quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

 

A capela, o aniversário, e onde tudo começou

Carlos Alberto dos Santos Dutra


O dia 28 de fevereiro amanheceu com o calor de sempre, aquele que experimentamos nos últimos dias. Não fosse o fato de ser o dia do aniversário do diácono que vos escreve, seria uma quarta feira normal cuja expectativa girava em torno das felicitações que iria receber pelas redes sociais de amigos e parentes. 

Como de fato aconteceu, o que o encheu de alegria e satisfação. Mais que isso, o fez sentir-se grato ao ver tantas pessoas lhe desejando, de coração sincero, um feliz aniversário. É sempre muito bom saber que somos queridos e que as pessoas ao se manifestar falam com o coração. 

Uma felicitação, entretanto, abriu caminho para um presente que lhe foi doado pelo pároco local, padre Ronaldo. Ele pedia, através da secretária paroquial, que o diácono fosse presidir a celebração da Palavra numa comunidade da fazenda Córrego Azul, a capela São Francisco de Assis, às 18:30 horário MS. Foi a oportunidade dada ao diácono de poder celebrar em ação de graças pelos 68 anos de idade que completava naquele dia. 

Mas, o que poucos sabiam, talvez nem mesmo o pároco local, é que a capela São Francisco de Assis havia sido criada no ano de 1956, o ano de nascimento do diácono que para lá se dirigia. 

Foi o suficiente para que o celebrante e seu instinto de historiador, o colocasse frente a frente com a placa afixada na porta da capela para comprovar que naquele ano, no dia 18 de junho, havia sido realizada na matriz da fazenda Córrego Azul, a fazenda Boa Esperança, a primeira missa por estas plagas. 

Celebração eucarística oficiada na época pelo frei Joaquim Capuchinho, na presença de Dom Ladislau Paz, bispo auxiliar de Corumbá; o vigário de Três Lagoas, padre João Tomes; o proprietário Arthur Höffig, seus familiares, funcionários e amigos. 

Presente mais significativo não poderia ser dado ao historiador que, por diversos caminhos, de idas e vindas, sempre perscrutou a trilha dos acontecimentos e feitos de uma família, cujo patriarca Arthur Höffig foi o responsável por lançar as pilastras do desenvolvimento e progresso desta região. 

No campo da história é imorredouro a sentimento religioso que o fundador de Brasilândia plasmou também na comunidade urbana, a partir do ponto alto da cidade, quando, no dia 21 de abril de 1957,  participou de uma missa campal ao lado do padre João Tomes, sob o Cruzeiro de madeira ali erigido, transformando o lugar no marco da fundação e da religiosidade do povo desta terra. 

E lá estava o diácono permanente da paróquia Cristo Bom Pastor durante a celebração, recordando aos fiéis que ali se encontravam, o itinerário da fé que atravessa fronteiras e, uma vez plantada no coração de um povo, ganharam a distância e o tempo. 

Passados 68 anos da realização daquela primeira missa, naquela noite os herdeiros, filhos e netos, vivos e saudosos, e muitos que só os têm na lembrança, todos festejaram aquela feliz coincidência em ação de graça pelo aniversário do diácono e as bênçãos concedida às crianças que foram apresentadas à comunidade durante a celebração. 

Obrigado Marquinhos que acompanhou os cantos no violão; obrigado leitores, ministros, comunidade São Francisco de Assis e todos os que participaram desta bela celebração e festejaram juntos a alegria de ser igreja, cuja semente um dia foi lançada em nossos corações pelos nossos antepassados e ainda hoje permanecem dando frutos. Deus abençoe a todos. 

Brasilândia/MS, 29 de fevereiro de 2024.









 

Um comentário:

  1. Nos que somos gratos pela sua presença diácono , foi uma surpresa para nós recebe lo num tia tão especial , e mais ainda ouvir uma história tão linda e abençoada como a sua . Deus continue te abençoando e abençoando sua família .

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