domingo, 9 de fevereiro de 2025

 

Hospital Municipal Dr. Júlio César Paulino Maia:  37 anos de história.

Carlos Alberto dos Santos Dutra


 

O dia 8 de outubro de 1988 não foi um dia comum para os brasilandenses, num tempo em que sua população ainda era de poucos fogões. 

Há dois anos já me encontrava por aqui e pude presenciar o colorido que envolvia este dia. Os mais antigos haverão de recordar com mais propriedade, sobretudo os personagens que ainda não soçobraram pela ação do tempo. 

A prefeita da época, Neuza Paulino Maia, tendo como secretário Municipal de Obras, seu filho, o engenheiro Marco Antônio Paulino Maia e secretário Municipal de Saúde, o médico Dr. Paulo Carlos Veron da Motta, o descerramento da placa aconteceu com pompa e circunstância; placa inaugural que até hoje se encontra no hall de entrada sob o pórtico de acesso ao interior deste pioneiro e único hospital de nossa cidade.  

Fato curioso para aquele tempo é que, no dia de sua inauguração, pode se observar a presença de representantes da comunidade indígena Ofaié no evento. Elas foram trazidas desde a barranca do rio Paraná por este escrevinhador, então  indigenista do CIMI, especialmente para participar da inauguração. 

Para os anais da história, registre-se que o convite partiu da própria prefeita que demonstrava à época, estremo cuidado e zelo a esta comunidade autóctone, dispensando atenção a esses indígenas que há pouco haviam retornado do exílio e buscavam abrigo em sua terra natal. 

Registre-se que prefeita municipal chegou a envidar esforços junto ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, que tinha à frente na época o historiador Hildebrando Campestrini, para ver publicado o livro “Ofaié, morte e vida de um povo”, primeiro registro sobre a história dos Ofaié de Brasilândia, onde esta prefeita fez questão de dedicar as palavras: “Com esta obra, a Prefeitura Municipal de Brasilândia resgata a memória de seus primeiros habitantes e devolve ao povo desta terra a dignidade e o respeito que lhe são devidos”. 

Nos primeiros cinco anos de existência deste hospital, seu corpo clínico era formado pelos médicos Dr. Jordoval Lima, Dr. Paulo Carlos Veron da Motta, Dr. Antônio de Pádua Thiago, Drª. Selma Regina Pereira, Dr. Cézar Gonçalves e Dr. Antônio Carlos Monteiro, contratados em 1993. 

A partir de 1997, passou a contar com um total de 16 profissionais na área de enfermagem e um quadro funcional de 35 servidores. Atuavam na instituição nesta época os médicos: Dr. Vanderley Gonçalves Coubassier, ginecologista e obstetra; Dr. Antônio de Pádua Thiago, pediatra e anestesiologista; Dr. José Echeveria Rueda, clínico geral; Dr. Douglas Henry Borges, pediatra e anestesiologista; Dr. Oswaldo Pereira, médico legista; Dr. Ivan L. Daur de Medeiros, ginecologistas e obstetra, entre outros. 

Depois, fixaram-se como médicos: Dr. Issan Farez; Dr. Samuel Peclat de Oliveira; Dr. Jordoval de Lima (que retornou a Brasilândia em 2007); Dr. Katsumi Hiraide; Drª Ana Maria Tamashiro; Drª Maria Aparecida Marques; Drª Patrícia Abud Chinaglia; Drª. Marisa dos Santos Feiten, ginecologista, entre outros. 

No ano de 2003, por força da Lei nº 2.014/03, o uso do imóvel Hospital Municipal Dr. Júlio César Paulino Maia e seus bens foram cedidos com permissão de uso para à Associação Beneficente Dr. Júlio César Paulino Maia, permanecendo até os dias atuais. Na época o hospital dispunha de 20 leitos sendo 11 do SUS e 09  para convênios, com 02 apartamentos particulares. 

Quanto às finanças do hospital, no ano de 1997 a entidade sobrevivia com apenas R$ 15 mil reais mensais, valor já naquela época insuficiente para honrar a folha de pagamento dos funcionários que chegava a casa dos R$ 8 mil reais mensais, além de despesas com aluguel da casa dos médicos plantonistas, a compra de medicamentos, alimentação e combustível para o transporte de pacientes. 

No ano de 1998, num relatório de atividades da Secretaria Municipal de Saúde, o hospital registrava ter realizado durante o ano 5.133 consultas médicas; 502 exames de ultrassom; 73 partos normais; 86 partos cesáreos; 1.345 internações hospitalares, e 90 cirurgias. Nesta época, o Secretário Municipal de Saúde, era o Dr. Alberto Kobayashi e a prefeita Marilza Maria Rodrigues do Amaral; foi quando se estabeleceu em definitivo a municipalização da Saúde que permanece até os dias atuais (...).


O restante desta história sobre os pioneiros da Saúde em Brasilândia pode ser conferido no livro História e Memória de Brasilândia/MS - Volume III – Cidadania, páginas 142-147 que ainda espera o apoio cultural (um patrocinador) para ser impresso e distribuído graciosamente à população.

Por ora, ele pode ser consultado na Biblioteca Municipal Professora Abadia dos Santos, de Brasilândia. Ou adquirido em História e Memória de Brasilândia/MS Volume 3-Cidadania, por Carlos Alberto dos Santos Dutra - Clube de Autores.


Abaixo, o Quadro dos Dirigentes da Associação Beneficente Hospital Dr. Júlio César Paulino Maia, de Brasilândia que atuaram até o ano de 2021. 


Fonte: Livro de Atas/Cortesia Marcilene Lopes Pereira

 

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