O aceno de
adeus a seu Osni Pedro Butzky
Carlos
Alberto dos Santos Dutra
Naquele
domingo, a mão estendida para receber a hóstia consubstanciada no Corpo de
Cristo era o gesto comum a todos que lá se encontravam. Não para aquele
senhor de passos comedidos que, no alto de seus 81 anos de idade sempre teve a maior
intimidade com o Criador e as bênçãos que foi agraciado desde menino.
Aquele
seria o último dia que a comunidade o veria ereto e determinado como sempre
fora. Seu Osni Pedro Butzky, no domingo seguinte, já não estaria
mais entre os seus.
Aquela
mão estendida daquele domingo lhes havia agraciado com a Eucaristia da Salvação,
o que nos conforta e reveste a todos no estado de Graça e de Felicidade plena
com que ele adentrou o Reino dos Céus.
Ocasião
em que recebeu das mãos do próprio Deus e da Virgem, a coroa de flores que lhe
estava reservada em retribuição a tudo que aquele filho, pela bondade do Pai
Eterno, era merecedor.
No
final de nossos dias, somos sempre condescendentes com aqueles que nos cercam,
em especial, quando estamos presos aos laços de sangue e de afeto. Passamos por
cima dos contratempos e desencontros da vida que nos distanciam uns dos outros,
e nos deixamos levar pelos laços da meiguice e ternura por quem amamos. Ainda
que seja em pensamento e em meio às lágrimas de adeus.
Uma
aura de nostalgia e reconhecimento, então, nos envolve. E lá buscamos no átrio
do coração aquelas lembranças que nos confortam e acariciam nossa alma. É
isso que os rebentos, filhos, netos e amigos do senhor Osni Pedro
Butzhy, carinhosamente chamado pelo apelido de Nico, nesta hora
cultivam e celebram em silêncio.
Ele
era de um tempo de gestos retos, e onde os sonhos da juventude galopavam no
lombo de bom cavalo, uma de suas paixões. E lá vai o filho da dona Maria e
seu Pedro, nascido no dia 11 de dezembro de 1941, e
seus irmãos Osnilo e Zélia, em meio às cachoeiras
e belíssimas paisagens da cidade de Bom Retiro, na serra catarinense, sua
cidade natal.
O galope do vento logo o trouxe, juntamente com a família,
para Ivaiporã, no estado do Paraná, chegando em Brasilândia no ano de 1983.
Aqui trabalhou por muitos anos como administrador de fazendas do patriarca
fundador do município, Arthur Höffig, até o quanto a idade
permitiu.
Era viúvo de dona Erivan Ana Buthzi,
uma das baluartes e precursoras do voluntariado no Combate ao Câncer em
Brasilândia, falecida em 24 de fevereiro de 2014. Juntos tiveram os
filhos: Margarete, Maria Gorete e Vanderleia. E os rebentos
netos: Osni Antônio, Diego e Jonathan. Além da alegria de seus
olhos, os bisnetos: Manuella, Ana Clara, Mariana, Maria Julia e José
Pedro.
Dia 24 de setembro último, o avô, pai, irmão, tio,
companheiro e amigo Nico deixou as preocupações da vida para
trás, para experimentar as novas paisagens ofertadas pelo Alto. Benesse que aos
puros de coração são ofertadas desde o tenro amanhecer.
Sob o olhar, agora distante, resta a singela lição de otimismo que no silêncio ele deixou: o
estado de Graça começa sempre pelo gesto estendido da mão: mão que recebe, e em
troca, abençoa, promove o respeito, a estima e o amor. Descanse em paz,
seu Osni Pedro Buthzy.
Obrigado pela homenagem aos familiares, somos gratos vossa poesia. Abraço!
ResponderExcluir“Diego”
São poucos os artistas que conseguem "inventariar" uma vida de forma poética como nosso mestre Carlito. Sua humanidade e sensibilidade resgata a todos sem distinções de qualquer ordem inaltecendo sempre o que há
ResponderExcluirde melhor e mais bonito em cada pessoa. Assim também resgata nossa dimensão imanente e transcendente. Com certeza um belo texto que conforta a todos: familiares, amigos e também aqueles que não conheceram o Sr Osni.
Obrigado amigo. Tenho por lema escrever sobre quem o conheci e busco dar prioridade aos apelos do coração, sem descuidar da história pessoal de cada um. Fico grato e emocionado pelo reconhecimento e agradeço a Deus por este dom e fico mais feliz ainda em saber que ele pode ser motivação para que saudemos também em vida a quem amamos. Um grande abraço.
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