O Dia do Escritor e o encontro com a História
Carlos Alberto dos Santos Dutra
No meio da tarde, naquela sala já se encontravam
acomodados um bom par de olhinhos jovens, por vezes encabulados, mas atentos ao
que se passava.
Em meio a tantos livros, o convite inusitado àqueles jovens para ali estarem
presentes tornara-se um agradável desafio. Afinal, já ouviram falar do Carlito e
também da Patrícia, anfitriões daquela roda de conversa promovida pela dedicada
coordenadora Cristiane, da Biblioteca Municipal Professora Abadia dos Santos,
de Brasilândia/MS.
--O que o senhor sente quando está escrevendo?
--O que a senhora escuta quando está escrevendo?
--Qual a melhor
hora e lugar para escrever?
--Qual o livro que o senhor ainda não escreveu e
gostaria de escrever?
--Você se inspirou no quê para escrever este livro?
--O senhor estudou muito para ser escritor?
E assim por diante...
As perguntas aos poucos iam saltando do papel pela boca dos jovenzinhos, muitas delas movidas pelo real e profundo
interesse de quem buscava adentrar o íntimo do pouco explorado mundo da literatura.
Foi muito bom dividir com aquela plateia seleta de
jovens aprendizes de escritor fatos da vida e do cotidiano de um e de outro,
ensinando e aprendendo o caminho das pedras e dos sonhos trilhados pelo
escritor, seja ele homem ou mulher, jovem ou idoso.
Repisando a máxima de que para vencer não se deve
desistir da luta, foi a oportunidade que Brasilândia teve de ouvir o coração de quem já está na estrada há alguns anos, não desanima e permanece disposto a abrir caminho para que outros também andem por estas veredas.
A emoção de ouvir uma mãe que acompanhava os filhos
dizer, recordando uma passagem da vida do professor Carlito, quando ele, há mais de trinta anos, reunia em sua casa (ao lado da casa da dona Abadia) crianças, seus alunos, e todos sentados no chão, sobre um tapete de palha
trançada, ouviam a história dos índios Ofaié contada pelo jovem indigenista num tempo onde Brasilândia pouco deles sabia e dava seus primeiros passos rumo ao
desenvolvimento.
--São momentos como este que nos fazem pensar, disse o homenageado escritor.
–São momento como estes que nos permitem dizer que aquilo
de bom que fazemos, aquilo de verdadeiro que escrevemos é perene, é eterno.
Mesmo que você esqueça o bem que fez, ele sempre frutificará e um dia lhe será
depositado a seus pés, confessou.
Com a entrega do box contendo os cinco volumes da coleção História e Memória de Brasilândia, à Biblioteca Municipal, o autor dá por concluída a tarefa que reuniu em 1.752 páginas, 4.235 notas bibliográficas e 3.363 imagens que ilustram um cadinho da história desta terra.
A missão está cumprida e aconteceu na tarde de hoje com transmissão ao vivo pelo facebook, na presença dos futuros escritores desta cidade. Obrigado juventude brasilandense. Obrigado professores, parlamentares, funcionários e colaboradores que lá estavam. Sintam-se abraçados pela fotografia que postamos.
Dia do Escritor.
https://www.facebook.com/watch/live/?ref=watch_permalink&v=1120926765443169
Obras do autor disponíveis em: História e Memória de Brasilândia/MS Vol. 1-Pioneiros, por Carlos Alberto dos Santos Dutra - Clube de Autores
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