quarta-feira, 13 de maio de 2020


Júnior Marceneiro, a arte e a vida
Carlos Alberto dos Santos Dutra.



Tem certos dias em que eu penso em minha gente, e sinto assim todo o meu peito se apertar...

É assim a canção de Vinícius de Moraes e Chico Buarque, que embalou o sonho e rebeldia de uma geração inteira nos anos 1970. 

É assim que muitos se sentem no dia de hoje.

Mesmo aqueles mais distantes ou que vivem a nossa volta, não há como não chorar e lamentar a partida do amigo André Cardamone Júnior, o popular Júnior Marceneiro.

Roda a cortina do tempo e vejo aquele jovem de 25 anos, sempre muito dinâmico ajudando nos preparativos da grande quermesse realizada no bairro onde morava, a Cohab Tomaz de Almeida, em 1989.

Nascido em 21 de outubro de 1962 era um homem de muitas habilidades profissionais, entre elas a marcenaria, um dom que Deus graciosamente lhe ofertara. 

Era o homem certo para todas as ocasiões.

E lá estava o artífice, o artista, o construtor, o marceneiro, sempre solícito a estender a mão para quem precisasse na comunidade que ainda dava seus primeiros passos.

Pai exemplar e dedicado, enquanto ali viveu, era possível vê-lo brincando com os filhos e ensinando-lhes o ofício através das palavras e dos gestos, exemplos que edificaram e floresceram nos seus rebentos.

Homem de aparência simples e de um grande e generoso coração, também se preocupou com a administração de sua cidade engajando-se no campo político como candidato ao cargo de vereador nas eleições de 2004 e de 2012.  

Ah Júnior Marceneiro, o tempo passou e a vida  seguiu seu curso. Mas tu continuaste transformando a madeira bruta em obras de utilidade e uso; lapidando a natureza transformando-a em poesia e arte.

Como aquele mimo, um carrinho de bois talhado em madeira, de forma artesanal que entregaste ao prefeito de Brasilândia em seu gabinete por ocasião da transmissão do cargo, salvo engano, em 2005.

Nos contornos da história tua criatividade e beleza ainda permanecem nas obras que criastes, fazendo história, adornando e dando consistência e calor à vida que não morre...

Vida que experimentamos hoje nos escapar entre os dedos, mas que agora, lá no azul celeste, experimentas vivê-la em plenitude.

E aí me dá uma tristeza no meu peito, feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que não creio, peço a Deus por minha gente, é gente humilde, que vontade de chorar.... 

A canção prossegue arrastando a dor da despedida pelo resto dos nossos dias, até essa tempestade passar. Descanse em paz, amigo Júnior Marceneiro.

Brasilândia, 12 de maio de 2020.
        


5 comentários:

  1. Obrigado amigo, esse é meu herói que mesmo indo morar com nosso Deus continuará nos ensinando com sua luta. Te amo papai!

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  2. Amigo de longas datas, que teve a vida seifada por este Víros cruel mas Deus sabe o que faz, não cabe a nós questionar, fica em a certeza que nosso amigo Júnior Marceneiro jeje deixou de ser um habitante da terra, e foi morar no ceu.
    Parabéns Amigo Carlito pela linda e merecida homenagem.

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  3. Parabéns Carlito linda homenagem ao nosso amigo Junio Marceneiro

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  4. Parabéns Carlito! Linda homenagem?

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  5. Linda homenagem!!! Descanse em paz meu amigo!!!

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