Flores para Zélia Terezinha Luzzi Schio
Carlos Alberto dos Santos Dutra
Existem situações no presente de nossas vidas que mesmo distantes elas nos remetem ao passado. Assim é, sobretudo, nos momentos de
despedida, quando não mais veremos uma pessoa que esteve por muito tempo ao
nosso lado, ou que simplesmente passou pela nossa vida.
Com dona Zélia Terezinha Luzzi Schio foi assim.
Das poucas
vezes que estive ao seu lado, lá em Aparecida do Taboado, de onde nos chega a notícia que ela se despediu para sempre de seus familiares e amigos, recordo, a sensação que a
circundava era como uma espécie de aura que ia além do seu jeito gentil e elegante de caminhar e conversar.
Um sopro de conhecimento e vida circundava aquela senhora que foi mãe, professora e manteve com o esposo um acolhedor hotel. De estatura pequena e de aparência frágil transparecia ao
contrário, traços firmes, vigor e resistência aos embates cotidianos.
E não guardou somente para si essa dádiva: isso também foi transferido a seus rebentos que, um a um, herdaram essa virtude,
garra e temperança, algo como um encantamento, uma graças que ela deu de
presente a cada um de seus filhos.
De poucas palavras, mas de raciocínio reto e ponderado, ao
lado do esposo que partiu mais cedo para os campos do Senhor depois de uma
longa vida feliz, levou adiante com altruísmo e paciência a tarefa
final de seus dias de ser avó e bisavó, mãe conselheira de uma família que sempre lhe devotou
agradecida respeito e admiração.
E hoje ao deixá-la na campa escura, assim, tão célere e sem adeus
maior, causa em todos nós um vazio na alma fazendo cada um, por derradeiro, recorrer à fé para suportar a dor.
Fé inquebrantável
que dona Zélia sempre professou e que lhe deu forças para seguir em frente,
superando as dores dos últimos dias e os dissabores de uma vida inteira.
Fé que
impregnou na alma de cada um de seus filhos sábias lições de vivência do amor,
do respeito e a certeza de que tudo tem um propósito e que a vida não acaba aqui.
Partes hoje dona Zélia, não sem dor para aqueles que ficam; dor
que cala mais fundo no coração de seus eternos filhinhos: Deolir, Deomir, Deolino, Neuza, Maria Luíza, e dos familiares
e amigos.
Sim, Maria Luíza, vossa mãe, esta flor singela foi desabrochar no céu. E com certeza,
segurando na mão de Deus e da Virgem Maria, ela foi ao encontro daquele anjo menina que conhecemos, que a espera, de
mãos dadas com a linhagem celeste que a antecedeu...
E com um ramalhete de rosas para
lhe saudar.
Descanse em paz, noninha Zélia, mãe dileta dos amigos meus.
Brasilândia/MS, 18 de maio de 2020.
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