Jubileu dos 50 anos da Paróquia Cristo Bom Pastor - Primeiros passos de uma caminhada de fé
Diác. Carlos Alberto
dos Santos Dutra
No dia 21 de abril de 1957, aos pés de uma Cruz, batizada de O Cruzeiro, contando com a presença do patriarca Arthur Höffig, fundador do povoado, o padre tchecoslovaco João Tomes, rezou a primeira missa campal em Brasilândia: - Ó bondoso Deus, olhai para este povoado de Brasilândia. Fazei crescer aqui uma igreja forte e que ela receba o nome de Cristo Bom Pastor.
E o povoado foi
crescendo ao mesmo tempo que os serviços pastorais cada vez aumentavam mais. O
atendimento da igreja vinha nesta época de Campo Grande, diocese da qual
Brasilândia se encontrava vinculada.
Na comunidade também havia carência na área da saúde. -
Pois é comadre, precisamos fazer alguma coisa para melhorar a saúde em nossa
comunidade. - Concordo com a comadre Maria, acho que nós podíamos falar com o
padre e pedir a sua ajuda. O que vocês acham? - Isso mesmo, dona Tereza, na
próxima vinda do padre aqui, pode deixar que eu falo com ele. Ele tem mais
contato e pode conhecer alguém que possa nos ajudar.
A Prefeitura de
Brasilândia havia construído nesta época seu primeiro Posto de Saúde, numa obra
pioneira do prefeito José Francisco
Marques Neto que havia sido eleito com a criação do município em 1965. Mas
o Posto de Saúde não possuía médico, sendo que o mesmo vinha de fora uma vez
por mês. Faltava também uma enfermeira e uma parteira para atender a população.
E lá foi uma comissão
conversar com o Prefeito: - Pois é Senhor
Prefeito, nós precisávamos de uma pessoa para atender a população. - Uma pessoa
que fosse profissional de saúde. - E que também fizesse partos, pois tem
nascido muitas crianças por aqui, completou seu José que acompanhava as mulheres Maria e Tereza na
audiência naquele dia. - Pois bem,
disse o Prefeito. - Vou dizer o que a
Prefeitura vai fazer: Vou entrar em contato com um grupo de irmãs missionárias de Três Lagoas que conheço e conseguir uma irmã enfermeira para vir trabalhar aqui.
O Padre João quando soube
do problema também interviu: - Olha, o
que a Igreja pode fazer é entrar em contato com a Diocese de Campo Grande e
buscar uma solução que concilie o trabalho pastoral com essa necessidade da
comunidade. Então conversou com o Bispo Dom Antônio Barbosa obtendo dele a bela notícia de sua intenção de formalizar um pedido à provincial superioras das irmãs
Missionárias de Jesus Crucificado, propondo a criação de uma Paróquia que seria
confiada a elas.
E foi o que realmente
aconteceu: No dia 25 de junho de 1972 os destinos pastorais da nova Paróquia
Cristo Bom Pastor, passaram às mãos das irmãs da Congregação das Missionárias de Jesus Crucificado. E lá estavam
elas, transformadas em verdadeiras vigárias paroquiais de Brasilândia assumindo
a nova Paróquia:
A Irmã Abigail Dias Batista, que foi coordenadora
de 1972 a 1975; a Irmã Ana Ribeiro de Lima; a Irmã
Célia Maria Simeão, que foi parteira
do Posto de Saúde; a Irmã Margarida Baptista das Dores; a Irmã Cacilda Soares Ribeiro; a Irmã Zélia Lopes da Silva; a Irmã Margarida Clementina do Nascimento, que
foi coordenadora de 1975 a 1979; a Irmã Maria
Aparecida Guimarães; a Irmã Diocenísia
Vieira, carinhosamente chamada de Irmã DIÓ; a Irmã Geni Réia; a Irmã Geralda
Ferreira da Silva, que foi coordenadora de 1979 a 1982; a Irmã Judith; a Irmã Maria M. de Abreu; a Irmã Maria
Benedita Borasca; e a Irmã Nair
Ribeiro Cardoso.
E assim, o dia 25 de
junho de 1972 amanheceu festivo e repleto de autoridades civis, militares e
eclesiásticas de Três Lagoas, Campo Grande e região que circulavam pelas ruas
da cidade misturando-se às centenas de paroquianos que se dirigiam todos para a
pequena capela construída pelo padre João
Tomes no centro da praça idealizada pelo fundador da cidade Arthur Höffig.
Foi um dia muito
bonito quando o Bispo, Dom Antônio Barbosa, leu o documento de fundação
da Paróquia. Recorda a Irmã Margarida que lá estava o padre Ubajara Paz de
Figueiredo, o prefeito municipal, Julião
de Lima Maia, as irmãs e o senhor Manoel
Galdino de Souza, primeiro presidente da comissão paroquial.
As palavras do Bispo Dom Antônio Barbosa foram: - Meus irmãos. Após maduras considerações, e cumpridas às disposições canônicas, tendo
em vista o crescimento da população na região de Brasilândia houve por bem
erigir a Paróquia Cristo Bom Pastor, desmembrando-a
da Paróquia de Santa Luzia, de Três Lagoas. -
Pois bem, meus caríssimos. Exortamos vivamente aos nossos fiéis que
recebam e acatem com respeitosa amizade as irmãs que vem e se estabelecer em
Brasilândia, em nome do Senhor, dando-lhes o conforto da correspondência
cordial à sua ação missionária. Que, por intercessão da Virgem Maria, o Bom
Pastor nos abençoe, conforte e conserve no seu santo serviço. Assim seja.
E foi o que
aconteceu. Por dez anos a nova Paróquia foi confiada à Congregação das Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado numa experiência pioneira na Diocese de
Campo Grande: uma paróquia sem os serviços hierárquicos tradicionais, formando
a primeira comunidade pastoral católica nesta terra possibilitando aos fiéis da região congregar ao redor de Cristo Bom
Pastor e daqueles que O representam, formando uma fervorosa comunidade de fé,
de culto, de amor e serviço fraterno.
Por dez anos estas irmãs desenvolveram atividades pastorais e sacramentais na Paróquia, sempre assistidas por diversos padres que, de tempo em tempo, vinham até a Paróquia Cristo Bom Pastor auxiliá-las. Entre eles podem ser lembrados o padre José Faralosse e o padre Nicolau Hames; o padre Ubajara Paz de Figueiredo que vinha sempre de Campo Grande ajudar na formação pastoral; o padre Nilvo Floriano Pase, e o padre Antônio do Carmo Ribeiro, que atendia a Capela Santa Rita em Xavantina. Tinha também o padre Hermes, o padre Ernesto, o padre Tomaz, o padre Iglesias, e outros.
Nesta época, o primeiro batizado na nova Paróquia aconteceu
no dia 4 de junho de 1972 ministrado à criança Dalvina Aparecida Alves, nascida em 7 de setembro de 1967, filha do
senhor Celso Alves e Maria Pereira Alves, tendo como
padrinhos José Patrício Filho e Luzia Thereza da Silva. O batizado foi presidido pela irmã Abigail Dias Batista. Nos cinco primeiros anos da instalação
da Paróquia, até o ano de 1977, foram realizados 1.549 batizados.
Podemos lembrar
também que o primeiro casamento
realizado na Paróquia aconteceu em 24 de julho de 1972, e uniu o casal Lourival da Silva e Neusa dos Santos; que foi ministrado também pela irmã Abigail. Durante os seis primeiros anos da
instalação da Paróquia, de 1972 a 1978, foram realizados 329 casamentos
No Livro Tombo da
Paróquia encontramos nomes conhecidos de antigos moradores, alguns deles já
saudosos e outros que ainda permanecem atuantes na comunidade. Entre eles
podemos citar: seu José Sanches Castilho
e dona Consuelo Garcia Sanches; seu Germino Pereira dos Santos e dona Aureliana Dutra Pereira; seu Vicente Borges dos Reis e dona Niderci Maria Morais dos Reis; seu Eliazel Paes de Oliveira e dona Jurandira de Oliveira; seu Alfredo Goulart e dona Josefina de Souza Goulart; seu Mário Cherante e dona Maria Bielof Cherante; seu Pedro Takizawa e dona Anizia Nunes Pereira; seu Aparecido Lopes da Silva e dona Josefa Ribeiro de Almeida (nossa querida
dona Mocinha)...
E ainda seu Filadelfo Basso e dona Maria Pereira Basso; seu Agmon Fernandes e dona Ercília Fernandes; seu Julião de Lima Maia e dona Neuza Paulino Maia; seu Edvaldo Mingante e dona Elmira Maria de Jesus; seu Antônio Benedito de Souza e dona Fidelcina de Souza Brito; seu Antônio Fernando Dias e dona Balbina Ribeiro de Moraes; seu Manoel Galdino de Souza e dona Adelaide Rosa de Souza...
E tantos outros
pioneiros da fé que figuraram como padrinhos de batizado e de casamento, e outros
tantos fiéis discípulos que, ao lado das irmãs e dos padres que a sucederam ajudaram a construir a Paróquia Cristo
Bom Pastor que agora completa 50 anos de caminhada. A todos manifestamos nossa
gratidão e dedicamos nossas homenagens rogando a Deus que os abençoe aqui e na
eternidade. Salve a Paróquia Cristo Bom
Pastor! Salve o Cristo Bom Pastor!
Brasilândia/MS,
20 de junho de 2022.
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