O Salão Paroquial na
história de Brasilândia
Diác. Carlos Alberto dos Santos Dutra
O Salão Paroquial da Paróquia Cristo Bom Pastor foi
inaugurado no dia 16 de abril de 1978 e contou com a presença das mais altas
autoridades do lugar e região, expressivas personalidades do nosso mundo
social, político e religioso, dentre elas Dom
Antônio Barbosa, Bispo Diocesano de Campo Grande, o Prof. Arthur Höffig, o
prefeito de Três Lagoas, Ramez Tebet,
o prefeito de Brasilândia, Adilson Alves
da Silva, além dos membros da comissão administrativa da Igreja, entre
eles, Wilson de Arruda, Manoel Galdino,
Fernando Rufino, entre outros.
Por muitos anos este, que foi o primeiro salão construído
no município, teve a finalidade de abrigar os principais eventos da comunidade
religiosa e civil que aos poucos se erguia. Foi o Salão Paroquial, largamente
utilizado para realização de encontros, reuniões públicas e privadas,
assembleias gerais e sindicais, tomadas de posse, palco de formaturas,
apresentações, bailes e festas, e demais eventos sociais e religiosos do
município.
Durante a inauguração, o patriarca fundador do município lembrou que
o primeiro prédio que construiu foi uma escola e que Brasilândia era fruto da
proteção de Deus. E parabenizou a comunidade pela realização da obra do salão
paroquial dizendo ser apenas um soldado,
um lavrador que deu um pouco de sua vida a Brasilândia e com a proteção de Deus
[em breve] entregará a cidade uma
usina de álcool que acabará com as dificuldades econômicas da prefeitura (...),
pois um dos princípios de Democracia é
dar trabalho a todos, concluiu.
Dom Antônio Barbosa, que presidiu a
celebração ao lado do padre Antônio do
Carmo Ribeiro, humildemente falou, citando o Evangelho que retratava
naquele dia o Bom Pastor, por isso foi escolhida esta data para a
inauguração. Pedindo que crie novos pastores para nossa comunidade, lembrou
que Jesus Cristo foi o Bom Pastor. Que
Deus fez crescer estas ovelhas este desejo de união, de trabalho e de criação.
Que o primeiro ato realizado no Salão Paroquial será um ato principal e
repousará no sacrifício da Santa Missa. Com a certeza de que este ato inspirará
para o futuro, tanta concórdia, tanta união e tanto sacrifício.
Domingos Cristóvão Ribeiro, em breve oratória,
mas de profundo sentimento, agradeceu a todos que colaboraram para esta
realização, reconhecendo ainda as irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, aos
jovens professores, e em especial ao Prof.
Arthur Höffig por tudo, pois sem
dúvida nenhuma, ele foi o braço mais forte desta realização.
José Candido da Silva, presidente da
Câmara Municipal, também falou do Salão Paroquial lembrando o levantamento do Cruzeiro instalado no alto da cidade e
marco da fundação do povoado que foi uma doação do fundador da cidade,
local onde realizou-se a primeira missa no dia 21 de abril de 1957 pelo padre João Tomes.
Com o
calor da palavra que lhe é característica o prefeito de Três Lagoas, na época, Ramez Tebet proferiu sua oração numa
exaltação a Deus, falando de fé e de união dos homens, que a efeméride que se
comemora representa mais um marco da cidade cumprimentando o povo pela
realização da obra. Disse ainda da união
dos homens de Brasilândia, dos homens públicos que estão construindo uma praça
pública, um parque infantil e estão trazendo a energia de Urubupungá para
Brasilândia.
Disse
também que Dom Antônio Barbosa é um
enviado de Deus que muito fez pela nossa região. Que Três Lagoas é a cidade mãe
de Brasilândia e por esta razão nós estamos torcendo por vocês. Terminou sua
oração dizendo que o reconhecimento a Dom Antônio Barbosa vem através da graça
de Deus e que estas graças sejam também derramadas sobre estas irmãs.
Na época,
o prefeito de Brasilândia Adilson Alves
da Silva disse: o homem desde o seu primeiro
estágio de desenvolvimento sentiu que não podia viver isolado, sentindo com a
evolução a necessidade de viver em união. E o que nós vemos aqui: uma linda e
maravilhosa obra que é o resultado da união de homens. Da união deve partir o
amor, a inteligência e a saúde. A união com esses três princípios vem sempre
beneficiar a humanidade. Esta obra é o resultado feliz da união desses três
princípios. Brasilândia está de parabéns. E a união da comuna em benefício da
coletividade.
A
cerimônia que foi conduzida pelas mãos da Irmã
Margarida Clementina do Nascimento contou com a participação das irmãs Ignêz Guarnieri, Célia de Oliveira Nunes,
Maria Moura e Regina Borges, da comunidade de Três Lagoas. Também estavam
presentes membros do movimento jovem da paróquia que animou o evento com uma
música tocada por um de seus integrantes e cuja letra tocou o coração de todos.
Após o
desatar da fita inaugural pelo prefeito Adilson
Alves da Silva, o bispo Dom Antônio
Barbosa e os presentes se dirigiram até a Sala de Reuniões onde foram
descerradas as fotos do Papa Paulo VI e de Arthur Höffig. Após a missa de
inauguração foi oferecido aos convidados um churrasco na fazenda Santa
Mercedes.
Durante a
noite, o Salão Paroquial já foi placo de um
show com algumas enquetes apresentadas pelo grupo jovem da paróquia,
seguindo-se uma brincadeira dançante. Ao lado da irmã Margarida, compunham a Comissão Paroquial na época, os senhores: Domingos Cristóvão Ribeiro e Gilvaez de
Almeida que, no dia 7 de maio daquele ano de 1978 foram até Três Lagoas
para receber das mãos do primeiro bispo da Diocese, Dom Geraldo Majela Reis, a quantia de cento e dezoito mil, novecentos e um cruzeiros que fora ofertada pelos
católicos alemães para concluir a construção do Salão Paroquial.
Brasilândia/MS, 21/06/2022
Fonte: Revista Atualidades Forenses e Interioranas. Três
Lagoas: Edição Especial. N° 32, abril/maio/1978, p. 36-37.
Nenhum comentário:
Postar um comentário