Que fizeram de ti, meu velho Clube Ferroviário Apolo?
Carlos Alberto dos Santos DutraPoesia VOZ
Ainda depositava alguma esperança no bom senso dos homens, Prefeito,
Governador, Presidente. Achei que haveriam de recuperá-lo para o patrimônio
histórico, honrando a tradição da minha, da nossa Cacequi. O Cacequi dos
meus recuerdos.
Só que os administradores já não pensam mais no ontem. E tampouco no amanhã... Esquecem rápido o que os antigos fizeram, de bom. Já não olham mais para trás, acham-se donos do mundo e do futuro. E rapidamente passam a borracha nos trilhos da história. E apagam tudo, riscando da memória o feito de seus pais.
É uma lástima ver agora o que restou daquele grande clube. Dá vergonha olhar. Dá mais vergonha olhar para os responsáveis por tamanho crime praticado contra o patrimônio do povo.
Mas ei-lo aí, imponente: Tapera. A foto de um gigante nos últimos estertores...
E eis que desperto do saudosismo que me embala para longe da realidade. Coloco os pés no chão. E custo acreditar.
Ah! como dói ver esta foto. É como se as paredes gritassem. Tal qual o apito das locomotivas feridas, encostadas no pátio do depósito, teimando em permanecer de pé. Sobrevida que esperam e a saudade que alimentam.
Parece que foi ontem, éramos meninos, cheios de sonhos e planos. E pulávamos os vagões para chegar cedo no baile. Que começava as 20 horas. E a meia noite, nosso pai já vigiava nossa chegada em casa. E éramos felizes.
Ah! o tempo bom... Aquela escada pomposa do clube para chegar ao salão... E ao longe a bulha do taco da bota cantando. Que orgulho subir aqueles degraus e encontrar o salão cheio. Prendas rodando, a a fina estampa ferroviária vivia os seus melhores dias.
O abandono do prédio é o retrato da decadência. Dos chamados tempos modernos.
Para não dizer da irresponsabilidade dos governantes que voltam às costas para a história de sua gente, de sua terra.
Enquanto o cidadão, em silêncio, tudo assiste...
Acabrunhado e ao mesmo tempo pasmo, diante de tão podres poderes... E em razão deste episódio, considero-me de luto. Até, me refazer deste pialo.
Só que os administradores já não pensam mais no ontem. E tampouco no amanhã... Esquecem rápido o que os antigos fizeram, de bom. Já não olham mais para trás, acham-se donos do mundo e do futuro. E rapidamente passam a borracha nos trilhos da história. E apagam tudo, riscando da memória o feito de seus pais.
É uma lástima ver agora o que restou daquele grande clube. Dá vergonha olhar. Dá mais vergonha olhar para os responsáveis por tamanho crime praticado contra o patrimônio do povo.
Mas ei-lo aí, imponente: Tapera. A foto de um gigante nos últimos estertores...
E eis que desperto do saudosismo que me embala para longe da realidade. Coloco os pés no chão. E custo acreditar.
Ah! como dói ver esta foto. É como se as paredes gritassem. Tal qual o apito das locomotivas feridas, encostadas no pátio do depósito, teimando em permanecer de pé. Sobrevida que esperam e a saudade que alimentam.
Parece que foi ontem, éramos meninos, cheios de sonhos e planos. E pulávamos os vagões para chegar cedo no baile. Que começava as 20 horas. E a meia noite, nosso pai já vigiava nossa chegada em casa. E éramos felizes.
Ah! o tempo bom... Aquela escada pomposa do clube para chegar ao salão... E ao longe a bulha do taco da bota cantando. Que orgulho subir aqueles degraus e encontrar o salão cheio. Prendas rodando, a a fina estampa ferroviária vivia os seus melhores dias.
O abandono do prédio é o retrato da decadência. Dos chamados tempos modernos.
Para não dizer da irresponsabilidade dos governantes que voltam às costas para a história de sua gente, de sua terra.
Enquanto o cidadão, em silêncio, tudo assiste...
Acabrunhado e ao mesmo tempo pasmo, diante de tão podres poderes... E em razão deste episódio, considero-me de luto. Até, me refazer deste pialo.
Publicado originalmente em 12.Mar.2012. Também em DUTRA, C.A.S., Diálogos impertinentes e crônicas de adeus, Brasilândia, 2020, pág. 217; Trilha: Unforgiven: Claudia’s Theme (Lennie Niehaus, 1994); Voz: Carlito Dutra
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