O grito de dor e lágrimas... da mãe natureza
Carlos Alberto dos Santos
Dutra
As recente inundações às
cidades do Rio Grande do Sul provocadas pelas chuvas torrenciais que causaram o
transbordamento dos rios do Estado – Rio Uruguai, Taquari, Jacuí, Guaíba,
Ibicuí, dos Sinos, Caí e tantos outros –, que devastaram cidades inteiras, levando tudo por diante, arrombando barragens,
diques e comportas de contenção, deixam, não somente um mar de prejuízos pelas
perdas materiais e lágrimas pelas vidas que as águas levaram, mas também deixa uma lição que relutamos em aprender, porém, que jamais
deveríamos esquecer.
É certo que outras
catástrofes como essas, de tempo em tempo acontecem em alguma parte do país e também
em diversos continentes; notícias que nos chegam todos os dias fazendo com que, aos poucos, vamos nos acostumando com elas – sobretudo quando atingem os outros e não a
nós mesmos. Poucos se dão o trabalho de se perguntar: Por que isso acontece
cada vez com mais frequência?
Esses reclames da natureza,
para os desavisados -- é bom que saibam --, o que acontece hoje no Rio Grande
do Sul, e que já aconteceu em outros estados do Brasil, é uma clara sinalização de que os recursos naturais estão exaustos. A natureza precisa de
fôlego, precisa de oxigênio, precisa de descanso, para se recompor. Desde a
atmosfera, as águas e a terra precisam respirar e seguir o seu curso natural,
sem interferência do homem, numa tarefa solitária que só ela pode e deve empreender.
De uma vez por todas temos
de tomar consciência – pela dor, sobretudo, já que pela ciência e o
conhecimento, não o fazemos --, de que nós somos hóspedes, transitórios,
portanto, deste imenso e, ao mesmo tempo, finito planeta. Tempo para os senhores
donos do mundo, do capital e da terra, olharem menos para o alto de seus arranha-céus,
estratégias de guerra e vida extraterrestre, e deitar suas preocupações e
esforços técnicos para preservar a vida neste planeta abençoado.
Que a mestre natureza
ensine, sobretudo aos governantes que as lições do passado não mais servem para
os dias atuais e o tempo urge, tamanha foram as agressões e feridas causadas no
rosto da mãe natureza. Mãe que nunca negou o fruto a quem lhe confiou a
semente; mãe que nunca deixou faltar o alimento a quem quer que seja,
plantas, homens e bichos.
Quando a sirene tocar e os
alunos crescidos da escola da vida saírem à campo, no final de mais um ciclo de
história natural, que eles tenham aprendido a maior lição da ecologia, sobre a importância das matas
ciliares para a proteção da vazão dos rios e contenção do assoreamento de suas
águas; sobre a precaução de não se construir cidades e bairros nas encostas dos
morros, nas margens dos rios e áreas insalubres, entre tantas lições menores.
Todos sabemos que não é mais nenhum segredo
que as mudanças climáticas e agressão ao meio ambiente estão entre as ameaças
mais graves à humanidade e, se nada for feito, em poucos séculos a Terra como
conhecemos pode deixar de existir. Há muito os ambientalistas – sempre desacreditados
--, recomendam atitudes simples que, no dia a dia, podem ajudar a minimizar os
danos causados no meio ambiente: economizar energia; economizar papel;
consumir mais vegetais; economizar água potável; reduzir o consumo de plástico,
praticar a reciclagem, entre outros.
A responsabilidade maior, entretanto, deve recair sobre os planos e políticas públicas dos governantes. O puxão de orelha no dia 5 de junho próximo, Dia Mundial do Meio Ambiente, vai, em particular, para os candidatos à Prefeito e Vereadores que daqui a 4 meses serão eleitos os novos administradores das 5,5 mil cidades brasileiras.
Aqui em Brasilândia/MS, neste ano, muitas propostas sobre o meio ambiente deverão estar presentes nos planos de governo dos dois candidatos que irão disputar a governança a partir do Paço Municipal Neuza Paulino Maia. Oxalá devam estar, inevitavelmente, também:
1º) controle do desmatamento e queimadas; 2º) retomar o debate sobre o Comitê de Bacias e mini-hidrelétricas; 3º) preservar as APAs do município; 4º) criar um Parque Municipal (desapropriando a Chácara São João, criando ali uma Escola de Meio Ambiente ou viveiro municipal); 5º) criar ciclovia ao longo da Rodovia Luigi Cantone (BR-158, Reserva Cisalpina) e ao longo da MS-395 (BR-158) em direção ao Novo Porto João André; 6º) rever o trajeto do esgoto sanitário previsto para o seu despejo no rio Verde (Jabuticabeira); 7º) que o município volte a ter um biólogo para o Departamento de Meio Ambiente, descolando-o da Secretaria do Desenvolvimento; 8º) construir bichoduto subterrâneo para a passagem de animais da Reserva Cisalpina e construção de cercas ao longo da Rodovia Luigi Cantone (BR-158), entre outras demandas que a natureza e municipalidade pedem e agradecem.
Brasilândia/MS, 11 de maio de 2024.
Foto: Córrego da Viação transbordou. Jornal da Cidade, 2006; Fonte: Conheça 5 atitudes simples para preservar o meio ambiente — UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco
Muito abalada com o rumo que nosso planeta tá reagindo ante ao descaso às previsões que os ambientalistas já a muito tempo lutam pra que o seja respeitada a natureza para evitar que chegássemos a esta terrível momento. Acho que a mãe natureza tá cansada de esperar que seus filhos cresçam e entendam que a a vida no planeta já está ameaçada e acho que o fim se aproxima.
ResponderExcluirMas como Mae que sou anatureza
A mãe natureza nos dará esse puxão de orelha esperando que nóhumanos os
ExcluirNós humanos tenhamos
ResponderExcluirConsciência na hora de escolher novos líderes
Muito boa e necessária reflexão. Vou repassá-la. 👏👏 Abr. João Dutra
ResponderExcluirExcelente e lúcida reflexão, necessitamos urgentemente conscientizarmos a todos.
ResponderExcluirAbraço. Ricardo Dornelles
Acho que estamos vivendo o momento da clivagem... e, pior: não seremos, individualmente, quem mudará a realidade... então, o que fazer?
ResponderExcluirMano,
ResponderExcluirRecado dado aos Governantes do mundo. Quem tiver ouvidos que ouçam!!!
valeu mano!