Júnior Marceneiro, a arte e a vida
Carlos Alberto dos Santos Dutra.
Tem certos dias em que eu penso em minha gente, e sinto assim todo o meu
peito se apertar...
É assim a canção de Vinícius de Moraes e
Chico Buarque, que embalou o sonho e rebeldia de uma geração inteira nos anos 1970.
É
assim que muitos se sentem no dia de hoje.
Mesmo aqueles mais distantes ou que vivem a nossa volta, não há como não chorar e lamentar a partida do amigo André
Cardamone Júnior, o popular Júnior Marceneiro.
Roda a cortina do tempo e vejo aquele
jovem de 25 anos, sempre muito dinâmico ajudando nos preparativos da grande
quermesse realizada no bairro onde morava, a Cohab Tomaz de Almeida, em 1989.
Nascido em 21 de outubro de 1962 era um
homem de muitas habilidades profissionais, entre elas a marcenaria, um dom que Deus graciosamente lhe ofertara.
Era o homem
certo para todas as ocasiões.
E lá estava o artífice, o artista, o construtor, o
marceneiro, sempre solícito a estender a mão para quem precisasse na comunidade que ainda dava seus
primeiros passos.
Pai exemplar e dedicado, enquanto ali
viveu, era possível vê-lo brincando com os filhos e ensinando-lhes o ofício através das palavras e dos gestos, exemplos que edificaram e floresceram nos seus rebentos.
Homem de aparência simples e de um grande
e generoso coração, também se preocupou com a administração de sua cidade
engajando-se no campo político como candidato ao cargo de vereador nas
eleições de 2004 e de 2012.
Ah Júnior Marceneiro, o tempo passou e a
vida seguiu seu curso. Mas tu
continuaste transformando a madeira bruta em obras de utilidade e uso; lapidando a natureza transformando-a em poesia e arte.
Como aquele mimo, um carrinho de bois talhado em
madeira, de forma artesanal que entregaste ao prefeito de Brasilândia em seu
gabinete por ocasião da transmissão do cargo, salvo engano, em 2005.
Nos contornos da história tua
criatividade e beleza ainda permanecem nas obras que criastes, fazendo história, adornando e dando
consistência e calor à vida que não morre...
Vida que experimentamos hoje nos escapar entre os dedos, mas que agora, lá no azul celeste, experimentas vivê-la em plenitude.
E aí me dá
uma tristeza no meu peito, feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que
não creio, peço a Deus por minha gente, é gente humilde, que vontade de chorar....
A canção prossegue arrastando a dor da despedida pelo resto dos nossos dias, até essa tempestade passar. Descanse em paz, amigo Júnior Marceneiro.
Brasilândia, 12 de maio de 2020.
Obrigado amigo, esse é meu herói que mesmo indo morar com nosso Deus continuará nos ensinando com sua luta. Te amo papai!
ResponderExcluirAmigo de longas datas, que teve a vida seifada por este Víros cruel mas Deus sabe o que faz, não cabe a nós questionar, fica em a certeza que nosso amigo Júnior Marceneiro jeje deixou de ser um habitante da terra, e foi morar no ceu.
ResponderExcluirParabéns Amigo Carlito pela linda e merecida homenagem.
Parabéns Carlito linda homenagem ao nosso amigo Junio Marceneiro
ResponderExcluirParabéns Carlito! Linda homenagem?
ResponderExcluirLinda homenagem!!! Descanse em paz meu amigo!!!
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