbrio ecológico. 

Sem dúvida, uma iniciativa elogiável da empresa CTG Brasil, que, desde 2016, já repovoou os rios Paraná e Paranapanema com 25 milhões de peixes nativos. 

A soltura foi dividida em quatro locais, com início no último dia 2 e a liberação de 100 a 150 mil peixes em cada ponto de soltura. As ações ocorreram na ponte do rio São José, Paranaíba, Vila dos Operadores e Santa Clara. 

Essa foi a segunda ação do ciclo 2025. Com ela, atingimos a marca de 1,3 milhão de peixes soltos na bacia do rio Paraná, afirma Norberto Castro Vianna, especialista de Meio Ambiente da CTG Brasil. 

A soltura de peixes de espécies nativas é fundamental para assegurar a reprodução e fortalecer o estoque pesqueiro, contribuindo ao equilíbrio e desenvolvimento desses ecossistemas, complementa Vianna. 

Segundo a empresa, o Programa de Manejo e Conservação da Ictiofauna, conta com a autorização do Ibama e configura medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, com o objetivo de repovoar e garantir diversidade de peixes por meio da produção e soltura de espécies nativas. 

A mamãe peixa agora está voltando para o seu berçário não mais sozinha, está acompanhada de outras peixas mais jovens. Logo mais, num futuro bem próximo, elas estarão também com seus rebentos saltitando ao seu lado, garantindo a continuidade da vida de suas espécies e revitalizando os nossos rios, por mais um ano. Até a próxima piracema. 

Brasilândia/MS, 30 de dezembro de 2024.

Fonte: China Three Gorges Corporation, CTG Brasil. ctgbrasil@comunic.com.br. Nathalia Gomes. nathalia@comunic.com.br; www.comunic.com.br


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

 

Pedro Cândido da Costa, o adeus e sua vernissage celeste.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

Na sua etimologia, a palavra Pedro tem origem no grego Petros e no latim Petrus que significa pedra ou rocha. Este nome está universalmente associado ao cristianismo cujo apóstolo chamado Pedro é apresentado na Bíblia como o pilar da igreja primitiva e símbolo de resistência e força.

Pois hoje, um cidadão brasilandense, resistente como a pedra, experimentou estar face a face com seu homônimo no Céu, o personagem de uma história, assim chamada, de Salvação, que certamente o acolheu participando de sua vernissage celeste.

Partiu Pedro Cândido da Costa, popular Pedrão, pintor e artista plástico brasilandense. Ele, certamente, deixará muitas lembranças, histórias e saudade à seus familiares e àqueles que o conheceram.

Portador de uma rara habilidade artística, desenvolvia trabalhos em madeira e tela, bem como magníficos trabalhos de pintura em paredes. Pedrão pintava o mundo em cores e detalhes, com características não presas e limitadas por estilos, escreveu o Jornal da Cidade no ano de 2006.

Pedrão chegou a ser homenageado pelo 6º Concurso Literário no ano de 2000, figurando como destaque e talento notável de Brasilândia, tendo realizado feiras e exposições de seus trabalhos, entre eles o magnífico painel construído no mural da Praça Santa Maria, no espaço cultural da cidade, durante os festejos do dia 7 de setembro de 1998.

Nascido no dia 12 de junho de 1949, esse alagoano de União dos Palmares, filho de João Cândido da Costa e Ana Rosa da Conceição, era casado com a professora Sandra Aparecida Louzada da Costa, sendo que deste matrimônio obtiveram as filhas Patrícia e Paula.

Este artista que pintava desde os 15 anos de idade chegou à Brasilândia em 1962, ainda antes do município ter sido emancipado, sendo considerado um dos pioneiros da cidade.

Sobre este artista e profissional autônomo que sempre foi, este escultor e pintor artístico, pode-se dizer, que ele possuía a alma voltada para a arte e a percepção, onde tudo se transformava quando recebia o toque de sua mão de  artífice.

Seu trabalho artístico se destacava, acima de tudo, pelo modo diversificado com o qual retratava os temas em seus quadros. Logo de início quem vê os quadros do Pedrão se encanta. Eles são ricos em contrastes. Mas, olhando-os mais detalhadamente percebe-se o fino contorno de uma linha preta, raramente visto em algumas obras.

Ele contava que antigamente pintava simplesmente por hobby, como uma forma de distração, sem intenção de vender. Entretanto, com a chegada das críticas e os elogios recebidos sentiu-se estimulado a aprimorar o seu talento a cada obra produzida. A maioria de seus quadros, em látex acrílico, retratam paisagens ricas em pequenos detalhes; retratam também animais, como o cavalo.

O artista disse certa vez, que já havia perdido a conta do número de telas finalizadas, mas seu trabalho preferido foi feito há muito tempo atrás, em preto e branco, e que nos últimos anos ele estava restaurando.

O mais surpreendente é que Pedrão nunca fez um curso de pintura – e também nunca procurou dar aulas angariando discípulos. Seu trabalho era solo. Ele acreditava que o aprendizado da técnica faz, às vezes, com que o artista perca seu estilo, sua essência própria, tornando seu trabalho igual aos de outros artistas.

Sim. Um artista singular. Para ele não existia um tempo determinado para finalizar uma obra, que podia ser um mês ou até mesmo um ano.

Embora tenha começado a pintar desde criança, passou cerca de vinte anos sem pintar tendo retomado os pincéis no ano de 2000 onde passou a enxergar a pintura com mais profissionalismo. 

Com uma pintura autodidata, isto é, sem técnica adquirida, sua pintura chama atenção pelo tom variado de suas obras que totalizam mais de 100 espalhadas, doadas e vendidas a diversos moradores de Brasilândia que souberam valorizar a sua obra.

Sua arte é bem ampla incluindo quadros e também entalhes em baixo relevo. Utiliza na pintura a tinta PVC resinado que deixa o quadro com uma aparência menos carregada e proporciona mais facilidade de limpeza. 

À jornalista Patrícia Acunha, do Jornal da Cidade, o artista Pedrão confidenciou que possuía um sonho: quer expor suas obras não apenas em Brasilândia, que segundo ele ainda não dispõe de local apropriado.

No dia 12 de março de 2010 Pedrão inaugurou sua Galeria de Arte Toca do Artesão, um lugar aconchegante localizado na Alameda Arthur Höffig, no centro de Brasilândia, onde o artista e proprietário da galeria, se propôs a encantar as pessoas com a exposição de suas obras.

Embora fosse um homem de temperamento reservado para os estranhos, era um cidadão culto e artista bastante conhecido no meio artístico, tendo participado da 1ª Exposição de Artes Plásticas em Três Lagoas. Sua obra mais cara, confessou, foi O Carro de Boi que se encontrava no saguão da antiga sede da Câmara Municipal de Brasilândia.

Morre o artista, mas sua obra permanece. Tudo para demonstrar que uma vida sempre vale a pena. Descanse em paz, amigo, artista plástico Pedrão.

Brasilândia/MS, 19 de dezembro de 2024.

Fonte: Talentos Notáveis. Jornal da Cidade, 1º a 13.Mar.2006, p. 8.; Galeria de arte toca do artesão é inaugurada em Brasilândia. Cidade Morena Notícias, 19.Mar.2010. História e Memória de Brasilândia/MS, Vol. II-Patrimônio, Brasilândia, 2021, pág. 75-77.





domingo, 15 de dezembro de 2024

Meio Ambiente: Quando cada 1 representa 400.

Carlos Alberto dos Santos Dutra




 

O ato de representar exige responsabilidade. Mesmo que essa representação se apresente de forma simbólica. Isso porque, aqueles cujo poder lhes foi auferido, carregam nos ombros, corações e mentes, o desejo mais íntimo, ainda que não verbalizado, pautado na confiança nutrida pelos laços da cidadania e da urbanidade. 

Foi o que aconteceu no dia 13 de dezembro de 2024, pela manhã, no anfiteatro do Centro Cultural Ramez Tebet, em Brasilândia/MS. Reuniram-se ali 44 cidadãos e cidadãs para debater e deliberar propostas sobre as Emergências Climáticas durante a 1ª Conferência Intermunicipal do Meio Ambiente promovida em conjunto pelos município de Brasilândia e Santa Rita do Pardo, com o apoio do Codevale. 

Ali se encontravam representantes dos dois municípios que juntos somavam uma população de 17.619 pessoas (pelo último censo do IBGE, 11.592 habitantes de Brasilândia, e 7.027 habitantes de Santa Rita do Pardo). 

Ou seja, cada participante ali presente representava 400 cidadãos e cidadãs, homens e mulheres, crianças e adolescentes, adultos e idosos, negros e brancos, indígenas e não-indígenas, agricultores, pecuaristas, empresários, comerciantes e comerciários, estudantes e professores, técnicos, mestres e doutores, donas de casas, ribeirinhos e pescadores, ceramistas e horticultores, empreendedores, profissionais liberais, artistas, cantores... 

Enfim. Representantes de todos nós. 

E quanta responsabilidade!

E lá estavam os representantes do poder Executivo, atuais e futuros, mostrando interesse em instaurar em suas políticas públicas o tema das Emergências Climáticas. O secretário José Carlos Soriano e também, como bem lembrou o prefeito de Brasilândia, o médico Dr. Antônio de Pádua Thiago: “agora, quando a água nos alcança o bumbum”, devemos arregaçar as mangas. 

De mesma forma, como frisou o igualmente médico de Santa Rita do Pardo, o prefeito Dr  Lúcio Roberto Calixto Costa, sobre “a urgência com que as medidas mitigadoras devam ser tomadas” em relação ao meio ambiente do Vale do Ivinhema e Costa Leste, que experimenta desenvolvimento nunca visto. 

E lá estavam representantes dos povos originários de Brasilândia: a vice Cacique do Povo Ofaié, Fokoi-Fwara, Ramona Coimbra Pereira, e o Prof. Ofaié Hãng-Tar-Hãc, Silvano de Moraes de Souza. Onde ambos foram eleitos Delegados para representar o segmento étnico na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente que irá se realizar em Campo Grande, com a possibilidade de serem eleitos para representar Brasilândia na Capital federal. 

E lá estavam também representantes das entidades da sociedade civil organizada de Brasilândia, por seus conselhos, associações e sindicatos: O Sindicato Rural de Brasilândia, representado pelo seu presidente e vice-prefeito eleito de Brasilândia, Fábio Toledo Leite da Silva; Empresa de Saneamento local, Sanesul representada pela Srª Siley Alves de Lima; servidores da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente; o professor Elias Azevedo da Silva, entre outros munícipes.

Como não poderia ser diferente, em razão do mútuo interesse ambiental, lá estava o Engenheiro Ambiental, de Brasilândia, Thiago Fernandes Pires; os representantes do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Brasilândia, o dedicado Engenheiro Jorge Henrique Olivi de Paula, e de Santa Rita do Pardo, Criser Luãn da Silva Bruno; representantes das entidades ABAFA, Instituto Cisalpina, entre outros. 

Igualmente, lá estavam os representantes de Santa Rita do Pardo, Keile Barcelos Faustino, dinâmica coordenadora de Meio Ambiente; o vice-prefeito eleito Cleudenide Ferreira de Freitas, popular Nide, e demais representes do poder público e sociedade civil, daquela municipalidade coirmã. 

Imperioso lembrar a presença do representante do Ministério Público local, Dr. Adriano Barrozo da Silva – Promotor de Justiça da Comarca de Brasilândia/MS; da Dra. Vágna Pereira – Especialista em Ecofisiologia e Meteorologia Florestal na Eldorado Brasil Celulose;  da Engenheira Francielle Louise Bueno Melo de Carvalho Malinowski – Mestre em Agronomia em Sistema de Produção, Gestora de Desenvolvimento  Rural e Coordenadora da AGRAER de Brasilândia, e Jackson Luís da Silva – Engenheiro Florestal e Segurança do Trabalho, consultor na área de Excelência Ambiental na Suzano, que atuaram como palestrantes. 

O tema das Emergências Climáticas, entretanto, parece não ter despertado a merecida atenção da edilidade local que não compareceu ao evento. Certamente esse registro os fará vir a público para justificar a ausência em tão importante evento. 

Não obstante, a Conferência  Intermunicipal do Meio Ambiente alcançou e foi coroada de êxito elencando e aprovando uma dezena de propostas dentro dos eixos temáticos da Mitigação, da Adaptação e Preparação para Desastres, da Justiça Climática, da Transformação Ecológica, e a Governança e Educação Ambiental que deverão ser encaminhados à Conferência Estadual.

Confira o vídeo postado pela chefe do cerimonial do evento, a brilhante jornalista Patrícia Luciana Paulino Acunha, no portal do Facebook da Prefeitura Municipal de Brasilândia o resumo do evento.

https://www.facebook.com/prefeituradebrasilandiams/videos/564292223052091.; (2) Vídeo | Facebook; (3) Facebook. 



Brasilândia/MS, 15 de dezembro de 2024.

Texto atualizado em 16 de dezembro de 2024.


 

Homenagem ao Diretores do SIMTED
Carlos Alberto dos Santos Dutra


 
Um dia que já vai longe
Nós guardamos na memória
Todos têm a sua história
Também este Sindicato
Fez sair do anonimato
A Educação e a regência
Encarando com paciência
A força do trabalhador
Da Educação, seu valor
Sua fibra como classe
Espaço para que falasse
O valente professor
Com seus sonhos, lutador
Trazia reivindicação
Quando a Constituição
Cidadã, nem existia
Mas já por aqui surgia
A primeira associação
Professores em mutirão
Reunidos no salão
Paroquial naquele dia
17 de abril, que alegria
O ano era 86
E a ABRAP nasceu de vez
Com o professor José Arnaldo
Que recebeu o respaldo
O 1º presidente
Representando o docente
Da escola Adilson Alves
E municipais, ora salve
Tinha ao lado a vice Rosa
Merecem menção honrosa
Por terem sido os pioneiros
Do SIMTED altaneiro
Marco fundante, obelisco
Junto com o professor Francisco
O 2º presidente
Por seis anos consciente
Sempre cumprindo o Estatuto
Garantindo o usufruto
Àquela classe reunida
Que trouxe esperança e vida
Com a Solange Lourente
Vice firme no batente
Depois veio a Lúcia Lima
Primorosa essa menina
3ª presidente e vice
Com habilidade e expertise
Conduziu a entidade
Militante da verdade
Galgou direitos e conquistas
E logo, sem perder de vista
Nas mãos da Jucli autora
4ª presidente revisora
Do Estatuto e documento
Garantiu o reconhecimento
Novos caminhos à entidade
Venceu as dificuldades
Depois, o Valdir interino
Que representou o ensino
Até ser eleita a Eunice
Fez que o SIMTED sorrisse
Vice e 6ª presidente
Também a Leila Vicente
Até chegar o Juninho
Professor Sérgio com carinho
Presidiu com lealdade
Um coração de bondade
Militância e simpatia
Competência e alegria
Depois a Solange de Lima
Que nutriu a maior estima
Presidente a 8ª
Com o apoio contava
Das vices colaboradoras
Servidoras, professoras
Maria Tereza, Liliana
Rosemeire, Vania, bacanas.
Foi um tempo de construção
Desde a sua fundação
4 décadas passaram
E novos tempos chegaram
Maria Inês presidente
Há 13 anos e 8 meses presente
Mantendo firme a entidade
Unindo labor e amizade
Com a vice Aparecida
A Claudice, e a vida
Que continua correndo
Sempre ensinando e aprendendo
O que nos enche de alegria
Poder celebrar neste dia
Com o SIMTED cantar
A todos quero saudar
Com um abraço apertado
A vocês muito obrigado
Trabalhadores em Educação
Deixo aqui meu coração
Quando juntos festejamos
A Educação que amamos
Tanta vida dedicada
Experiência acumulada
Que os anos vão levando
Mas continuamos lutando
Por melhores condições
Trabalho sem privações
Salário justo, respeito
Que nunca falte o direito
De fazer reivindicações.
 
Parabéns SIMTED de Brasilândia.
 
Brasilândia/MS, 13 de dezembro de 2024.


sábado, 14 de dezembro de 2024

 

Homenagem às Bodas de Ouro de Izabel de Souza Pacheco e Abdias Pacheco dos Santos




Senhoras e Senhores aqui presentes. Muito boa noite a todos.

Um evento especial nos reúne neste momento em torno de duas vidas e uma história. Não uma vida e uma história qualquer. Não um evento efêmero e deslocado no tempo. Ele tem raízes e sentimentos.

E, ao som da música, embalado pelo sorriso e afeição que os une, ele nos transporta repleto de beleza e cor, para os braços da felicidade e da alegria que esta festa de congraçamento nos conduz.

Filhos da imensidão do cosmo, como que tocados pelo vento, como a flor e o pólen, um dia, seus destinos se entrecruzaram.

E, juntos formaram uma família, um lar que varou o tempo.

É esse ar de primavera e nostalgia que motivam este casal a comemorar e relembrar, cheios de alegria e gratidão, os passos que foram dados.

E como e quando tudo começou...

A vida recém iniciara pelos varjões de Cisalpina quando os primeiros arrozais cobriam os campos da margem direita do rio Paraná.

Numa Brasilândia que ainda não existia, o dia 4 de março de 1954, não foi uma data para passar em branco.

Um par de olhinhos espertos decidira espiar o mundo, para a felicidade do pai José de Souza Oliveira e dona Izabel de Souza Cenedeze.

Logo a pequena Izabel, que recebeu o apelido de Ivete, já andava saltitante entre seus 9 irmãos:

Onófre, Amélia, Jardelina, Lúcia, Ezilda, Antônio, Josefina e seu irmão gêmeo José, falecido ainda criança, e Maria Helena.

Logo seus pais mudaram para a fazenda São José, onde Izabel passou sua infância tecendo seus sonhos.

Muito criativa, a menina tinha o dom de transformar o lugar por onde passava, estradas de chão, em jardins

Assim passou os anos, até seus pés pisarem as ruas e alcançar seus estudos, desde o Grupo Escolar Arthur Höffig, e Ginásio Estadual Adilson Alves da Silva, até chegar ao Magistério.

O primeiro emprego da jovem Izabel foi o de secretária na Associação de Crédito e Assistência Rural de Mato Grosso, a ACARMAT, que foi transformada, anos mais tarde, em Emater, depois Empaer.

Foi ainda quando ali trabalhava, antes de completar 20 anos, que conheceu aquele que viria a ser o seu esposo.

Tratava-se de Abdias Pacheco dos Santos, um pernambucano natural de Arcoverde, e que tinha por apelido, Bida, e que tinha chegado em Brasilândia nos anos 1970.

Nascido no dia 24 de dezembro de 1946, o jovem que recebera o nome do pai, era filho de Abdias Ferreira dos Santos e dona Emília Pacheco Santos.

Igualmente, fruto de uma extensa família, possuía 12 irmãos: Maria José, Paulo, Josias, Selene, Célio, Edna, Débora, Rubens, Sílvio, Noemi, Luciano e Silas, na sua maioria hoje, falecidos.

Depois de passar a infância na sua cidade natal, onde frequentou a escola municipal do lugar, o Ginásio 11 de Setembro, o Colégio Carlos Rios e o Colégio da Universidade Federal Rural de Pernambuco, na capital, Recife, formou-se Médico Veterinário.

Ainda que a jovem Izabel dedicasse parte do seu tempo lendo romances e ouvindo músicas sertanejas, não dispensava  a alegria de participar das festas que aconteciam na cidade.

Era um tempo onde ocorriam animadas gincanas e brincadeiras que faziam brilhar a alma da juventude da pacata Brasilândia e seus primeiros madrigais.

Corria o mês de fevereiro de 1974 e o jovem veterinário já se encontrava em Brasilândia, logo deitando o olhar para a jovem secretária da ACARMAT, não resistindo aos encantos daquela que seu coração já havia escolhido.

Foi só uma questão de meses.

No dia 20 de dezembro daquele mesmo ano, o céu se abriu para derramar suas bênçãos sobre àquele casal que se unia em matrimônio.

Abdias, com 27 anos e Izabel, com 20 anos, selaram seus votos de amor eterno e sonhos repletos de felicidade.

Numa cerimônia modesta realizada na casa dos pais da noiva, após receber a bênção nupcial, logo arrumaram as malas partindo em lua de mel para o Nordeste, onde o noivo foi apresentar a esposa a seus pais.

Essa é a história de um casal que, juntos, trilharam os caminhos da vida e do amor.

Ah! O amor!

Ele, amante da música, clássica e erudita, ao lado da esposa, curtiu o acorde dos anos que foram passando entre o campo e a cidade.

Ela, agora, senhora Izabel de Souza Pacheco, enquanto bordava e pintava com paciência as peças de algodão que embelezavam a casa, o perfume e o som da infância logo lhe tomaram o ventre e os ouvidos.

Era a chegada das filhas, o tesouro que Deus lhe havia preparado e ao seu coração lhe presenteava: Emília, Angélica, Mariane e Débora.

O jovem Abdias que, em sua mocidade jogava bola, dedicava-se a assistir filmes, ler livros e praticar caça esportiva, também participando de grupo de jovens na sua igreja, sente-se agora grato a Deus pela sua família.

Harmônicos e reservados, o casal não esconde a satisfação e o conforto de ver os netos Filipe, Maria Clara, João Gabriel e Daniela, fortes e saudáveis

Filhos realizados e netos com um futuro promissor pela frente na profissão que abraçaram: duas filhas formadas em Direito; uma formada em Veterinária e outra em Medicina. E um neto formado Médico.

Sim, motivo de muita alegria. Uma noite de graça e gratidão.

Aquela união celebrada há 50 anos, abençoada por Deus, sim, deu frutos. Eis o motivo maior para agradecer a Deus.

É isso que os torna ainda mais felizes nesta noite: saber que essa trajetória foi observada e acompanhada por aqueles que os amam. Seus amigos aqui reunidos.

Também seus pais, mães e irmãos, falecidos, que, com certeza, lá do céu, hão de os abençoar.

Regozijem-se, pois, e festejem, pois, este aniversário de casamento, Bodas de Ouro!

Que a cor azul, de preferência dos noivos, reflita o céu que os cobre e o manto da nossa mãe Maria que os abraça e os abençoa.

Parabéns Izabel. Parabéns Abdias. Parabéns família Pacheco dos Santos.


Brasilândia/MS, 14 de dezembro de 2024.