Oração
de adeus a dona Nair Gallon Bózio
Carlos
Alberto dos Santos Dutra
Nem
todas as mães tiveram a graça de ver seus filhos realizados, poder abraçar os
netos com saúde, e colher em vida o carinho da família que gerou e dos amigos que cultivou.
Nem
todas as mães tiveram a alegria de caminhar lado a lado do esposo durante uma vida
inteira, sofrendo junto e também vendo-o receber os louros do sucesso.
Nem
todas as mães passaram pela dor de enterrar o filho numa inversão dos papéis
na vida quando a ordem natural é os filhos enterrarem os pais.
Pouquíssimas
mães receberam a bênção de ter entre seus rebentos dois filhos que abraçaram o
sacerdócio, o que lhes encheu de confiança cada vez maior nas suas orações e
fé...
Pois
uma dessas mães encantadas, na data de ontem (28 de maio), se despediu de seus filhos e
netos, da família e dos amigos e de sua comunidade.
Naquele dia sombrio e frio, na acolhedora e distante Capitão Leônidas Marques, lá no estado do
Paraná, uma guerreira admirável, no alto de seus 93 anos de idade, descansou.
Para
a glória dos céus e da terra ela transpôs a linha do tempo celebrando a sua
Páscoa definitiva, da mesma forma que sempre viveu, acreditou e praticou seus valores:
serena e confiante na força e na vontade de Deus.
Naquele
dia, dona Nair Gallon Bózio não mais dialogou à distância com o Pai,
como sempre fizera ao longo dos anos. Por uma deferência celeste, o bom Deus neste
dia a dispensou desta tarefa. Decidiu chamá-la para um encontro pessoal.
Oh! Meu bom Deus que Graça! Foi a recompensa pelos anos que viveu dedicando todo o seu amor e carinho àquelas suas flores e à sua família que hoje chora a sua partida.
Dona
de casa determinada e sempre muito dinâmica, regeu com maestria e criatividade
a sinfonia da casa. Ao lado do esposo, seu Artemiro, gerou e educou os
filhos Nartes José, Lauri Vital, Laurice, Marco Antônio,
Clistenes Natal, Luiz e Márcia Aparecida.
Depois
de ver crescer em estatura e sabedoria os filhos e poder abraçar os netos,
alegrou-se com a formatura de cada um deles, participando de seus sucessos,
como toda mãe se sente: feliz.
Alegrou-se
quando o esposo lançou o seu pequeno grande livro “Sementes para um Gigante”,
viajando em sonhos tocada pelas longas histórias que ele contava.
E
chorou quando ele partiu deixando um grande vazio na família, da mesma forma
que chorou quando seu filho Padre Lauri partiu para os braços d’Aquele
para quem dedicou sua vida inteira.
Mas a história de uma existência não é somente um rosário de dores. Entre as lembranças de dona Nair durante a viagem de retorno ao encontro do Redentor, também leva nas dobras do coração muitas pétalas doces de felicidade.
Entre elas a de ter podido
presenciar e beber o cálice da graça da ordenação sacerdotal de dois de seus
diletos filhos: os padres vicentinos Lauri Vital e Clístenes Natal. Graça
que a manteve sempre grata e cada vez mais firme e confiante na sua fé.
Dona Nair parte mas deixa um legado de mulher corajosa e paciente, determinada e criativa, exemplo de fé e confiança em Deus, e que permanecerá no coração dos filhos e dos amigos, entre eles este escrevinhador.
Missão cumprida, mamãe Nair. Você está em boa companhia. Descanse em paz. Deus está contigo.
Brasilândia/MS,
29 de maio de 2025.
Boa tarde Carlito.Aqyi estou eu lendo suas publicação e homenagem a sua ,e nossa amiga na fé,meus sentimentos e orações,por dona Nair a mãezinha de Pe. Lauri.Abraços a você .Sua amiga irmã Oniceia.
ResponderExcluirQue Deus conforte os familiares e o abençoe Carlito em sabedoria para continuar poetando e brincando com as palavras em suas lindas e sinceras homenagens.
ResponderExcluir