segunda-feira, 22 de março de 2021

 

Rita Nogueira de Souza, mãe em simpatia está no céu.

Carlos Alberto dos Santos Dutra

 


 

Difícil falar de uma pessoa feliz num momento de tristeza. Isso porque a felicidade que contagia quem está ao redor e completa o sentimento de todos, nesta hora nos escapa, nos faltam as palavras. Mesmo com preocupação e com dor, quem tem a vocação para a felicidade, dificilmente esconde isso no olhar, nos gestos, no sorriso.

É isso que nos enche de coragem para que acerquemo-nos de alguém que viveu e fez viver à sua volta, sempre irradiando simpatia e vigor de uma mulher de coragem que causava orgulho a todos, em especial aos filhos.

Assim era dona Rita Nogueira de Souza. Quem a via andando pela rua, antes do isolamento social imposto por aquele vírus mortal, era possível perceber o quanto ela era feliz pois parecia estar sempre de bem com a vida.

Nas poucas vezes que cruzei por ela, a sensação que passava, mesmo aos estranhos, era a de que ali caminhava uma pessoa simples, porém, iluminada. Os seus passos seguiam, e quando nos dávamos conta, sentíamos vontade de acompanhá-la, mesmo que fosse de longe para contemplá-la.

E isso não podia ser diferente. Tamanha aura nutrida pelo círculo de amizade e confiança construído no seio de sua família só podia resultar nisso. Filhos, netos, bisnetos e um rol de parentes e amigo que todos os anos só tinham a agradecer a Deus pela saúde e alegria permanente daquela que era a joia mais preciosa da casa, aquela que tocava a orquestra de uma grande família. 

E lá estavam todos os filhos festejando cada ano o aniversário daquela que os fez nascer e crescer, tornando-os filhos e filhas admiráveis e realizados. Sempre alegres e brincalhões, herdaram da mãe essa vontade de viver e vencer, sempre com olhar franco, de frente para o rumo do sol.

Agradecer, portanto, era o que todos nestas horas de festas tinham a dizer e demonstrar. A cada encontro lá estavam todos saudando a trajetória vitoriosa desta matriarca que, com garra e humildade superou os caminhos difíceis que a vida lhe impôs e chegou lá.

Mas agora, em meio a um soluço de dor, cá estão os filhos, relembrando dona Rita, mamãe, vovó, professora da vida, percorrendo as estradas, vencendo uma a um os obstáculos, mulher de fibra e perseverança. Cada um deles com o coração tomado de amor, agradecendo pela sua vida e pelo tempo em que ela esteve ao lado de cada um.

Dona Rita, agora, sorri e conversa com os anjos disfarçados de amigos que Deus colocou na sua vida. Contempla cada um dos rostos e corpos ternos dos 9 rebentos que acariciou e embalou: Manoel, Joana, Rozalina, Jorge, Ermelinda, Jaciro, Jaira, Luciane, Jairo. E eles, em lágrimas de saudade, agradecem aquele abraço apertado de sua maior mestre que soube educar e apontar-lhes um futuro de esperança.

Dona Rita não era somente uma mãe zelosa e alegre. Também se sentia feliz ao ser rodeada de netos e bisnetos e gerações inteiras que a conheceram e foram tocadas por suas mãos que mais pareciam bênção que sobre eles repousava e os acalmava.

Dona Rita Nogueira de Souza, seu espírito e luz vão permanecer por aí no coração de muitos. Seus passos ainda podem ser percebidos pelos desvãos da casa onde morou por tantos anos e onde acolhia todos os filhos e suas famílias.

Nascida em 16 de março de 1941, teve de adiar a festa de seus próximos aniversários, que prometiam ser com a costumeira alegria. No dia de hoje, a mestre pediu licença a todos e foi se encontrar com Deus, atendendo um chamado que não podia recusar. Descanse em paz, amiga Rita Nogueira de Souza, mãe generosa em simpatia de todos nós.

 

Brasilândia/MS, 22 de março de 2021.

 





























Fotos: Facebook

5 comentários:

  1. Linda homenagem 👏👏👏,Dona Rita deixará entre nós muita saudade.

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  2. Só um poeta é capaz de descrever sobre Rita Nogueira uma jóia tão preciosa que volta para as mãos do joalheiro para brilhar eternamente .

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  3. Que o seu dom da palavra seja sempre fortalecido, para que possamos ter a honra de ler homenagens lindas como essa dedicada a Dona Rita.
    E que as próximas possam deixar de ser por momentos tão tristes.

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  4. Que o seu dom da palavra seja sempre fortalecido, para que possamos ter a honra de ler homenagens lindas como essa dedicada a Dona Rita.
    E que as próximas possam deixar de ser por momentos tão tristes.

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  5. Ler essa poesia que tão bem retrata o que era minha amada mãe. Momento de dor e alegria, Dor pela perca, pela saudade que permanece, pela vontade de sentir o seu tão abraço que afagava a alma. Alegria pela mulher guerreira, mãe cuidadosa, amiga fiel, avó carinhosa. Amava a vida e as pessoas que a rodeavam.
    Só me resta dizer até daqui a pouco Mãe.

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