terça-feira, 6 de abril de 2021

 

Mariângela Castilho Leôncio Ferrari Vive!

Carlos Alberto dos Santos Dutra

 


Despedir-se de alguém, isso fazemos todos os dias e a toda hora. Despedir-se de alguém para sempre, entretanto, isso já é outra coisa.

Isso porque só sentimos essa realidade tão íntima quando acontece conosco ou com quem queremos muito bem.

A mão faz um aceno, externamos um sentimento de pesar. E só. O tempo passa e a vida continua.

Mas para quem esteve perto, dedicou carinho, embalou os sonhos e dividiu caminhos no cotidiano da lida diária, lado a lado, esse é o gesto mais difícil, o mais doloroso.

Da mesma forma podemos dizer em relação àquelas pessoas que, mesmo sem conhecê-las em profundidade, despertaram em nós admiração e respeito, e nem sabemos explicar o porquê.

No caso de Mariângela Ferrari, as poucas vezes que dela me aproximei e troquei algumas palavras, ela sempre demonstrou ser uma pessoa iluminada.

Seu sorriso contagiante e moderado, que revelava um espírito de luz e otimismo para com a vida, transparecia também certo grau de timidez, sensibilidade e delicadeza.

Seu olhar, límpido, claro, sem reservas, eram luzeiros de verdade que lhe apontavam, com elegância e simpatia, o rumo de êxito e realizações por onde passava.

Seja na escola, seja na igreja, seja da família, seja com os amigos. Todos a sua volta sabiam que com ela sempre podiam contar.

Ah, e aquela letra. Como que fazendo rabiscos minuciosamente delineados sobre o papel, sua caligrafia sempre foi desejo de muitos poderem imitá-la, tamanha beleza da letra cursiva que sobre linhas multicoloridas deslizavam encantando a todos.

Mulher virtuosa, como profissional e cidadã, transcendia também na caridade, na solidariedade e na criatividade, incentivando crianças e jovens para os valores cristãos que elevam o ser humano à dignidade de filhos de Deus.

Todos que a conheceram são unânimes em testemunhar a envergadura dessa mulher: a irmã, a professora, a sempre zelosa e inspiradora profissional que Brasilândia teve a felicidade de tê-la a seu lado.

No dia em que ela atende ao chamado do Alto para iluminar e preencher outras esferas de Amor, três meses antes de completar 45 anos de idade, uma sombra de tristeza se abate sobre a mãe, os irmãos, esposo, filhos e comunidade.

Sombra que, a exemplo da Páscoa do Senhor, pela fé, os remete, paradoxalmente, à alegria da Ressurreição. Por essa razão e esperança Mariângela Vive. Na Glória e também aqui, para sempre, em nossos corações.


Brasilândia/MS, 6 de abril de 2021.

 

A dor da partida de uma filha, para uma mãe, é quase impossível conter.

Mãe Francisca... A flor que preenchia o ramalhete

Que acariciaste um dia criança... / A pétala que desapegou do botão

Quando a flor desabrochou.../ O ramo caído no chão

O espinho que fere a mão / Aperto no coração...

Ah. Mãe Francisca. / Ver a filha amada partir

Ah como dói sentir... / Queria ainda vê-la sorrir

Largo jardim a florir / E o sorriso que ilumina

Mariângela, minha menina / Gentil perfume no ar

Saudade que vai ficar / Só Deus Pai para consolar

Coragem mãe, esperança / Fé esposo Ferrari, família, crianças.

4 comentários:

  1. Obrigada meu amigo em definir com palavras tão sábias a minha amada e querida irmã.
    Só tenho algo a acrescentar, Te vejo no céu Mari..🌹

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  2. Obrigada meu amigo em definir com palavras tão sábias a minha amada e querida irmã.
    Só tenho algo a acrescentar, Te vejo no céu Mari..🌹

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  3. Que texto sensível amigo, eu mais do que qualquer um posso confirmar as verdades ditas por ti, obrigado por me fazer lembrar e conhecer mais um pouquinho da minha amada mamãe.

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