Mamãe peixa e a conservação da ictiofauna
Carlos Alberto dos Santos Dutra
É tempo de piracema. É um tempo de sossego e segurança para a fauna que corre livre pelas águas e a margem dos rios. Sobretudo pelos afluentes, o curso das águas que são berçários, que renovam a vida de milhares de peixes e espécies aquáticas que circundam o entorno daquilo que chamamos meio ambiente.
Mas lá, sob o reflexo das águas, a mamãe peixa observa, não mais o anzol brilhante, cativante, que lhe espreita sob a vara ou molinete. Não mais o casco do barco, e a linha de nylon em forma de rede que lhe obstaculiza a passagem impedindo-a de chegar até o ninho e poder procriar.
Naquele dezembro de 2024, eis que as margens dos rios Paraná e Paranapanema, amanheceram agitadas. Era possível somente de longe ouvir o rebojo das águas numa manifestação de festa e alegria.
Aquela rebuliço, entretanto, não era motivo de apreensão. Era a soltura de 550 mil peixes das espécies pacu guaçu, curimbatá, piapara e piracanjuba que alcançavam os reservatórios das Usinas Hidrelétricas Ilha Solteira e Jupiá, entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Ainda que a intenção era a de também fortalecer o estoque pesqueiro, a ação que promovia o manejo e a conservação da ictiofauna da região, garantia o equilíbrio ecológico.
Sem dúvida, uma iniciativa elogiável da empresa CTG Brasil, que, desde 2016, já repovoou os rios Paraná e Paranapanema com 25 milhões de peixes nativos.
A soltura foi dividida em quatro locais, com início no último dia 2 e a liberação de 100 a 150 mil peixes em cada ponto de soltura. As ações ocorreram na ponte do rio São José, Paranaíba, Vila dos Operadores e Santa Clara.
Essa foi a segunda ação do ciclo 2025. Com ela, atingimos a marca de 1,3 milhão de peixes soltos na bacia do rio Paraná, afirma Norberto Castro Vianna, especialista de Meio Ambiente da CTG Brasil.
A soltura de peixes de espécies nativas é fundamental para assegurar a reprodução e fortalecer o estoque pesqueiro, contribuindo ao equilíbrio e desenvolvimento desses ecossistemas, complementa Vianna.
Segundo a empresa, o Programa de Manejo e Conservação da Ictiofauna, conta com a autorização do Ibama e configura medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, com o objetivo de repovoar e garantir diversidade de peixes por meio da produção e soltura de espécies nativas.
A mamãe peixa agora está voltando para o seu berçário não mais sozinha, está acompanhada de outras peixas mais jovens. Logo mais, num futuro bem próximo, elas estarão também com seus rebentos saltitando ao seu lado, garantindo a continuidade da vida de suas espécies e revitalizando os nossos rios, por mais um ano. Até a próxima piracema.
Brasilândia/MS, 30 de dezembro de 2024.
Fonte: China Three Gorges Corporation, CTG Brasil. ctgbrasil@comunic.com.br.
Nathalia Gomes. nathalia@comunic.com.br;
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