Leonilda
Marcondes, dona Lió: o melhor da vida
é vivê-la bem, criar laços e ser feliz.
Carlos
Alberto dos Santos Dutra
A vida tem o
seu curso, queiramos aceitar ou não. Apegamo-nos tanto a ela que, quando a despedida
definitiva chega, é como se fôssemos pegos de surpresa. Esquecemo-nos que somos
transitórios e que o melhor da vida é vivê-la bem, criar laços e ser feliz.
Foi o que aconteceu quando soube que dona Leonilda Marcondes partiu. Sorrateira em meio a alegria de uma vida, não sem dificuldades, mas ciente do quanto tinha um papel a desempenhar, na família, na comunidade, e no seu tempo, a notícia foi se achegando e causando um aperto em nossos corações.
Pessoa simples, mas de uma aura radiante, sempre muito alinhada e elegante, demonstrando firmeza nos passos que dava, dona Lió, como era carinhosamente chamada, havia nascido na cidade paulista de Lins, no dia 31 de agosto de 1943. Sempre muito espirituosa e olhar focado na realidade que a cercava, a filha de seu Alípio Barbosa da Silva e dona Emília Marcondes, cresceu e tornou-se mulher, casou, e a partir de 1974 passou a residir em Cornélio Procópio/PR onde teve os filhos Valdecir, Paulo César, Cristiana, Claudemir, Cleide, Renata e Renato.
Sempre de cabeça erguida, mesmo depois de viúva, e por abraçar na fé o Deus da Vida, decidiu tocar em frente e voltar a acreditar no amor. Foi quando conheceu o mineiro Francisco Lino de Moraes, que lhe devotou respeito, companheirismo e um novo horizonte se abriu. Nascido em Andradas no dia 8 de julho de 1934, o filho de seu José e dona Sebastiana, depois de uma longa convivência uniu-se em casamento com dona Leonilda, para a alegria do coração daquela senhora menina.
Seu Francisco, homem simples, e trabalhador da roça, conheceu dona Leonilda no trabalho pelas fazendas, quando passaram a viver juntos, tendo ele ajudado a companheira a criar os dois filhos que ela segurava pela mão quando o conheceu: Cleonice e Altair. E outros que seu coração imenso de mãe generosa adotou.
Já em Brasilândia, moraram por muitos anos na rua Elviro Mancini, até mudarem-se para o bairro José Inácio Batista ampliando ainda mais o rol de amigos que ali cultivaram. E lá está na lembrança dos filhos aquela gentil senhora de braços abertos recebendo o carinho de todos: num dado momento, corre-lhe ao encontro o neto Alisson, sempre crescendo, já quase um homem; em outro momento, outro netinho que se joga em seus braços. Pois para os avós eles, os netos, sempre serão crianças, para a tranquilidade e segurança dos pais, vendo a dedicação da mãe-avó que, a cada ano, estreitava o olhar e alongava os laços de amor, atenção e carinho pela família.
E cá está o escrevinhador recordando de um encontro de oração realizado na casa desta senhora, há alguns anos. Num dado momento ela nos chama em reservado e, em tom de segredo, diz a mim e minha esposa: -venham aqui que eu quero lhes mostrar uma coisa. Curiosos, avançamos pé ante pé em direção ao quarto onde se encontrava deitada sobre sua cama, uma de suas netinha, linda, ressonando, toda arrumada, salvo engano com uma blusinha vermelha. E com um sorriso angelical e olhos cheios de lágrimas, a vó aponta para a neta e nos diz: -ela é um de meus tesouros.
Essa é a vida maravilhosa que dona Leonilda Marcondes viveu e fez viver. Sua partida pode surpreender alguns. Mas para os que a conheciam, ainda que fosse jovem - 77 anos de idade -, todos guardam o consolo de que ela cumpriu heroicamente sua missão. Mesmo que as lágrima nos escapem, ela mereceu o prêmio: foi recolher no Céu as flores das sementes que aqui plantou. Sempre com altivez e alegria no olhar.
Descanse em paz amiga querida, dona Leonilda Marcondes, diletíssima dona Lió.
Brasilândia/MS, 26 de julho de 2021.
Que linda homenagem parabéns Dr Carlito pelo trabalho dedicação q Deus abençoe com saúde paz 🙏
ResponderExcluirObrigado. Se deixei passar alguma coisa importante, por favor informe-me pelo privado do Face (https://www.facebook.com/carlito.dutra/)
ResponderExcluirMuito obrigado pelo carinho nossa família agradece muito pela suas palavras.
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