sábado, 28 de junho de 2025

 

Rodeio União: Transparência e solidariedade em nossas mãos.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 





Prestação de contas é sempre sinal de responsabilidade. Uma demonstração de que o realizado perseguiu e alcançou metas, cumpriu o planejado, e concluiu a última etapa de um processo que começou lá atrás e que agora finda.

Toda a prestação de contas, no campo financeiro, tem sua importância pois é o momento de valorizar o aporte do elemento orçamentário que permitiu a iniciativa, sobretudo no campo dos eventos, alcançar o brilho e o sucesso desejado por todos. 

A prestação de contas apresentada na manhã do dia 25/06 pela Associação Recreativa União-ARU à Prefeitura Municipal de Brasilândia, foi um momento marcante. Tudo por um motivo que foi além de mera conferência de números, muitas vezes distantes da compreensão do senso comum. Foi um momento de congraçamento, maturidade e mutua gratidão. 

A cerimônia que aconteceu no gabinete do Executivo, revestiu-se de uma aura de solidariedade e satisfação que eram percebidas nos olhos dos protagonistas naquele momento. Gesto de calor humano e satisfação em poder estarem ali e poder revelar o quanto o Rodeio União significou, não somente para os que lá participaram como espectadores, mas também para a entidade e os segmentos beneficiados com os recursos arrecadados sob os auspícios da administração pública. 

E lá estavam a Prefeita Márcia Amaral e seu secretariado, recebendo das mãos do presidente da Associação Recreativa União, Rogério Araújo, os números que traduziam o sucesso do evento que, apesar do mau tempo, que praticamente derramou um rio de água durante as três noites do Rodeio, arrecadou soma que superou as festas realizadas em anos anteriores. 

O 17º Rodeio União, realizado entre os dias 24 e 26 de abril, que movimentou R$ 1.439.490,00, pagou todas as despesas, e destinou R$ 199.303,06 para as entidades sociais do município, beneficiando a Associação de Voluntários de Combate ao Câncer-AVCC (que recebeu R$ 70.989,02); a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAE (que recebeu R$ 70.989,02); e a Associação Beneficente Hospital Dr. Júlio César Paulino Maia (que recebeu R$ 57.325,02).

Manifestando alegria e confiança em poder apresentar para a Administração Pública os valores arrecadados, minuciosamente descritos e entregues ao setor de Finanças e Contabilidade da Prefeitura, o presidente da ARU e sua Diretoria, não conseguiam esconder a satisfação de revelar que pela primeira vez, estavam transferindo às entidades beneficentes do município, montante maior do que o lucro obtido. 

Comemorar o Aniversário do município com uma festa que integra a animação do tradicional Rodeio União, transforma esse evento em verdadeiro patrimônio cultural de Brasilândia. Justifica, assim, o investimento realizado pelo Município e pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, pelos frutos e benefícios que o evento trouxe, movimentando o giro do comércio e serviços locais, valorizando a economia e projetando o município no cenário e roteiro cultural e turístico da Costa Leste e Oeste Paulista.

A lição que tal prestação de contas deixou naquela manhã para todos que ali estavam foi externada pelo presidente da ARU através do lema que buscou imprimir desde que ele assumiu a entidade: Transparência e Solidariedade. Eis a fivela, chapéu e montaria que garantiu o sucesso do evento, graças ao empenho de todos que contribuíram para promover uma festa grandiosa que alcançou nível de excelência, orgulho para Brasilândia e região.

Brasilândia/MS, 28 de junho de 2025.

  

Fonte: http://www.brasilandia.ms.gov.br/portal/noticias/0/3/5661/17-rodeio-uniao-beneficia-entidades-sociais-de-brasilandia-com-mais-de-r-199-mil-em-repassesRodeio União.



terça-feira, 24 de junho de 2025

 

O Projeto de Lei 2.159/2021: entre a devastação e a preservação.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 




Deputados do Parlamento Europeu e do Parlamento Brasileiro estão preocupados com a votação do Projeto de Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 2159/2021), prevista para as próximas semanas. Os primeiros, temendo a sua aprovação. Os segundos, movidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), confiantes na sua aprovação. 

Para o parlamento Europeu reunido em Estrasburgo, no mês de maio, o projeto aprovado com alterações no Senado, representa um retrocesso na legislação ambiental brasileira. Eles criticam, em especial, a possibilidade de licenciamento automático para empreendimentos com potencial impacto socioambiental, com base em auto declarações feitas em formulários digitais.

Para o parlamento brasileiro, entretanto, o projeto vai simplificar o conjunto de normas ambientais existentes no país, flexibilizando os procedimentos para licenciamento ambiental. E se mantém confiante na aprovação do projeto que agora retorna à Câmara para nova votação. Na primeira votação, o Projeto de Lei recebeu 54 votos favoráveis e 13 votos contrários. Apenas a bancada do PT encaminhou voto contrário à matéria. 

Mas de que trata mesmo essa modificação na Lei Ambiental? 

Apelidado por entidades ambientalistas como PL da Devastação e Mãe de todas as boiadas, reiteram os europeus que esse mecanismo legal enfraquece garantias legais ao permitir que atividades sejam autorizadas sem análise técnica adequada ou participação de órgãos ambientais, ampliando o risco de danos ao meio ambiente e as comunidades tradicionais. 

Isso sem falar na ameaça que as alterações representam para os povos indígenas e quilombolas, além do risco de aumento no desmatamento e de violação de convenções internacionais que garantem o consentimento livre, prévio e informado dessas populações. O texto também destaca que a eventual aprovação da proposta pode impactar as negociações em curso sobre o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. 

Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, Fabiano Contarato (PT/ES), o projeto tem vícios de inconstitucionalidade. A regra na preservação ambiental é um direito constitucional. Como está no Artigo 225, todos temos direito a meio ambiente ecologicamente equilibrado. Quem detém o poder de efetivar essa preservação ambiental é o Estado. E um dos mecanismos dessa preservação é o licenciamento, afirmou o parlamentar, que destacou ainda o perigo de uma guerra ambiental, favorecida por dispositivos nocivos presentes no projeto. 

O que se pode concluir: É muito grave quando se transfere para os municípios a autonomia de estabelecer a tipologia de um empreendimento, se é de baixo, médio ou grande impacto ambiental, porque isso vai ocasionar uma guerra ambiental. É óbvio que aquela pessoa que quer investir vai negociar com o prefeito para fazer a adequação do projeto dele. Então, isso acho que é um dano irreparável, declarou Contarato. 

Já a relatora do projeto, senadora Tereza Cristina (PP/MT), ex-ministra de Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PL), refuta a declaração do petista defendendo o projeto aprovado:  Dizer que a nova lei é um retrocesso é ignorar a realidade dos últimos 20 anos. Nesse período, na ausência da lei clara, o Brasil viveu tragédias ambientais, perdas humanas e degradações severas. Isso sim foi devastador. Deixar tudo como está é o verdadeiro retrocesso. O novo marco do licenciamento englobará todas as atividades e setores produtivos, argumenta. 

Na verdade o PL simplifica as regras de licenciamento para obras de viadutos, pontes, hidrelétricas, barragens e postos de combustíveis. Além disso, dispensa o licenciamento para obras de melhoria, agricultura tradicional e pecuária de pequeno porte, e restringe a necessidade de consulta prévia apenas a povos indígenas em terras já demarcadas e comunidades quilombolas. 

O PL também transfere para os governos estaduais e municipais o poder de determinar o nível dos possíveis impactos de uma determinada obra. O projeto ainda amplia para empreendimentos de médio impacto a possibilidade de Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC), uma modalidade de licenciamento ambiental simplificado, antes possibilitada apenas para empreendimentos de baixo impacto. Esse formato permite ao Estado a licenciar empreendimentos a partir de uma auto declaração do próprio empreendedor, apenas comprometendo-se a cumprir os critérios estabelecidos pela autoridade licenciadora. 

O projeto recebeu 13 emendas, das quais, os relatores do PL acataram cinco. Duas delas foram apresentadas pelo senador Jayme Campos (União-MT), que altera a Lei da Mata Atlântica e a Lei Complementar 140, de 2011, para que não haja conflito entre entes federativos em caso de licenciamento de áreas em divisas de estados e municípios. Outras emendas buscam simplificar o licenciamento relacionados à segurança energética. 

Como houve modificação no mérito na nova votação do PL, vislumbra-se verdadeira batalha na Câmara dos Deputados, onde os parlamentares devem enfrentar oposição da reduzida bancada ambientalista em uma Casa legislativa dominada por parlamentares ligados ao ruralismo. 

Assim, o Legislativo está dando um recado de que não é necessário licenciamento ambiental, de que as mineradoras podem se autorregular, se auto licenciar, ignorando desastres que o Brasil presenciou, entre eles o caso de Mariana e Brumadinho. E que estamos vivendo nos dias atuais no Rio Grande do Sul, onde a flexibilização da legislação ambiental naquele Estado resultou em tragédia que promete se repetir a cada ano, caso esse desmonte ambiental seja aprovado. 

Em Nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB também fez seu alerta sobre o PL: não podemos ignorar os alertas da ciência, das organizações da sociedade civil, dos povos indígenas e das comunidades tradicionais, bem como da própria Igreja, que há décadas tem denunciado as consequências da exploração desenfreada dos meios ambientes. Sabemos que o planeta pode permanecer sem nós, mas nós não podemos viver sem ele!, fazendo um chamado aos fiéis para que reafirmem seu compromisso com o cuidado da Casa Comum e os direitos das futuras gerações: Não há justiça social sem justiça ambiental. 

Da mesma forma que a euro deputada Anna Cavazzini, vice-presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as Relações com o Brasil, defendeu que o projeto não seja levado à votação antes da realização de uma consulta pública ampla, com participação de especialistas e da sociedade civil, urge que a sociedade, da mesma forma, se posicione, através de uma mobilização popular para enfrentar esse desmonte que representa uma péssima mensagem do Brasil ao mundo em pleno ano de COP. 

Brasilândia/MS, 24 de junho de 2025

Dia de São João Batista.

 

Foto: Vinícius Mendonça/Ibama. Evento discute 'PL da Destruição', que pode mudar drasticamente regras de licenciamento ambiental – CartaCapital

Fonte: Nicolau Soares Senado aprova PL da Devastação, que altera licenciamento ambiental e é visto como retrocesso por ambientalistas - Brasil de Fato

(3) Mídia NINJA - Um grupo de membros do Parlamento Europeu enviou uma... | Facebook

“Um grave retrocesso”: CNBB denuncia a gravidade do Projeto de Lei 2159/2021, que trata do Licenciamento Ambiental | Cimi.

 

 

domingo, 22 de junho de 2025

 

Encontro memorável entre dois Cacequienses

Carlos Alberto dos Santos Dutra


Não sei se acontece com todo mundo, mas com a gente que vem lá do Cacequi/RS é assim: Falou neste nome e a orelha do xirú velho já está em pé. Bastou minha mulher dizer que o palestrante que ela ouvia, era um gaúcho, lá de Cacequi, para este gaudério aqui se refestelar todo.

Parece que estava falando com um irmão, aquele que passa anos sem nos visitar e, de repente, aparece: É só alegria e satisfação. Chega a parar o tempo. Neste caso, a alegria foi tanta que fiz questão de lançar no Facebook, o texto que reproduzo abaixo:

Duas horas da tarde e minha mulher me liga dizendo que o palestrante do curso que ela está participando é um gaúcho de Cacequi. Custo acreditar e dou um pulo até o anfiteatro do Centro Cultural Ramez Tebet, local do evento patrocinado pela Petrobrás aos professores do município. E lá está o gaudério: Laureci Veiga dos Santos, popular Gaúcho, mas lá no Cacequi, era conhecido por Sardinha. 

Passamos a tarde relinchando e recordando os bons tempos da terra natal. Nossos pais, ferroviários; nós com a mesma idade, e desgarrados por este Brasil afora. O conterrâneo veio de Manaus e é gente importante, e está ‘engenhando’ a implantação da uma fábrica de fertilizantes entre Brasilândia e Três Lagoas, aqui nas nossas barbas. Foi uma alegria reencontrá-lo. Falamos desde o Kid ao Budigá; do Apolo ao Entroncamento... Só estou esperando a foto que tiramos, todos bobos, em frente o local do evento.

E foi assim. Passamos a tarde proseando e recordando os bons tempos. Sinceramente não lembrava do Laureci, vulgo Sardinha. Mas o índio velho tem a minha idade (embora pareça mais moço do que este cuéra aqui), e seu pai também foi ferroviário, como o meu (e quem não era ferroviário em Cacequi nos anos 70?). Assim, impossível não descobrir logo os laços do passado que nos uniam.

Aos poucos os nomes foram aflorando na ideia. Falamos dos personagens, dos monumentos, dos sonhos e da saudade desta terra querida, o Cacequi dos meus recuerdos...

O nosso Sardinha aqui é conhecido como Gaúcho (AQUI no Mato Grosso DO SUL, vai berrar o matuto pantaneiro). Ele trabalha na não menos grandiosa Petrobrás, o que é uma alegria para o berço Cacequi, ver o menino bem aprumado na vida. Igual a mim, ele tem família e, enquanto o cabelo branco não chega (o dele) ele fica mirando entre uma viagem e outra, os piás, que vão espichando a cada dia e logo se lançam porteira afora, criado que estão, uma quase meia-dúzia.

É sempre muito bom encontrar os amigos de infância. Esses encontros têm algo assim como cheiro da terra, das barrancas do Ibicuí e do açude da Quinta. A gente se fala como se irmão fosse, uma grande família, tamanha a intimidade dos pares. É como se ainda estivéssemos presos nos tentos de um laço umbilical imaginário. Não importa a cor: vermelho ou azul (desde que seja mais azul), preto ou branco, é algo maior que nós mesmos que une os gaudérios desta terra Charrua e Minuana, quando batem os cascos e se encontram. 

Mesmo que olvidem do chimarrão, por causa do calor do Centro-Oeste, e da charla galponeira, no entrevero da lida, sempre haverá espaço para esses encontros de cacequienses espalhados por esse Brasil afora, de meu Deus. O Volta ao pago, do amigo Kid, é o maior exemplo disso.

Esse é o caso do Laureci, gaudério desgarrado que chegou de Manaus por essa bandas E, para sua sorte e minha, não haverá de ficar solito durante os dois ou três anos que se aquerenciará por Três Lagoas-MS. Seja bem-vindo e sinta-se em casa. Por aqui a porta do rancho não tem taramela. Obrigado pela amizade.

Um cinchado do Carlito, filho do seu Vilson (que trabalhou no Depósito) e dona Laura, lá do Povo Novo, neto do seu Santos (Agente no Entroncamento e que também trabalhou na Rádio Cultura), sobrinho da tia Laureci, esposa do Peixe... e assim vai.... É, não tem jeito. Chora sanfona do meu Chão... Cacequi continua a ser uma grande família na memória dos que lá nasceram... e partiram. Mas que ainda se sentem em casa, como se lá vivessem.

Brasilândia/MS, 22 de junho de 2012.


Essa e outras histórias se encontram em DUTRA, C.A.S. Se me deixam falar. Brasilândia/MS, Edição do Autor, 2013, pág. 108.
 

 

O despertar do Turismo em Brasilândia

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

 

 




Há muito Brasilândia alimenta um sonho: ver-se transformada numa cidade turística. Os anos passaram e, tal qual a correnteza de um rio, o que aconteceu foi que o seu entorno, aos poucos, se transformou e mudou a vida e o modo de pensar da maioria dos que aqui vivem. 

Os apelos do chamado progresso os envolveram e lhes embargaram a alma com o ideal de se ter um bom emprego e uma renda suficiente para viver. Só que isso os desencantou, distanciando-os cada vez mais do som das águas adormecidas de outrora e das margens pacholentas daquele rio Paraná e seus afluentes, rio Verde, córrego Beleza, córrego Jardim, rio Taquaruçu e ribeirão Boa Esperança. Águas que assistiram a cidade nascer quando se desprendeu da antiga Xavantina e despertou nos pioneiros o sonho de ser essa Cidade Esperança. 

A mata e a croa dos varjões da Reserva Cisalpina, santuário preservado pelo imemorial engenheiro Luigi Cantone; as ruínas da capela Santa Barbara da Gleba Seca, na Cabeceira Perdida; a aldeia Anodhi, dos primi ocupandi Ofaié e as dezenas de sítios arqueológicos pré-históricos desta terra, tudo reclama esforço de revelação: e grita, querendo vir à luz e dizer que também merecem constar na pauta dos administradores para poder respirar. 

E lá estão na imensidão do cerrado, antigas fazendas, marco encravado de histórias lapidadas pelo homem, repletas de habilidade e vigor: na pecuária, na agricultura, em meio a fauna e flora preservada. São apelos cênicos e laborais que despertam o olhar de quem chega. São imagens captadas por drones fotográficos que sobrevoam a riqueza do avanço da produção que cobre os campos de verde e branco. São esses atrativos turísticos que cantam e encantam o viajante que chega. Gesto capaz de mostrar a pujança dos que aqui vivem e trabalham. 

O viajante que chega e depois parte, tudo sente, tudo vê, e tudo guarda. Ainda que distante, recorda o que levou consigo: um pouco desta terra, suas belezas, seus encantos, sabores, trabalho e sua gente. Valores que encerram um manancial de conteúdos, frutos do empreendedorismo, na qualidade dos serviços prestados e na arte artesanal produzida e o sorriso do atendimento que reflete sonhos possíveis aqui plantados. Por isso o tema do Turismo é de suma importância e merece ser abordado com responsabilidade por cada administrador, a cada mandato, a cada gestão. 

Há tempo Brasilândia vem perseguindo esse objetivo nem sempre alcançado. Há tempo Brasilândia vê empresas instalando-se no seu entorno abrindo oportunidade para sua gente poder mostrar o seu potencial econômico, social e cultural, passivamente. Profissionais, há poucos dias crianças, correndo pelos quintais, hoje domam a ciência e regem o progresso, devolvem qualidade de vida à comunidade, e semeiam progresso e desenvolvimento neste chão. 

É bem sabido que Brasilândia possui grande potencial para o Turismo devido a sua posição privilegiada e paisagens. Rota de passagem para os grandes centros do país, sua gente possui por natureza espírito hospitaleiro. O que a torna capaz de atrair sempre novos empreendimentos e desenvolver o que já existe na medida em que se qualifica e oferece melhorias nos setores chaves da economia: a hotelaria, a gastronomia, o artesanato, as casas noturnas, os bares, os fabricantes de bebida artesanal, entre outros. 

A atração turística e os diversos setores a eles vinculados, não apenas trazem novos empregos e desenvolvimento econômico para o município, como também possibilitam e consolidam a imagem e vocação para o Turismo desta região limítrofe com o Estado de São Paulo e rota da celulose sul mato-grossense. 

Identificar áreas locais que possuem potencial de atração turística, que possam integrar o Mapa de Áreas de Interesse Turístico, do Estado e em nível Nacional é um dos objetivos que urge despertar. 

Brasilândia está no caminho certo. Avança a passos largos em direção do progresso e do desenvolvimento, e isso, de maneira sustentável e inclusiva. Não distante daquilo que lhe encanta os olhos, mas projetos que se somam e trazem divisas para o seu povo. Entre os avanços, cabe aqui destacar que Márcia Amaral e Fábio Toledo, administradores desta cidade, têm olhos para essa realidade por tanto tempo esquecida. 

A começar pela iniciativa corajosa de criar uma pasta exclusiva para tratar deste importante tema: o Turismo. Sim, uma nova pasta. Não um cabide de emprego destinado a agasalhar interesses de amigos, compensando favores, quiçá, recebidos outrora. Mas um  instrumento disposto a abrir caminhos nesse campo até então pouco lembrado nas planilhas orçamentárias. 

A criação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo-SEMATUR oportunizou, assim, à administração pública local poder se preocupar também com o tema do Turismo como uma forma de projeção econômica para os munícipes de Brasilândia. 

A recente aprovação, pela Câmara Municipal de Brasilândia, da lei que criou o Conselho Municipal de Turismo e o Fundo Municipal de Turismo, Lei nº 3.200/25, de 26 de maio de 2025, é uma demonstração de como a pasta é prestigiada e está sendo conduzida com a dedicação que brota das mãos e inteligência de um jovem engenheiro civil, Pedro Henrique Coutinho do Vale, que une sua experiência como empresário à empatia e determinação com que encara o trabalho estimulando o comércio local e promovendo pessoas humanas. 

Tem a pasta grandes planos para o Turismo de Brasilândia. Desde os primeiros dias de mandato desta administração, lá encontramos este secretário adjunto, o popular Pedrinho, reunindo-se com empresários, dirigentes da SEMADESC e Fundação de Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul-FUNDTUR agendando encontros e visitas da equipe técnica desses órgãos à Brasilândia. Tudo para realizar um levantamento e diagnóstico dos atrativos turísticos que motivem o município a desenvolver empreendimentos no setor turístico desvelando o seu potencial (...).


Brasilândia/MS, 22 de junho de 2025.

Dia Mundial da Água.


 

 

sexta-feira, 13 de junho de 2025

 

Homenagem da Capela Nossa Senhora Aparecida, da Pedra Bonita, à Ministra da Comunhão Tereza Castro.

 

Entre as muitas vocações
Uma delas, quando abraçada
Tem a vida abençoada
Seja homem ou mulher
Venha de onde vier
Enche o povo de alegria
Ministro da Eucaristia
Ser aquilo que Deus quer.
 
Com TEREZA foi assim
Vida de felicidade
Quando alcançou a idade
Desde jovem peregrina
Iluminou a menina
De família religiosa
Uma alma preciosa
Se casou em Adamantina.
 
Teve esposo, teve filhos
Em Deus sempre confiando
Por aqui ela foi chegando
Vinte e seis anos na fazenda
Depois montou sua tenda
Na terra da Pedra Bonita
Começando uma nova escrita
Deu-se à Igreja em oferenda.
 
Pelas mãos do Padre José
Recebeu nobre missão
Ministra de comunhão
Dedicou-se ao serviço
Do altar e o compromisso
Estar junto a quem precisa
Verdadeira Diaconisa
Sendo mais feliz por isso.
 
Nos treze anos de Pedra
Visitava os doentes
Deixava a todos contentes
Entregando a Eucaristia
Idosos com alegria
Lhe acolhiam em oração
Mais que um aperto de mão
Sua palavra animava
Esperança que brotava
De um sábio coração.
 
Assim é a irmã TEREZA
Humilde serva de Deus
Acolhendo os filhos Seus
Laborou na construção
Da capela em mutirão
Nos almoços e quermesses
Na catequese e nas preces
Santa Missa e Comunhão.
 
Por isso peço licença
Para aqui homenagear
A Deus Pai poder cantar
Este canto de louvor
Rogando a Nosso Senhor
Àquela que deixa o exemplo
Dentro e fora do templo
Dona TEREZA, com amor.


Com gratidão do Diác. Carlito e comunidade pela amizade e serviço prestado pela Ministra da Comunhão Tereza Castro à Capela Nossa Senhora Aparecida, Reassentamento Pedra Bonita. Brasilândia/MS, 13 de junho de 2025, Dia de Santo Antônio.


domingo, 8 de junho de 2025

 

Homenagem aos 36 anos da AMATA


 1-Amigos aqui presentes

Um momento vou falar

Quero aqui homenagear

Uma entidade querida

Que pelas estradas da vida

Cismou de fazer viagem

E se encheu de coragem

Convocando os habitantes

Que se reuniram confiantes

Fundaram uma associação

Foram amigos, irmãos

Acolhendo com amor

O amigo morador

Daquele bairro Cohab

Onde o coração não cabe

A força de um fundador.

 

2-A começar pelo centro

Comunitário erguido

Aquele povo unido

Começou a construção

A Cebemo deu a mão

Lá de longe, da Holanda

E o dinheiro nos manda

Para a entidade Amata

Cinco de junho era a data

89 era o ano

E o Beto tinha um plano

Juntamente com o Carlito

Logo já prendeu o grito

Um a um foram chegando

Mão na massa foi botando

Trabalhar em mutirão

Todos num só coração

Todos sorrindo e cantando.

 

3-Tia Neuza a prefeita

Só de longe apreciando

E o povo trabalhando

Não a troco de dinheiro

Orientação do engenheiro

Da Agehab o arquiteto

Que enviou o projeto

Para a sede da entidade

Foi muita felicidade

Ver aquela construção

Todos de enxada na mão

E o prédio foi surgindo

A estrutura foi subindo

Para alegria do povo

Desde o mais velho ao novo

Todos estavam sorrindo.

 

4-10 mil dólares enviados

Ele foi todo empregado

Garantindo o resultado

Pra sede ser concluída

Um local de acolhida

Orgulho dos moradores

Olha esses nobres senhores

Homem, mulher e criança

Guardo todos na lembrança

Desde o Betão Bamerindus

O Vilson Júnior sorrindo

E lá estava o Ceará

O Abadio, seu Amaral

Marcelo, o Tenente Neto

No tijolo e no concreto

E até o Joaquim Polícia

Olha o Freitas, sem malícia

E também o Manoel Dário

No trabalho voluntário

O Robson e o Franckito

Edilson Fera, bonito

Jones Galli e o PM José

Entre o tereré e o café

Tinha o Valdenir Nininho

Seu Ricardo, bom vizinho

E o Júnior Marceneiro

Que saudade, companheiro

Quem nunca ficou sozinho.

 

5-Pais que levavam seus filhos

Ensinando a dar valor

Ao trabalho com amor

Verdadeiros professores

Hoje são velhos doutores

Deixaram o seu legado

Ao mais novo motivado

A continuar nessa luta

Ao povo que aqui me escuta

Deixo a todos o meu abraço

A amizade no compasso

Da festa que nos alegra

Do mutirão que integra

Um coração encantado

Com lembranças do passado

Neste dia de quermesse

Enquanto a tarde anoitece

Deixo aqui, muito obrigado.

 


Pajada declamada por Carlito Dutra, sócio fundador da Amata, durante a Quermesse realizada no bairro no dia 07/06/2025.

Confira também: 

https://carlitodutra.blogspot.com/2021/06/amata-o-bem-comum-e-uma-viagem-no-tempo.html


sábado, 7 de junho de 2025

 

Alcides Lopes, o pioneiro da ACIABRA

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 







Caía a tarde no dia 25 de maio de 1988 e uma das salas da escola municipal de 1º Grau Prof. Arthur Höffig acolhia importantes cidadãos da emergente Brasilândia da época. Um jovem comerciante, acompanhado de outros cidadãos tinha um sonho a realizar: convencer o setor do comércio sobre a importância de se ter uma associação, o que de fato, ocorreu naquela noite: a fundação da Associação Comercial, Industrial e Agropastoril-ACIA, de Brasilândia/MS, que depois evoluiu para ACIAB e por fim ACIABRA. 

Foi quando tudo começou e a ACIABRA deu seus primeiros passos, estimulando e dando impulso ao pequeno comércio local que foi surgindo pelas mãos de seu primeiro presidente: Alcides Lopes. 

Hoje esse cidadão deixou o convívio de seus familiares e amigos porque foi chamado no céu para outra tarefa, quiçá, homem sempre atarefado que foi em vida. No ambiente celeste, com certeza, irá encontrar aqueles mesmos amigos que, há 37 anos, estiveram naquele encontro histórico.

Reunião que congregou os hoje saudosos: Nelson Pedretti, Robert Gerhart Hippler, Agenor Marinho de Souza, Adão Gardino de Souza, Hélio Martinez Júnior, Isac Honorato Barbosa, Mauro Alves de Oliveira, Alcides Servilla Martinez, Gilvaez de Almeida Rodrigues, Ezilda de Souza Santos, entre outros que ainda convivem conosco que assinaram a ata de fundação. 

E lá encontramos o presidente, Alcides Lopes, ao lado de seu vice-presidente, Roberto Rodrigues; o 1º Tesoureiro, Hélio Martinez Júnior, e a 2ª Tesoureira, senhora Maria de Fátima Servilla Barbosa, buscando soluções para o comércio local que passava nos primeiros anos por dificuldades.

Como bem posicionou-se o presidente Alcides Lopes: (...), pois além de todos os encargos que temos mensalmente [de honrar] com impostos e taxas, altas contas de luz, água, telefone, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, [ainda] mantemos sob nossa responsabilidade o sustento de nossas famílias, dando serviço o mês inteiro para os mesmos, até de forma suicida, [enquanto] aguardamos por melhores dias. 

Em nota publicada no Jornal de Brasilândia, editado no ano de 1993 por Jamil Fernandes, o pioneiro presidente da ACIABRA, frisava: Quando nos surge a possibilidade de um melhor faturamento, o que ocorre no 1º e 2º sábado de cada mês em nossa cidade, com o pagamento das fazendas a seus empregados, eis que, como num passe de mágica, nossa cidade recebe um batalhão de estranhos vendedores (ambulantes, camelôs, mascates, etc.) que, como numa feira livre, dificultam até mesmo os empregados das fazendas de fazerem suas compras. 

Firme na defesa dos comerciantes, a este cidadão brasilandense, muito o comércio deve por ter fomentado uma cultura de fortalecimento, proteção e incentivo ao comércio local. É o que se depreende de algumas de suas preocupações que permanecem atuais: Esses vendedores, de um modo informal não possuem empregados, não pagam impostos, alvarás de licença, alvarás sanitários, etc. (...). Então perguntamos: Devemos fechar nossas portas? Irmos todos embora? E as autoridades competentes tomarão alguma providência? Esperamos que sim, pois como está não podemos ficar. Contamos com providências urgentes das autoridades locais e regionais (...), concluía e guardião dos interesses do comércio local na época, Alcides Lopes. 

O legado que este cidadão que permaneceu na presidência da CIABRA até 1998, quando Waldemar Firmino de Campos assumiu a presidência, tendo Alcides Lopes seu vice-presidente, é inconteste. A ele se deve o avanço da entidade quando ela empunhou a bandeira levantada na época, e que resultou na criação do SPC, o Serviço de Proteção ao Crédito em Brasilândia, que foi definitivamente implantado no ano de 1996 e oficializado em 1999 quando da inauguração da sede da entidade. 

O homem é, sem dúvida, um pouco de sua obra, de seus erros e acertos, mas, sobretudo, o que carregou na sua concha cultural e profissional, humana e familiar. Em vida, não raro, pouco valorizamos o que se encontra perto, e raramente lhe dissemos muito obrigado. Por isso, nos esmeramos em honrá-lo, pelo menos, na sua partida. Não para o homem que parte, mas para aqueles que ficam.

Na partida de Alcides Lopes, lembremo-nos do que ele semeou nos corações e nas pilastras desta cidade a partir da memória de seus feitos, o que irá encher de orgulho as instituições e a família pelo fato de ter estado estado aqui, abrindo caminhos e construindo pontes para o comércio local, o que merece gratidão pelos feitos realizados. 

Descanse em paz, pioneiro da luta pelo comércio de Brasilândia, Alcides Lopes. Teu nome será lembrado.

 

Brasilândia/MS, 07 de junho de 2025.


Fonte: DUTRA, C.A.S. História e Memória de Brasilândia/MS, Vol. II. Patrimônio, Brasilândia, 2021, pág. 298-303.










Jornal de Brasilândia, 1997