sexta-feira, 7 de outubro de 2022

 

Brasilândia, a Suinocultura e o Progresso

Carlos Alberto dos Santos Dutra




Brasilândia vive nos dias 9, 10 e 11 de outubro próximo, seu Suino Brasa Fest, primeiro evento dedicado a promover e exaltar a atividade da Suinocultura que hoje coloca o município na 3ª colocação do Estado na produção de suínos, concentrando, segundo dados do IBGE de 2020, o número de 152.678 cabeças, ocupando o 3º lugar também na produção de matrizes, com 17.998 cabeças.  

O município tem razões de sobra para festejar e, de igual forma, homenagear os pioneiros parceiros desta atividade que cada vez mais se consolida da região, ramo que se transforma em parte integrante e responsável pelo progresso e bem estar econômico dessa comunidade.  

Pode-se dizer que tudo começou quando da visita que o pecuarista Arthur José Höffig Júnior recebeu na fazenda Córrego Azul no dia 5 de junho de 1993 do secretário de agricultura indústria e comércio de Mato Grosso do Sul, Aldayl Heberle; o superintendente estadual do Banco do Brasil, Raimundo Maciel de Oliveira; o deputado estadual Valdomiro Gonçalves; a prefeita de Brasilândia Neuza Paulino Maia; o gerente da agência local do Banco do Brasil, José Carlos Nogueira; o gerente do Banco Bamerindus local, saudoso Valdir Menezes; vereadores e secretários municipais.  

Foi ali, pode-se dizer, em meio àquela concorrida comitiva, que foi lançada a semente daquilo que, depois, transformou-se em ícone da economia local, ficando demonstrado o potencial da família Höffig ocasião em foram solicitados incentivos às autoridades para a implantação no município do projeto integrado de suinocultura, agricultura e fabricação de ração para suínos, entre outras iniciativas. 

Na época, as lideranças locais saíram satisfeitas da fazenda naquele dia confirmando a vocação dos pioneiros que há mais de 40 anos haviam se instalado na região, direcionando a Cidade Esperança no rumo do progresso. Com um investimento de aproximadamente 12 milhões de dólares que seriam repassados em etapas ao projeto pelo Banco do Brasil, contando com recursos do FCO que até aquele momento havia aprovado todos os projetos oriundos do Mato Grosso do Sul, estava patente a demonstração do reconhecimento do empreendedorismo da região. 

Desde então, depois de implantado, o Projeto 10.000 matrizes/leitões, do Grupo Arthur Höfig Jr., cada vez mais foi incentivada e estimulada essa nova alternativa para a economia regional, com a criação e engorda de suínos, o que permitiu ao Grupo alcançar seu objetivo de distribuir riquezas elevando a melhoria de vida dos parceiros.  

Só para se ter uma ideia do progresso desta atividade no município, duas décadas após o lançamento do projeto, o Grupo já contabilizava um plantel de 108.492 cabeças, com uma reprodução de 8.100 matrizes, obtendo um resultado em 2012 em vendas de 195.718 cabeças e 21.623 toneladas de carne vendida, com um número de 93 colaboradores.  

Esta atividade ganhou seu 1º parceiro na cidade, os irmãos Odair e Antônio Franzin, no dia 20 de junho de 1999 quando eles receberam em sua propriedade rural, o Sítio Santa Luzia, a 1ª remessa composta de 810 leitões. Naquela oportunidade, encontrava-se no ato da entrega, o Gerente de Mercado, Miguel Estevam; o Gerente da Granja, Carlos Alberto Brands e o Técnico em suinocultura, Franklin Ribeiro

O Grupo junto com o município conseguiu um convênio, sendo que a Prefeitura, de livre e espontânea vontade, encarregou-se de doar aos primeiros seis parceiros um poço semiartesiano e também a terraplanagem para construção dos barracões, as escavações e abertura das valetas, para canalizar os dejetos dos suínos até as lagoas de decantação, tudo isso em benefício ao produtor rural em parceria com o Grupo Höfig Jr.  

O Jornal de Brasilândia na época, presente ao evento, ouviu alguns dos responsáveis técnicos por esse empreendimento, entre eles, o Gerente de Produção, Carlos Alberto Brands, que disse: (...) esse ano depois de uma série de percalços, nós estamos colocando no segundo parceiro, o primeiro é Silvio Yamaguti, em Três Lagoas, que tem 570 animais alojados e os do Franzin são o segundo parceiro nosso. Estamos hoje colocando aqui 810 animais, esse barracão primeiro era feito para 560 animais, mudou o projeto, alojamos mais animais, investimento do mesmo capital para esses animais. Os suínos estão sendo entregues aos parceiros em média com 56 a 60 dias de idade. Os animais são entregues com uma média de 25/29 quilos. 

O nosso planejamento e a técnica usada, os porcos tem possibilidade de ganhar 830 a 850 gramas por dia e devem sair daqui em torno de 114 a 115 quilos, daqui a 114 dias. No dia 11 de outubro, eles já estarão saindo para o abate. Nós estamos estimando em média, por baixo, não vamos tentar criar uma expectativa muito grande, é em torno de R$ 7,00 (sete reais) por animal instalado, ou seja, ele então lucraria em 800 animais, já calculando certa mortalidade que terá com certeza, ele ganhará R$ 5.600,00 (cinco mil e seiscentos reais) a cada lote, ou seja, a cada 120 dias ele estaria recebendo essa renda. 

O dejeto é uma das coisas que ele vai ter. Não digo de graça. É um subproduto da suinocultura, que não vai ter em dinheiro, mas vai ter seu uso como adubação, poderá ser usado também para alimentação de animais em confinamentos, corte, inclusive de leite, se ele trabalhar separando o líquido do sólido. O sólido ele usará para alimentar outro tipo de animal, e o líquido para fazer irrigação e usar como fertilizante do solo (...). 

A história da Suinocultura brasilandense seguiu em frente com a indicação de novos nomes que se propunham, na época, desenvolver essa atividade, a maior parte deles fixando-se neste ramo da pecuária: Alcides Lopes (Estância Indiana), Edson Hiroji Okamoto (Chácara Nossa Senhora Aparecida), Antônio José Lúcio de Oliveira Costa (fazenda São Cristóvão), Wilson Ferreira de Medeiros (fazenda Liderança), Claudionor Thomé (Sitio Santa Maria I); Josias Severino da Silva (Estância P.D); Marcos Höfig (fazenda Marilena); João e Hilton Renato Hadas (Sítio Herança); Onofre de Souza Oliveira; entre outros mais recentes (...).

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Este artigo completo, com nomes, fotografias e o quantitativo da produção desta atividade em seu anos iniciais está disponível no Volume 4-Desenvolvimento, da coleção História e Memória de Brasilândia/MS, que pode ser baixado em PDF e/ou adquirido no link informado abaixo. É uma singela e graciosa forma de homenagear, desde os pioneiros parceiros desta atividade, até os atuais empreendedores da suinocultura brasilandense. 

 

Brasilândia/MS, 07 de outubro de 2022.


 









Para baixar (PDF):

https://www.dropbox.com/s/2yfvi3uwsiax1qb/Hist%C3%B3ria%20e%20Mem%C3%B3ria%20de%20Brasil%C3%A2ndia-MS%20V4-Desenvolvimento.pdf?dl=0

 

Para adquirir (Impresso):

https://clubedeautores.com.br/livro/historia-e-memoria-de-brasilandia-ms-volume-iv-desenvolvimento

 

Fonte: DUTRA, C.A.S. História e Memória de Brasilândia/MS, volume 4 – Desenvolvimento, Capítulo II – O mundo urbano e rural que nos rodeia, pág. 150-154.

Fotos: Os irmãos Odair e Antônio Franzin, pioneiros da Suinocultura em Brasilândia. Jornal de Brasilândia, 1999; Arthur José Höfig Júnior e autoridades presenciam a assinatura do 1º contrato de parceria firmado com o sr. Odair e Antônio Franzin para o projeto de Suinocultura. Arquivo PMB, 1998; logomarca da 1ª Suíno Brasa Fest, de Brasilândia/MS/2022 (Facebook).

 

 

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