Deixe o Rio Verde correr livremente.
Carlito Dutra
Carlito Dutra
Com o título “Deixe o Rio Verde correr livremente”, a ONG
Instituto Cisalpina de Pesquisa e Educação Sócioambiental e Defesa do
Patrimônio Cultural, entregou formalmente, durante a audiência pública realizada
em Brasilândia na noite do dia 3 de dezembro de 2015, um abaixo assinado onde 157 cidadãos
manifestaram-se contrários à instalação das hidrelétricas propostas para serem
construídas no Rio Verde, entre os municípios de Água Clara e Brasilândia.
Sim já faz um ano. Mas, assim como aquela iniciativa solitária de ontem pode ser comemorada hoje, ela ainda se nos apresenta como um estímulo a continuar lutando.
A divulgação da audiência pública que ocorreu somente na véspera, lamentamos na época, impediu que a
entidade mobilizasse número maior de cidadãos com entendimento contrário à
instalação de barragens naquele rio. O Instituto, em parceria com o Sindicato
dos Trabalhadores Rurais de Brasilândia, setores do comércio, da educação e
cidadãos comuns, em apenas um dia conseguiu arregimentar 157 pessoas preocupadas
com os impactos desses empreendimentos, lembrou João Brito, então presidente do STRB.
No documento entregue ao IMASUL os signatários argumentam, com
base no artigo 5º, inciso IV da Constituição Federal, o direito da livre
manifestação, posicionando-se “contrários à construção das PCHs de Água Clara e
Baixo Verde I e III, propostas pela empresa Minas PCH S.A., cujos impactos
atingirão o meio ambiente de Brasilândia e região”
O documento entregue na ocasião dizia: O Rio Verde é um berçário natural da
ictiofauna que habita no Rio Paraná e é o local para onde os peixes sobem para
desovar nas águas de suas cabeceiras”. Para o Instituto Cisalpina “a previsão
da construção das tais escadas para os peixes subirem, todos sabemos que na
prática esse dispositivo não funciona: o fluxo natural dos cardumes será
interrompido, resultando a morte da piscosidade desse rio.
E ao final defendíamos: Queremos
que o Rio Verde continue assim, correndo livremente suas águas por entre pedras
e as cachoeiras que a PCH São Domingos (construída acima, no mesmo rio) não
conseguiu destruir. Deixem as águas do Rio Verde correrem livremente para o
trânsito do pintado, do dourado e do jaú, peixes nobres cada vez mais raros no
prato dos pescadores. Chega de concreto! Poupem as matas ciliares! Protejam a
fauna e os corredores ecológicos!
Sim, construir barragens e desviar
o curso dos rios não é a vontade de Deus. Energia limpa (eólica e solar) é o
que queremos! Ainda há tempo de lutar.
(Foto: João Brito/I.Cisalpina)
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